Hackers anônimos

Thainara Meneghelli
Tendências Digitais
3 min readApr 22, 2017

Utilizar suas melhores habilidades para combater o mal não é algo novo nem na ficção, nem na vida real. Na verdade, isto é tão comum que nos fez criar super heróis: Pessoas com poderes extraordinários que utilizam suas forças para proteger a cidade e sua população. Mas atualmente, há uma nova fórmula para histórias de super heróis, baseada em pessoas comuns e até mesmo, acontecimentos do mundo real. Eles são os hackers do bem: Homens e mulheres dispostos a utilizar seu conhecimento pelo bem maior da sociedade.

Hackers são pessoas que conseguem identificar falhas nas linhas de código de softwares, de maneira geral, acredita-se que os hackers agem sempre para o mal. Isto é um grande estigma que a cultura popular acabou criando em torno da figura, quando na verdade, é o cracker que aproveita as brechas em um programa para invadir a privacidade alheia, e se utiliza de malwares e spywares para chegar onde quiser.

Mr. Robot: os membros da fsociety utilizam uma figura anonima para se comunicar.

O que Mr. Robot e Black Mirror têm em comum é a maneira de apresentar este grupo de pessoas que querem mudar o mundo. O primeiro sendo fortemente inspirado no grupo Anonymous, que utiliza um canal no YouTube para se comunicar através de uma figura mascarada, utilizando distorções em sua voz, para manter o anonimato, em Mr. Robot, o grupo fsociety também se utiliza desta artimanha para se comunicar e ao mesmo tempo, continuar na segurança do anonimato, porém, seus vídeos possuem um caráter muito mais agressivo do que informativo, afinal, no seriado, eles estão fazendo uma grande mudança acontecer.

Vídeo no canal oficial dos Anonymous

É difícil identificar quais são as reais intenções do grupo Anonymous. Seus membros fizeram uma positiva diferença durante a primavera árabe e tentam sempre conspirar contra grandes autoridades, mas o grupo também possui um vasto histórico de cyberbulling e desrespeito na internet. Seu lema é “We are doing it for the lulz”, em português pode ser traduzido de maneira informal para “Estamos fazendo pelo hue”, por ser uma organização sem hierarquia e com muitos membros, ela possui ações muito diferentes entre si.

Em Black Mirror, no episódio Shut Up and Dance, a estratégia utilizada pelos crackers são as mensagens: através da invasão de privacidade, um criminoso é identificado, e acaba entrando em uma espécie de jogo, no qual mensagens com instruções são enviadas ao seu celular, e ele é obrigado a executar uma série de tarefas que vão desde uma simples entrega até assalto e homicídio, caso a pessoa não cumpra suas tarefas, ela sofrerá consequências que afetarão muito a sua vida pessoal, ao executar a tarefa final, as coordenadas do jogador são enviadas à polícia, que decidirá o que fazer. Este sistema é semelhante ao jogo da baleia azul, que ainda está sendo estudado como a causa do suicídio de muitos adolescentes no mundo inteiro.

Alerta sobre o jogo da baleia azul no canal Anon Europe

Apesar da escassez de informação à respeito, sabe-se que o jogo da baleia azul dura 50 dias e acontece em grupos de redes sociais, atingindo principalmente jovens adolescentes. Para cada dia, o jogador receberá uma tarefa através de mensagens e caso ele não as cumpra, sua família ou amigos supostamente sofrerão. A última tarefa que o jogador recebe é a de tirar sua própria vida. A morte de muitos adolescentes está sendo investigada por aparentar ligações com este “jogo”.

O anonimato é um dos maiores poderes de nossa sociedade atual tanto no mundo real, quanto nos exemplos de ficção, e é graças a este formato de se unir a um grupo sem se identificar, que muitas vezes temos a coragem de agir a favor do bem, ou do mal.

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