O Redesign da Medicina

Luís Felipe Tissot
Tendências Digitais
3 min readApr 15, 2016

Como o design e a tecnologia podem redesenhar a medicina e promover uma melhor experiência para o paciente e o médico?

Você pega o laudo e?

O início da análise da tendência

Em sua palestra no TED MED — evento do TED voltado a discussões dentro do campo da medicina — o médico e empresário Thomas Goetz questiona a efetividade dos resultados que são dados após a realização de um exame: certamente eles cumprem sua função para a análise das pessoas que tem formação em medicina ou qualquer área biológica, mas e os pacientes? Não são eles o centro do processo?

A ideia defendia por Goetz é que os resultados possam ser melhor interpretados pelos pacientes, que são o foco:

A abordagem tradicional
No Brasil, embora o formato seja ligeiramente diferente do que é tipo como padrão nos Estados Unidos — origem do exemplo — o conceito é muito semelhante: um sem fim de números com uma rasa forma de interpretar estes dados (usualmente um limite máximo e mínimo). O paciente “não faz ideia” do que estes números significam.

Resultado feito como exemplo pelo Dr. Goetz

A abordagem de Goetz
Goetz propõe uma abordagem mais compreensiva para o paciente: os dados são mostrados de forma gráfica com a forma de interpretação daquele indicador e o que a diferenciação com o limite permitido pode causar.

Em adição a isto, o médico propões que junto ao exame, informações mais conclusivas sejam adicionadas como as chances de contrair algum problema de saúde e quais precauções podem ser tomadas, sempre com a instrução de acompanhar um médico antes de tomar qualquer atitude.

Ao proporcionar esta facilitação no resultado/laudo médico, é promovida uma interação mais eficiente e compreensiva entre o médico e o paciente. Segundo o autor quando você dá ao paciente as informações de maneira clara, visual e em sua linguagem as chances da mudança de comportamento e consequentemente a mudança no quadro de saúde aumenta significativamente.

Aprofundando e atualizando

A mudança que poderia ter começado apenas na divulgação dos dados começou também dentro da medição destes dados. A tecnologia no âmbito da individualização e da personalização tem revolucionado vários setores da sociedade, e recentemente tem entrado de maneira incisiva na medicina.

A porção mais pública e “pop” desta entrada se deu com a introdução do Health, da Apple.

Lançamento da plataforma Health da Apple, em 2014

Trabalhando a coleta, mas também a visualização desses dados, a Apple tenta trazer insights sobre a saúde para o dia-a-dia de seus usuários, transformando uma série de dados em informações que podem ser muito úteis a eles.

Um ponto que foge a proposta original mas se mostra como tendência é a utilização do smartphone para um contato mais rápido e dinâmico com seu médico, além do profissional poder ter acesso aos dados de saúde de seu paciente com um possível histórico, podendo ter uma melhor compreensão do quadro clínico do cidadão.

A personalização e individualização da medicina através das tecnologias que estão a nossa disposição é uma tendência que começa a criar força no momento. Grandes ideias dentro deste ramo podem resultar em grandes ganhos sociais com a melhora da saúde da população e em grandes negócios.

Palestra base:

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