Personalidades Virtuais
Ambientes digitais de reprodução de vídeos como o Youtube, tem ficado cada vez mais comuns para as pessoas no consumo diário dos diversos tipos de entretenimento que o vídeo pode proporcionar.
Um dos tipos de entretenimento que tem se tornado cada vez mais popular nesses ambientes é o de webséries, discutido no texto “Webséries” de Giovana Gamboa, somado com a criação de conteúdos independentes, como séries animadas, que pode ser melhor entendido no texto “Animação Independente” de Gabriela Parizotto.
Esse tipo de conteúdo tem ganhado cada vez mais espaço, apresentando animações, personagens e histórias com qualidade cada vez melhor, podendo até mesmo serem comparados com os conteúdos criados para a TV pelos estúdios mais famosos, como por exemplo, o Cartoon Network.
O aumento da qualidade desses conteúdos independentes está intrinsicamente ligado com a quantidade de pessoas que os consome, pois quando mais pessoas acompanham, assistem e interagem com as séries (seja por meio do compartilhamento ou deixando comentários), mais chances as equipes tem de melhorar a qualidade do conteúdo e vice-versa.
Mas um conceito mais inédito ainda que tem ganhado espaço muito rápido é o de “Youtubers Artificiais”, abordado no texto de Fernanda Okumoto. Youtubers são conhecidos por serem pessoas muito ativas e presentes na criação de conteúdo de vídeo para seus canais, gerando milhares de seguidores, sendo assim, os youtubers virtuais são personagens criados especialmente para essa plataforma, que agem como se fossem pessoas reais, um exemplo brasileiro desse tipo de conteúdo que se tornou muito famoso dentro da plataforma, foi a criação da youtuber virtual Any Malu, com seu canal “O (sur)real mundo de Any Malu”.
Uma personagem de animação 2D, criada por uma equipe de animadores do Rio de Janeiro, que simula as atividades de um youtuber real, postando vídeos e vlogs em seu canal, falando sobre os mais variados assuntos como se ela realmente fosse uma pessoa de verdade.
Devido ao esforço e trabalho que uma animação como Any Malu exige, os vídeos são menos frequentes do que os de um youtuber real, o que aparenta ser algo ruim, já que nesses ambientes virtuais, o consumo dos usuários é muito grande e rápido, tendo sempre uma demanda de mais conteúdo para consumirem. Porém, a imersão que o conteúdo dessa youtuber virtual causa, fez com que a ideia crescesse rapidamente, possibilitando a equipe a fazer mais do que vlogs, e assim, criar um universo mais estruturado com outros personagens, amigos de Any Malu, se tornando uma websérie que transita entre episódios casuais e vlogs da mesma.
Sendo assim, é possível imaginar que cada vez mais esse tipo de conteúdo digital se tornará comum no consumo diário, pois com as novas tecnologias de animação que surgem a todo momento, como a captação de movimentos, discutido no texto “Motion Capture” de Kaio Sermann, que permitem animar personagens de forma mais rápida, possibilitando a criação de conteúdo para webséries animadas com um intervalo de tempo menor.
Então é possível imaginar que num futuro muito próximo, a interação de pessoas reais com youtubers e personalidades virtuais, serão mais comuns, mesmo que ainda dependam de uma equipe para faze-los ganhar vida, ainda assim é algo inédito de se imaginar, pois a plataforma permite que usuários tenham uma interação mais rápida, deixando comentários ou compartilhando esses conteúdos, permitindo que as esquipes tenham um feedback quase que instantâneo, podendo usar isso para a criação dos próximos vídeos, por exemplo, fazendo a personagem animada citar comentários de usuários reais e falando deles como se fosse uma pessoal real.
Concluindo, esse tipo de conteúdo, só nos faz imaginar como será esse futuro próximo em que nós interagimos com personalidades virtuais, cada vez mais em tempo real. Isso já pode ser visto, mesmo que de forma simplória, com as assistentes virtuais dos smartphones, porém, apenas em formato de áudio, mas com o desenvolvimento de inteligências artificiais cada vez mais sofisticadas, muitas possibilidades surgirão nesse ramo, mas também muitas discussões já se levantam com relação à como nós humanos iremos lidar com esse tipo de interação e aprender a diferenciar algo real do não real.
