Realismo na robótica e inteligência artificial

Thaby Cardoso
Tendências Digitais
3 min readJun 16, 2016

“O nosso objetivo é que eles sejam conscientes, criativos e tão capazes como qualquer humano.” (Dr. David Hanson, fundador da Hanson Robotics.)

Não é de hoje que os humanos estão em uma luta em busca de criar vida com as próprias mãos. A inteligência artificial foi uma das formas que achamos de conseguirmos alcançar isso, até certo ponto, mas a satisfação ainda não é plena.

A identificação visual dos robôs no cinema, geralmente é cinza, ou azul, (fazendo essa pesquisa, eu nunca tinha percebido que na maioria das vezes é azul!) cores representando o metal, sendo que atualmente, em nossa realidade, a maioria das produções de máquinas, robôs, e inteligência artificial geralmente tentam “humanizar” a peça, deixando-a com aparência menos“robótica” possível. A imagem do robô como algo cinza e metálico já se tornou obsoleta, e a busca pela semelhança com os traços humanos é constante.

É provável que nos filmes o “azul” seja apenas uma edição de vídeo de temperatura de cor da cena que acaba se sobressaindo do prateado do metal.

Leandro Battaglia faz um relato sobre o filme HerNo filme Her, lançado em 2014, a assistente virtual Samantha, é programada de tal maneira, que chega a parecer que seu usuário — Theodore Twombly — , está conversando com uma pessoa real, tanto que os dois acabam se apaixonando — ele sem nunca a ter visto e ela, vendo o mundo pela câmera do smartphone. (…)Após o lançamento do filme, as empresas focaram em maiores personalizações para os assistentes virtuais existentes” Ou seja, a inteligência artificial já não é um sonho distante a ser alcançado, pelo menos para a similaridade da inteligência artificial com a livre forma com que pensamos e agimos.

Porém, estaríamos realmente preparados para aceitar essa forma de vida em nossa sociedade? Gabriele Eichel fez um relato sobre inteligências artificiais aplicadas em nossa sociedade. “No início desse ano, a Microsoft criou um Twitter para a joem Tay, uma Ai criada para ser uma robô adolescente que interage com seus seguidores. Porém, Tay logo teve que ser desligada, pois em menos de 24 horas, ela se tornou uma robô nazista e viciada em sexo — tudo aprendido com seus seguidores, que a mandavam mensagens com esse tipo de conteúdo por diversão.” Mas como seria se fosse de vez implementada a inteligência artificial em nossa sociedade?

A série sueca Real Humans trata da implementação de robôs em nossa era moderna. Na série, os robôs são programados para várias funções que nós humanos podemos realizar. Porém, há um grande preconceito dos humanos em relação aos robôs, os vendo como servos, não importa o quão similares sejam conosco, de todas as formas. Então, atualmente, teríamos a busca excessiva dos humanos em criarem vida com as próprias mãos, cada vez mais em busca da similaridade com os humanos, o que cremos ser resultado de nossa natureza narcisista em acharmos que somos uma forma de vida perfeita. Porém, seria também culpa dessa natureza em não aceitarmos 100% a vida artificial como um igual? Se realmente alcançarmos a perfeição na robótica, estaríamos realmente satisfeitos ou seria mais uma tecnologia feita apenas para nos servir?

--

--