Jogos contemplativos

Thainara Meneghelli
Tendências Digitais
3 min readJun 19, 2017

Existem experiências em nossas vidas que nos completam apenas por estar fazendo parte delas, mesmo que de longe observando e refletindo a seu respeito. É como ver o pôr do sol no arpoador: você se sente feliz apenas por estar lá na hora certa e apreciar a beleza deste momento… E talvez isso te faça pensar na vida.

Não é o pôr do sol no arpoador, mas é Journey!

O avanço da tecnologia permitiu a criação de diversos recursos sensoriais que enriquecem a nossa experiência no mundo digital. Desta maneira surgiram os jogos contemplativos, também conhecidos como jogos artísticos, ou jogos críticos: este gênero ainda é novidade, por isso se torna uma tarefa difícil denominá-lo com propriedade.

Em Never Alone, o jogador será apresentado a diversos elementos da cultura Inuit.

A essência dos jogos contemplativos não está em ganhar ou perder, mas sim, naquilo que o jogador vivenciou ao longo do gameplay. A vitória está em criar experiências que deem abertura para a reflexão, seja pela riqueza da narrativa, ou pelos exuberantes recursos visuais. É característico também deste gênero o uso de mecânicas criativas.

Journey foi o primeiro jogo do estilo a ganhar muita relevância no meio digital e também o coração do público gamer. Ao limitar totalmente a comunicação verbal, a experiência de ter outro jogador com você se torna totalmente única e é uma das características mais elogiadas do jogo que se tornou um dos precursores do gênero.

Criado em terras tupiniquins, VR Vacina promete transformar a hora da vacina através da imersão.

É através da realidade virtual que os jogos contemplativos podem mostrar seu maior potencial, afinal de contas, ela permite uma experiência muito mais imersiva do que uma tela de computador ou tv. É através deste pensamento que surgem ideias legais como a invenção brasileira VR Vacina, que através da experiência de imersão, acaba distraindo as crianças na hora de tomar vacina.

Eita porra, o gigante acordou!

Andar por terras proibidas para batalhar com gigantes é a proposta de Shadow of the Colossus. Diferente de outros jogos de ação, não existem cidades para explorar, nem personagens para interagir, há apenas o cenário para percorrer e a vastidão do universo para nos fazer refletir sobre o quão pequenos somos. O tamanho realmente colossal dos gigantes em contraste com a pequeneza do personagem principal reforça qualquer tipo de reflexão sobre o assunto. Shadow of the Colossus foi lançado em 2005, e é um dos primeiros jogos a apresentar a reflexão como parte do gameplay.

É evidente que os jogos contemplativos têm um potencial de impacto extremamente positivo para nossa sociedade, justamente por possuírem este objetivo de reflexão e de nos levar a mundos que não são nossos, nos fazendo ver outros horizontes. O que nos resta é esperar que este gênero ainda tão novo consiga conquistar seu espaço no mercado e faça sua história.

Leituras Relacionadas

--

--