Em Cristo temos a mesma consolação que consolou os apóstolos

São Barnabé, Apóstolo (11 de junho)

Josemar Alves Bonho
Teologia Luterana
2 min readJun 12, 2024

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Ilustração de Kelly Klages em We All Believe in One True God (Tobias Clausnitzer, Kloria Publishing, 2018)

Hoje nosso calendário santoral lembra Barnabé, mencionado especialmente nos capítulos 4 (vv. 36–37), 9 (vv. 26–30), 11 (vv. 19–30), 13 e 15 (vv. 36–40) de Atos dos Apóstolos.

Uma bela e inspiradora canção de Guilherme Kerr tornou a história de Barnabé bem conhecida no meio cristão evangélico. O refrão diz assim:

“Era o seu nome Barnabé, natural de Chipre,
Também chamado de José da Consolação,
Homem bom e piedoso, cheio de temor e fé,
Homem de Deus.”

Sim! Barnabé foi um homem de Deus. Nós também somos homens e mulheres de Deus. E, assim como Barnabé, e todos os santos na glória, também somos pecadores, falhos e necessitados da misericórdia e perdão divino, como escreveu o reformador Lutero neste trecho destacado do volume 10 das Obras Selecionadas:

“Não devemos atribuir aos apóstolos tamanha santidade como se não pudessem pecar. Lucas relata no cap. 15 de Atos que entre Paulo e Barnabé houve uma desavença tão violenta que vieram a separar-se, depois de terem sido separados para o ministério do Evangelho entre os gentios e já terem percorrido muitas regiões em que anunciaram o Evangelho. Aqui, ou Paulo ou Barnabé, se excedeu. Essa discórdia que separou esses companheiros, antes, tão unidos, deve ter sido muito veemente. É o que o texto também sugere. Tais exemplos foram escritos para o nosso conforto, pois somos plenamente consolados quando ouvimos que também tão grandes santos pecam. Esse consolo nos querem arrebatar aqueles que negam que os santos possam pecar. […] A tais exemplos, as fracas e tímidas consciências devem dar a máxima importância, para que, por intermédio deles, aprendam a compreender melhor o que oram, quando dizem: “Perdoa-nos”, etc., e entendam melhor o artigo da remissão dos pecados em que os apóstolos e todos os santos creram. E, juntamente, conosco oraram: “Pai nosso”, etc. Os apóstolos não tinham nenhuma vantagem sobre nós, exceto o apostolado. Nós possuímos os mesmos bens que eles, a saber, o mesmo Cristo, o mesmo Batismo, a mesma Palavra, a mesma remissão dos pecados. De todos esses bens, também eles careciam e por eles foram santificados e salvos, como nós.”

(Comentário da Epístola aos Gálatas, 1935, em Obras Selecionadas de Lutero, vol. 10, págs. 120–121)

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