Ciberterrorismo

Francisco Francez
Tendências Digitais
4 min readApr 26, 2017

Este artigo se tratará tanto do Ciberterrorismo como de Cibercrimes, pois são facilmente relacionáveis. O Ciberterrorismo é uma tendência facilmente observada em séries como “Mr Robot” ou “Black Mirror”, por exemplo, e também em animes como “Ghost in the Shell” (citarei apenas exemplos dos quais estou mais familiarizado).

Como definido no wikipedia o Ciberterrorismo é a expressão usada para descrever os ataques terroristas executados pela Internet, com o objetivo de causar danos a sistemas ou equipamentos, enquanto Cibercrime se trata de qualquer atividade ilícita que envolva conexão com a rede. O que particularmente me soam atividades bastante semelhantes, ainda mais se partilharem de mesmo incentivo político ou ideológico.

À partir deste parágrafo anuncio para o leitor deste artigo possíveis Spoilers do seriado “Black Mirror”, então caso queira prezar pela sua experiência completa ao assistir este seriado em questão, sugiro que se retire desta página.

Podemos observar já no primeiro episódio do seriado, “National Anthem”, a ação de um cibercriminoso. Caso você tenha assistido o episódio deve estar se perguntando “Mas qual cibercrime ele cometeu?” e logo logo lhe responderei essa questão, apenas acompanhe o raciocínio. O dito artista plástico, que sequestra a princesa da Inglaterra no intuito de chantagear o Primeiro Ministro a ter relações sexuais com um suíno de garbo e elegância, certamente comete o primeiro crime com o sequestro, mas a exposição do vídeo da princesa na internet, com a condição para sua liberdade, desenvolvendo a opinião pública contra o Primeiro Ministro.

Além da condição da cobertura midiática do evento de coito com o suíno, categorizando tanto a chantagem, quanto o assédio e a manipulação de massa através do sensacionalismo para desmantelar a imagem de uma figura pública.

Já no segundo episódio da terceira temporada, “Shut up and Dance”, nos deparamos com mais um enredo envolvendo chantagem. O personagem central do episódio se vê obrigado a fazer certas tarefas para um chantageador anônimo, caso não queira que imagens pessoais sejam expostas na internet e enviada para os familiares.

Além do uso de um malware ( um software destinado a infiltrar-se em um sistema de computador alheio de forma ilícita, com o intuito de causar alguns danos, alterações ou roubo de informações, confidenciais ou não) para capturar as imagens de um momento íntimo do personagem central, o chantageador anônimo utiliza monitoramento através do GPS entre outras formas de se manter “presente” na vida do rapaz.

Com o decorrer da trama é revelado que o chantageador anônimo possuí uma ideologia de justiceiro virtual, tendo em vista que o personagem central da trama se tratava de um pedófilo.

O sexto episódio da terceira temporada, “Hated in the Nation”, caracteriza mais um quadro de ciberterrorismo do que de cibercrime em si. Quando um hacker utiliza de um programa para controlar pequenos drones insectóides para assassinar pessoas com base em um trend do twitter. As pessoas assassinadas no caso são alvo da opinião pública, normalmente por cometerem um erro ou por terem opiniões dissonantes com a opinião da massa.

Quando o trend viraliza ao demonstrar resultados reais, aumentando ainda mais o índice de participantes no trend, o hacker redireciona a programação dos drones insectóides para assassinarem cerca de 387.036 pessoas participantes do trend. Demonstrando o potencial destrutivo de apenas uma pessoa com as ferramentas certas.

Mas e fora da ficção? Qual é o real perigo de Ciberterrorismo/Cibercrime?

O Cibercrime é responsável por prejuízos constantes para grandes empresas, seja por fraude bancária, extorsão de informações privilegiadas, exposição ou venda de dados roubados, manipulação da reputação de empresas no mercado entre outras muitas possibilidades, desviando boa parte do capital para a prevenção de crimes cibernéticos.

Como exemplificado em “Mr Robot” com a profissão do personagem principal.

Com a digitalização do controle de recursos globais, como comunicação, eletricidade ou até mesmo armas nucleares, a preocupação com o Ciberterrorismo, seja por questões ideológicas ou políticas é crescente. Tornando o investimento em agências de proteção contra cibercrimes, tanto privadas quanto governamentais, algo necessário.

Como um dos tópicos explicados no vídeo “Ciberguerra”, do canal Nerdologia, a Ciberguerra não está longe dos interesses estratégicos globais e nem se distancia tanto das guerras convencionais, tendo alto potencial de investimento nacional, visto que a ciberguerra se trata de uma guerra assimétrica, não dependendo do tamanho do exército ou potencial bélico, mas se tratando quase que de uma guerrilha virtual.

O Ciberterrorismo e o Cibercrime possuem enorme potencial de investimento, tanto para cometê-los quanto para evitá-los.

Finalizando o artigo, segue o vídeo supracitado do canal Nerdologia, do qual este que vos escrevem participou da produção:

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