Stalkear
Com o passar do tempo, as gerações se tornaram cada vez mais conectadas com as tecnologias do mundo, como diz no texto Quem Vigia o Vigiado, onde tudo tem sido feito de forma online e nossos dados pessoais têm sido coletados por diversas fontes.
Essa internetização das coisas tem causado uma certa dependência tecnológica, situações simples, como conhecer gente nova por exemplo, tem sido feito através de sites e aplicativos com frequência, muitas vezes essa tarefa é feita sem trocar ao menos uma palavra com a outra pessoa que deseja conhecer, os perfis online trazem informações completas sobre a vida das pessoas. Acessando as contas em redes sociais, você tem acesso à informações a respeito de onde outra pessoa vive, quando e onde ela nasceu, quem são os familiares e relacionamentos antigos, quais os gostos e quais lugares ela frequenta. Uma simples olhada em um perfil e você tem a maioria dessas informações.
Essa facilidade em obter e fornecer tais informações fez com que as pessoas se tornassem dependentes das redes sociais para manter e fazer novos relacionamentos, como mostra o texto Dependência de Redes Sociais, que diz o quanto as redes sociais ajudaram aqueles que tinham alguma dificuldade de interagir com outras pessoas, mas também mostram os riscos que o uso em excesso dessa ferramenta pode trazer e, o que eventualmente acontece à essas pessoas é a dependência das redes sociais para interagir com outras. A vida inteira dos usuários está dentro de uma página na internet. E isso não motiva apenas o lado de quem posta conteúdo na internet, mas também de quem observa tais conteúdos.
Muitos acessam as redes sociais apenas para saber como anda a vida de outra pessoa, seja ela do seu círculo social ou alguma personalidade que ela admire, as pessoas estão incessantemente em busca de informação sobre a vida alheia, seja para admirar e seguir ou criticar seu estilo e ideologia, ou simplesmente para se ter esse tipo de informação apenas por curiosidade. Esse tipo de atitude ficou conhecida como stalkear.
Pela facilidade de acesso a informações pessoais, o ato de stalkear acaba fazendo com que a pessoa que o faz se sinta mais próxima e íntima da pessoa que ela stalkeia. Passa a saber seus gostos como se fosse em uma relação de amizade pessoal. Muitas vezes essa ação até aproxima pessoas que já possuem alguma relação, como é o caso de uma mãe que seguia os tweets da filha em segredo e afirmava se sentir mais próxima dela fazendo isso devido a filha ser bem aberta em seu perfil do Twiter.
Pesquisas mostram como as pessoas se comportam nas redes sociais, segundo o blog opinion box:
Um terço dos entrevistados afirma que o que mais costuma fazer nas redes sociais é postar mesmo, seja fotos, vídeos, textos ou opiniões. 28%, no entanto, preferem apenas curtir o conteúdo de outras pessoas ou páginas. 22% tem um costume maior de compartilhar conteúdos de terceiros e 11% estão mais habituados a apenas olhar, sem interagir. 6% afirmam que o que mais fazem é comentar os posts de outras pessoas ou páginas. Ou seja, a grande maioria tem o costume de olhar as publicações de terceiros, uma parte interage com tais publicações outra apenas olha o conteúdo; o desejo de conferir o conteúdo é maior que o interesse em criá-lo.
Essa cultura stalker não fica restrita apenas aos usuários que querem saber mais sem nenhuma funcionalidade aparente. Ela acaba se estendendo à empresas que visitam os perfis de seus funcionários e de candidatos à algum serviço. A pesquisa do site Exame mostra que as empresas analisam informações como posicionamento político, religião e futebol para ponderar uma contratação, promoção ou uma demissão. As empresas analisam os perfis de seus funcionários tanto na contratação como após a efetivação, mostrando uma grande preocupação com a imagem que seus funcionários passam por serem atrelados à empresa.
O avanço da tecnologia nos meios sociais, o constante uso das redes sociais e o mundo ter se tornado cada vez mais online fez com que as interações se tornassem maioritariamente através de sites e aplicativos. Muitas vezes as pessoas analisam como uma pessoa é na internet para decidir se vale a pena ou não uma aproximação fora da tela do computador. A internet se tornou a base para definir uma pessoa em uma primeira impressão.
