Ser Mulher

Maria João
Tenho voz!
Published in
3 min readMar 8, 2018

Ser Mulher hoje, por todos os movimentos que o séc XXI permite e bem, é ter poder para mudar o rumo da História e deixar um marco para que toda a gente saiba o seu nome.

O Feminismo intensificou-se, o Time’s up deu voz ao que sempre se soube sussurrado e os movimentos que já não queimam soutiens dão vozes às mulheres que nunca as tiveram.

São tempos áureos para nós! Peca por tardio e peca por discriminação positiva também. No entanto, bem aproveitado, ajuda a trazer ao de cima as realidades que a História patriarcal teima em querer esconder.

Não sou feminista, concordo com a igualdade dos direitos dos géneros, mas admito que só uma minoria do género feminino consegue fazer trabalhos sempre considerados masculinos. E isto é só um exemplo.

O que a História não engloba são as histórias individuais, as que arranham o patriarcado, as que alfinetam o homem, como se isto fosse uma competição. O orgulho que eu, enquanto mulher orgulhosamente “Maria rapaz” (porque o existir me dá esse direito! Ser o que me apetece!), sinto pelas Mulheres que me ensinaram/ensinam a viver é imenso.

O poder da Mulher não está no género, muito menos na cor ou no credo, está em si, na sua luta, na capacidade de Ser e de Estar na vida, na capacidade de estar na frente de guerra (literal ou não!) de arma em punho a defender o camarada com a mesma força da natureza ou maior que a de um homem;

o poder da Mulher não está em ser a diferença, está na inclusão;

o poder da Mulher não está na capacidade natural de dar à luz, está em todas as escolhas que faz até chegar ao ponto de trazer ao mundo uma vida;

o poder da Mulher não está em crescer, casar e ter filhos «porque é o natural!», está na escolha de querer ou não querer!

O poder da Mulher não está em conquistar um trabalho que até então era feito por homens, está na perseverança e na capacidade de luta para lá chegar. (E nem todas têm essa capacidade como nem todos os homens têm capacidade para organizar ou serem metódicos como as mulheres. Há mulheres que não nasceram com veia para fazer o que a sociedade sempre lhes incutiu como deveres femininos. Vão ser precisos anos para esquecer o que a sociedade teimou em marcar-nos na pele. Talvez nunca o esqueçamos…)

Ser Mulher não é ser diferente do homem. É ser Mulher! É ser e estar independentemente do género!

Ser Mulher é não perceber porque teimam, nos dias de hoje, em querer aniquilar a classificação dos substantivos ou adjectivos uniformes ( nos seus sobrecomuns, epicenos e comuns de dois géneros) quanto ao género. Toda a gente teima em evidenciar a presença feminina em todo o lado: «os meninos e as meninas estão ali». Eles estão lá, pessoas! Todos, todos juntos. Meninos é suficiente para designar um conjunto. Não há diferenças quando existe união!

Ser Mulher é não perceber porque há mulheres que lutam por isto, pela discriminação positiva!

Somos todOs humanos! O meu poder como Mulher é saber que não sou melhor ou pior, mais forte ou mais fraca do que o Homem só por diferença de género!

Ser Mulher é, realmente, ter super poderes para perceber que somos iguais e que o meu dia é todos os dias!

Luv, M.

*não sei bem em que publicação colocar este texto, mas sendo que a escrita é pessoal, vai para o blog de sempre.

Obrigada! E Bom Dia todos os dias!

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