O Concílio de Niceia

Josemar Alves Bonho
Teologia Luterana
Published in
2 min readJun 12, 2024

Justo L. González

Ilustração do Concílio de Niceia em Military and religious life in the Middle Ages and at the period of the Renaissance (1870)

O concílio afinal se reuniu na cidade de Niceia, na Ásia Menor, perto de Constantinopla, em 325. A posteridade conhece esta assembleia como o primeiro concílio ecumênico, isto é, universal.

Não sabemos o número exato de bispos que assistiram ao concílio, mas ao que parece foram uns trezentos. Para compreendermos a importância do que estava acontecendo, recordemos que vários dos presentes tinham sofrido prisões, torturas ou exílio pouco antes, e que alguns levavam em seu corpo as marcas físicas da sua fidelidade. E agora, poucos anos depois daqueles dias de provações, todos estes bispos eram convidados a se reunir na cidade de Niceia, e o imperador cobria todos os seus gastos. Muitos dos presentes se conheciam de ouvir falar, ou por correspondência. Agora, pela primeira vez na história da igreja, eles podiam ter uma visão física da universalidade da sua fé. Eusébio de Cesareia nos descreve a cena, em sua Vida de Constantino:

Ali se reuniram os mais distintos ministros de Deus, da Europa, Líbia (isto é, África) e Ásia. Uma só casa de oração, como que ampliada por obra de Deus, abrigava sírios e cilícios, fenícios e árabes, delegados da Palestina e do Egito, tebanos e líbios, junto com os que vinham da Mesopotâmia. Havia também um bispo persa, e tampouco faltava um cita na assembleia. Ponto, Galácia, Panfília, Capadócia, Ásia e Frígia enviaram seus bispos mais distintos, bem como os que moravam nas regiões mais remotas da Trácia, Macedônia, Acaia e Epiro. Até mesmo da Espanha um de grande fama (Ósio de Córdoba) se sentou como membro da assembleia. O bispo da cidade imperial (Roma) não pôde participar por causa da sua idade avançada, mas seus presbíteros o representaram. Constantino é o primeiro príncipe de todas as épocas que juntou semelhante grinalda mediante o vínculo da paz, e a apresentou a seu Salvador como oferta de gratidão pelas vitórias que conseguiu sobre seus inimigos.

Fonte: Justo L. González. Uma história ilustrada do Cristianismo. Vol. 2. São Paulo: Vida Nova, 1995.p. 93–94.

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