Análise do filme "Pânico VI" sob a perspectiva da teoria funcionalista.

Cauane Marques Carneiro
teorias-comunicacao
4 min readJun 12, 2023
Fonte: Google Imagens

O filme Pânico VI é a continuação de uma extensa franquia que teve seu início datado nos anos 90. Classificado no subgênero slasher, o sexto filme mantém como características o humor sarcástico com o terror gore, provocando nos telespectadores risadas nas cenas que expressam comicidade por meio de sátiras e metalinguagem, além de asco nos famosos takes bastante sangrentos que fazem parte da essência dessa série de filmes. Dessa vez, a história se inicia em novos ares, uma vez que as protagonistas Sam e Tara mudam-se para Nova York para fugir dos acontecimentos mórbidos de seu passado registrados nos filmes anteriores. Porém, juntamente ao seu grupo de amigos, as irmãs Sam e Tara voltam a lidar novamente com todas as tragédias que acompanham o retorno de um novo Ghostface.

Um dos dramas que movimenta a história é a perseguição sofrida por Sam, devido aos boatos a respeito de seu possível envolvimento com os assassinatos ocorridos no passado, em Woodsboro. O linchamento da personagem realizado tanto fisicamente quanto nas redes sociais, assim como o televisionamento dos crimes ocorridos, geram a reflexão a respeito da influência dos meios de comunicação envolvendo esses acontecimentos. Em diversas cenas é demonstrado como os programas de televisão ou publicação na internet, ambos contando com um vasto alcance, afetam diretamente a imagem e as atitudes de Sam, fazendo com que ela passe a ser vista como agressiva após reagir aos inúmeros ataques invasivos de jornalistas e internautas.

Fonte: Google Imagens

A televisão, comumente associada a um dos meios de comunicação de massa mais utilizados para comunicação, é uma importante ferramenta neste enredo. Os canais de notícia são responsáveis por anunciar as atualizações a respeito da série de assassinatos ocorridos na cidade de Nova York. A presença marcante da personagem que representa a jornalista Gale Weathers é uma clara sátira sobre a espetacularização da mídia sobre os trágicos acontecimentos que facilmente repercutem entre a grande massa. Ainda podemos ressaltar a relevância do jornalismo investigativo na resolução de casos criminais. Sendo assim, é possível analisar esta obra cinematográfica a partir da Teoria Funcionalista da Comunicação, uma vez que esta analisa a função das diferentes mídias para entender as problemáticas e conflitos presentes na sociedade, bem como controlar as tensões nela presentes.

Fonte: Google Imagens

Outro instrumento utilizado para a disseminação dos acontecimentos, conforme apresentado no longa, são as redes sociais. Em uma das cenas em que Sam é perseguida devido aos rumores que já circulavam sobre ela, sua reação à abordagem inconveniente de desconhecidos foi gravada e postada nas plataformas digitais, abrindo para a interpretação de que o momento de estresse era uma evidência para confirmar as acusações à ela direcionadas.

A movimentação representada pela divulgação irresponsável de informações falsas, pode ser prejudicial para a coesão social e o bem estar pessoal pois, como evidenciado pela Teoria Funcionalista, os efeitos negativos desse tipo de comunicação disfuncional pode abalar a reputação do indivíduo perante a sociedade.

No desfecho do filme também é feita uma menção indireta à Teoria Funcionalista da comunicação, quando um dos Ghostface's revela que foi o responsável pela origem dos boatos que culpabilizam Sam pelos assassinatos, para que a mesma fosse vista como assassina, com intenção de fazer com que essa visão deturpada influenciasse o público que acompanhava os crimes, tornando assim a protagonista um alvo de ódio coletivo, com sua morte arquitetada cumprindo o papel de vilã, ao invés de vítima e sobrevivente, o que de fato era.

Fonte: Google Imagens

Harold Lasweell, desenvolvedor desta teoria, criou um método de teste baseado em quatro perguntas chave para auxiliar na identificação da mensagem, do canal, do receptor e do impacto causado. Sendo assim, é possível identificar as respostas para as quatro perguntas básicas de Lasweell quanto à teoria funcionalista no que diz respeito ao filme "Pânico 6". Sendo assim, o "quem diz" é exercido pelos vilões da trama, o "em qual meio" se dá pelas redes sociais, o "para quem" é o receptor, papel exercido pelos grupos de interesse do assunto, e por fim, o "com que efeito" que busca saber o impacto que a mensagem gerou, que foi possível classificar como tendo um grande impacto na opinião popular, já que o boato foi adotado como verdade por uma maioria.

Autoras: Nayssa Priante e Cauane Marques.

REFERÊNCIAS

https://aulasdecomunicacao.wordpress.com/2012/12/13/teoria-funcionalista-da-comunicacao/

https://br.ign.com/panico-6/106873/review/review-panico-6

https://medium.com/teorias-comunicacao/coringa-sob-a-perspectiva-da-teoria-funcionalista-d97a0cafddb2

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