Distanciamento da Humanidade em Ghost in The Shell

Ana Lígia De Souza Mello
Tendências Digitais
2 min readJun 13, 2016

Baseado no mangá homonimo de Masamune Shirow, Ghost in the Shell (O Fantasma do Futuro) é uma animação japonesa de ficção científica lançada em 1995. Ambientada em um futuro cyberpunk onde quase tudo faz parte da grande rede, apresenta androids, cyborgs e inteligência artifical autodidata.

Durante o filme acompanhamos a Major Motoko Kusanagi, uma agente do Sector 9 que teve sua consciência implantada em um corpo robótico. Devido a esse fato, ela se sente apenas um fantasma do ser humano que um dia ela foi.

21 anos após o lançamento da animação, a área da robótica e inteligência artificial tem progredido muito. Apesar das tecnologias do filme estarem um pouco longe de serem alcançadas, empresas ao redor do mundo já conseguiram desenvolver robôs e inteligencias artificiais para os mais diversos usos: de robôs de companhia ou babás a bots de administração de páginas e operacionais de celular.

Mesmo com tantos projetos bem intencionados, alguns não fazem mais do que um ser humano seria capaz: interagir e demonstrar sentimentos (pré-programados). Estariam os seres humanos, assim como a Major Kusanagi, distanciando-se cada vez mais de sua humanidade em prol da tecnologia? Ao passo em que inteligências artificiais e robôs são cada vez mais humanizados, tanto no cinema quanto na vida real, estariam as pessoas ao redor do mundo se distanciando mais de si mesmas?

Ao que se dá o interesse humano pela robótica? A criação de artefatos tecnológicos ou de um simulacro humano? No fim estamos apenas buscando um espelho de nós mesmos. Com a esperança de assim apagarmos nossas imperfeições.

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