não tratar adultos como crianças em organizações: curiosidade e auto-aprendizado

Cali (Renato Caliari)
Tentaculus
Published in
2 min readAug 19, 2022

em alguns momentos eu já comentei de não tratar adultos como crianças em organizações, dizendo o que têm ou não que fazer. o que tem ou não que aprender. o que pode ou não. direcionando cada passo, dizendo como, microgerenciando.

quero me corrigir. acredito que nem crianças deveriam ser tratadas assim.

a não ser em necessidade de direção/força preventiva para evitar risco de ferimento em combinação com limites acordados ou mesmo determinados (dependendo da idade), elas também se beneficiariam de ter autonomia para explorar onde sua curiosidade lhe leva e, especialmente, serem apoiadas no aprendizado auto-dirigido.

não simpatizo com a educação “industrial” encaixotada de grades, memorização de assuntos, cartilha exata do que aprender, etc.

e, quando penso em adultos em organizações, não simpatizo com a maior parte da ideia de planos de carreiras, nem com fixação com cargos, e nem com metas.

e eu já caí na armadilha de ajudar a construir “planos de carreira”. esse tropeço me trouxe mais aprendizado.

acredito que muitos desses elementos tendem a nos empobrecer. nos viciam em depender de alguém dizendo o que fazer. nos tiram a capacidade de investigar, avaliar, experimentar por nós mesmos, sem algo pré-determinado. nos tiram a pluralidade. tiram a curiosidade e o aprendizado que conecta vários aspectos de vida.

há outras formas de aprender, ganhar experiência, usar nossas habilidades, nos engajar e entregar resultado.

não precisamos de metas, planos de carreira empurrados ou avaliação de desempenho nine box.

infelizmente, as empresas gastam tanto tempo, e muito dinheiro, em artefatos que no fim talvez, além de não colaborar, atrapalham o aprendizado e o desenvolvimento das pessoas. além do próprio trabalho e os resultados deles.

não lembro em minha vida de seguir qualquer cartilha de empresa ou me engajar em passar de um “nível” de carreira pra outro. e não fez qualquer falta. não só fui considerado “sênior” em algumas profissões, ganhei experiência em diversos assuntos e áreas, como mudei de carreira, me tornei “gestor” de produto e RH, professor, consultor de produto e design organizacional apoiando CEOs, CPOs e outros C’s.

e também um vagabundo intencional — vagando e divagando por diversos lugares. experimentando. me direcionando pela curiosidade, por aspectos de vida que considero importantes, por princípios que parecem fazer sentido no momento.

não sei meus próximos passos. não tenho qualquer grade e nível impostos por terceiros que pretendo executar ou chegar.

isso não me tira a capacidade de aprender, pelo contrário.

é importante reconhecer que apesar da intencionalidade em uma vida mais experimental e plural, há fatores como aleatoriedade da vida e privilégios. em qualquer forma de vida.

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