A performance do reality show Big Brother Brasil e a teoria funcionalista
Big Brother Brasil é considerado o maior reality show brasileiro — em termos de popularidade e consumo do público. O BBB (como é chamado normalmente) teve sua primeira edição no ano de 2002, já com a direção de José Bonifácio Brasil de Oliveira, o ‘’Boninho’’. Partimos do ponto de que mídia e sociedade se relacionam em um movimento encíclico, dessa maneira, estudar a mídia significa estudar a sociedade. Por assim dizer, a televisão se encontra inscrita nas relações mais abrangentes de experiências cotidianas, tais programas televisivos são parte de construções e propagações de interações sociais através de formas de comportamento, principalmente.
Podemos relacionar o maior reality brasileiro juntamente da Teoria Funcionalista. Você sabe como essa teoria funciona? Podemos te explicar: a mídia e a produção em massa desempenham um papel promissor e importantíssimo na sociedade, visando suas ações e seu papel dentro do corpo social.
A Rede Globo faturou R$ 550 milhões de reais em sua última edição (2021), com propagandas durante o intervalo comercial que custavam cerca de R$ 500 mil cada. Assim como muitos negócios são voltados com o objetivo de obter lucro, com a mídia não funciona diferente e, para isso, ela precisa de apoio popular. A questão é que para o telespectador não importa o tamanho do faturamento e sim o entretenimento que o programa proporciona. É uma via de mão dupla.
A ideia de captar pessoas comuns em suas atividades cotidianas, da forma mais vulnerável possível, veiculando essas imagens para milhares de telespectadores, é lucrativa para a emissora e atrativa para o público. Ainda mais quando se fala em Pay Per View, um canal pago que transmitia imagens das câmeras da casa durante 24h, que esteve presente em todas as edições desde o seu início. Aliás, você sabia que o único cômodo da casa mais vigiada do Brasil que não possuí nenhuma câmera é o banheiro? Bizarro, né?!
O Big Brother Brasil está diretamente ligado aos lucros midiáticos, quando exibido — o que normalmente coincide com o início do ano -, diante disso é possível percebermos que os assuntos de maior discussão entre as pessoas envolvem o reality. O programa passa diariamente em dois canais de TV: um aberto, Globo, e outro acessível apenas para assinantes de TV a cabo, Multishow (ambos fazem parte das Organizações Globo), e como dito inicialmente, cada marca e/ou empresa interessada em ter seu material exposto durante o comercial do programa deverá pagar R$ 500 mil. Nossa! O prêmio final não é nada diante de todo lucro gerado.
Afinal, você já se questionou: por que o reality é tão atraente para a grande massa? Muito provavelmente porque o programa relata situações e comportamentos que coincidem com a realidade de quem o assiste. Tal entretenimento transforma e constrói valores sociais que buscam a quebra de paradigmas e possibilita maiores interações e incorporações no âmbito social.
Sendo assim, percebemos a preocupação da teoria funcionalista no que diz respeito à sociedade e sua relação com a mídia, principal meio comunicativo. Basicamente, um conjunto de sistemas que dão suporte às estruturas sociais. A partir de funções e causas, podemos entrelaçar os relacionamentos de mídia, cultura, corpo social, informação, cultivo e sociabilidade.
Autoras: Bianca Reis e Giulianna Carvalho.
