A Anunciação de Nosso Senhor

Rev. Helvécio José Batista Júnior

teologia luterana
Teologia Luterana
3 min readMar 25, 2021

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A Anunciação (c. 1660), por Bartolomé Esteban Murillo (1617–1682) — Museo Nacional del Prado

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

O anjo estava maravilhado diante daquela moça; e ela, da mesma forma, observa aquele mensageiro do Senhor. A jovem Maria ficou espantada com a aparição do anjo, e ele espantado com a notícia que veio trazer para aquela moça! (Lc 1. 26–27)

Aquele anjo foi enviado a terra para dizer a Maria: “embora você não conheça um homem, você conceberá no seu ventre e dará à luz um Filho; embora seja virgem, você será mãe!” (Lc 1.30) Porém, o que mais deixa aquele anjo impressionado e cheio de temor é quem será o filho dela — porque esta criança que nascerá de seu ventre será verdadeiramente seu filho.

É por isso que Gabriel olha para Maria com admiração, não propriamente por causa dela, mas porque a criança que será concebida em seu ventre e que ela alimentará em seu peito é simplesmente o Filho de Deus — a Palavra eterna do Pai — através de quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, inclusive aquele anjo e aquela moça. Em outras palavras, como Isabel irá testificar em Lc 1.43, Maria será a Mãe de Deus, a Mãe do Senhor que adoramos e louvamos eternamente!

Sabe o que isso significa?

A promessa do Reino de Deus é cumprida! Um Reino para sempre! Onde aquela criança, que Maria carrega em seu ventre e faz dela, naqueles nove meses, portadora de Deus, é quem “reinará eternamente e dará vida eterna a todo o que crê” (Lc 1. 32–33). Aquela criança que ela irá cuidar e alimentar é quem destruirá a própria morte e cobrirá, expiará e perdoará o pecado. Por causa de tudo isso, o anjo pode dizer para aquela jovem moça: “Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo!” (Lc 1.28), e mais adiante, Isabel — possuída pelo Espírito Santo — exclamará: “Bendita és tu, entre as mulheres, e bendito o Fruto do teu ventre!” (Lc 1.42).

Em meio a todo este acontecimento espetacular, Maria também está preocupada sobre como tudo isso irá acontecer. Mas, o anjo lhe acalma: “Deus sabe que você é virgem, mas o Espírito Santo te encherá e o poder do Senhor te envolverá” (Lc 1. 35) — por isso, daquela jovem nascerá não uma criança qualquer, mas o verdadeiro Senhor, o verdadeiro Deus!

O anjo, então, vê aquela jovem moça se inclinar e dizer: “Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a tua Palavra!” (Lc 1.38).

E assim inicia o momento de Deus cumprir todas as suas promessas — ali, no ventre de Maria, que será sua casa, seu lar pelos próximos nove meses — e que depois irá nascer nesse mundo — encarnado — para consumar toda a obra e justiça do Senhor!

O anjo vai embora na certeza de que esse encontro acontecerá novamente — por causa daquela criança gerada no ventre de Maria — e nesse reencontro, os anjos, Maria, e todos aqueles que confiam nesta criança — neste Deus que é Jesus — estarão inclinados diante dele, o adorando e louvando-o na vida que não tem fim — na alegria eterna — onde a dor, a tristeza e a maldade ficarão para trás e serão esquecidas. O anjo vai embora com esta certeza, e nós podemos hoje continuar tendo essa mesma certeza!

Maria não estava carregando uma parte da divindade, Maria não estava gerando um tipo de semideus. Não! Aquele que nasceu do ventre de Maria, pelo poder do Espírito Santo é o nosso Senhor, é o nosso Salvador, é o nosso Deus! Pela Graça Divina e não pelos seus méritos, Maria teve a honra e o privilégio de ser Mãe de Deus!

Amém!

Rev. Helvécio José Batista Júnior
No Dia da Anunciação de Nosso Senhor, 2017 AD

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