As redes sociais e a Teoria Ator-Rede

Você já se perguntou o quanto a sua rede social afeta você? Será que houveram estudos e mais estudos para montar o Instagram, por exemplo? Ou até mesmo o Facebook? Por que nós temos perfis em redes sociais e como ela afeta o nosso dia a dia? Neste texto vamos usar a Teoria Ator-Rede para estudar as bases de uma rede social.

A Teoria Ator-Rede (TAR) ou Actor Network Theory (ANT) é baseada nos estudos de Bruno Latour, John Law e Michel Callon e foi desenvolvida na Escola de Mines, na França. Essa teoria surgiu no fim dos anos 70 e começo dos anos 80, quando nesse tempo a tecnologia estava ampliando suas formas de intervenção no mundo. O objetivo dessa teoria é destacar a relação do ser humano com os não humanos que vivem ao seu redor como animais, objetos, etc. Ou seja, uma parte que não pode ser considerada um ser humano.

Os três princípios que baseiam a TAR são o agnosticismo, simetria generalizada e a associação livre, quando o ser humano mantém uma relação com os não humanos, eles naturalmente fazem a associação e assim, produzem esse vínculo social. Dessa forma, a Teoria Ator-Rede considera tanto o lado social como o lado tecnológico.

Quando se estuda a TAR muitas vezes há um foco somente nos aspectos tecnológicos e por outras o social é deixado de lado. É necessário estabelecer um local e um contexto para que haja um movimento entre esse espaço-rede. Por isso, para melhorar a comunicação no espaço-rede, é preciso entender o local em que se mantém as relações sociais.

Na Sociologia, os atores que são os objetos eram limitados ao poderio do ser humano. Já na TAR, os atores podem ser os protagonistas nessas ações e assim, “autorizam, permitem, produzem, proíbem e influenciam” (LATOUR, 2005, p. 72). Desse modo, os objetos ganham o protagonismo, pois eles modificam a situação das coisas.

Assim, quando uma rede está em movimento é necessário que ela amplie essa função. Por exemplo, quando você pesquisa sobre uma marca famosa que foi indicada por uma digital influencer, se as suas redes sociais estiverem logadas no mesmo actante que você utilizou para fazer a pesquisa, nos stories do seu Instagram aparecerão propagandas sobre ela, no feed do seu Facebook também até que você vá a alguma loja e adquira esse produto. Latour chama essa função de plug in, pois ela faz as movimentações entre as informações, executando assim as associações.

As redes sociais são componentes que estão presentes no dia a dia e geram relações interativas no ambiente em que as pessoas vivem. A Teoria Ator-Rede pode ser incluída nesse âmbito, pois na era tecnológica em que se vive, é quase impossível de produzir, permitir e influenciar sem que se tenha acesso aos actantes que são os computadores, smartphones e internet.

Desse modo, as redes sociais afetam o cotidiano, o espaço-rede que as pessoas criaram nelas, permite que os actantes sejam protagonistas influenciando nas relações interpessoais por meio das redes sociais. A Teoria Ator-Rede tem uma forte influência nesse contexto, pois a simetria generalizada pode abranger todos os objetos que estão no social. Por fim, Latour afirma que para manter a movimentação dessas redes, não é necessário gastar muito, mas sim manter as redes estabilizadas e demonstrar conexões que sejam de pouco custo (LATOUR, 2005, p. 231).

Referências

LEMOS, A. Espaço, mídia locativa e teoria ator-rede. Galaxia (São Paulo, Online), n. 25, p. 52–65, jun. 2013.

Autoras: Amanda e Rebeca