Sua vida em jogo

Lucas Wormsbecher
Tendências Digitais

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Estamos tendo uma grande revolução no modo como experienciamos os jogos digitais, e muitas delas dizem a respeito sobre seu modelo de interação. Consoles modulares, jogos interativos, realidade aumentada… todas essas mecânicas buscam oferecer novas possibilidades de interação para os jogadores (como, por exemplo, jogar um jogo com a sua voz), e ainda abrir portas para que outros usos sejam feitos das mesmas (como treinamento de profissionais da área de saúde e militar, e ainda a própria gameterapia — reabilitação ortopédicas e neurológicas) ou que novas tecnologias sejam influenciadas a partir delas.

Ainda, com a realidade virtual, poderemos imergir nos jogos como nunca, oferecendo da nossa própria capacidade motora para vencer desafios digitais. Enfim, o cenário é promissor, e seu desenvolvimento é certo.

Agora aquele tão esperado “turning point” do artigo: No entanto, tais tecnologias parecem estar caminhando para um lugar onde o as pessoas poderão receber doses de adrenalina ao viver situações perigosas e com risco á vida, porém sem realmente arriscarem a sua vida. Indo um pouco mais fundo, o fato de estarmos progredindo a ponto de cada vez usar nossa própria máquina biológica para esse entretenimento digital é o foco desta publicação.

A imersão no mundo digital já é algo bastante consagrado na cultura popular (assim como na “conspiratória”), e está muito presente em vários tópicos de discussão. Não apenas o caminho que a tecnologia está tomando e a necessidade do ser humano em experienciar na pele os bits do computador, mas também as próprias teorias vigentes sobre o fato de possivelmente estarmos vivendo num grande simulacro fomentam essas discussões.

Um exemplo que ajuda a comprovar essa tendência é uma tecnologia que já nos possibilita sentir as machadadas daqueles orcs fedidos ao vestir um traje. Mas podemos radicalizar e conseguir realmente sentir o gosto da comida estando imersos nessa realidade alternativa, e se ver na mesma situação que o rebelde Cypher do filme Matrix.

“Eu sei que esse bife não existe. Eu sei que quando eu o coloco na boca, a Matrix está dizendo que ele é suculento e delicioso”

A sensação de perigo estimula sensações prazerosas no ser humano e os motiva a procurar diversos meios para suprir essa necessidade, seja eles relacionados a velocidade, grandes alturas, o desconhecido… tudo o que poderia te matar, basicamente. Ao mesmo tempo, a tecnologia nos possibilitará fazer tudo isso num nível muito próximo da realidade, porém sem se preocupar em realmente perder a vida.

Uma Matrix dentro de outra. Olha que lindo isso!

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