Zoe Cartagenova
teorias-comunicacao
3 min readDec 4, 2019

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O Paradigma da Complexidade e sua contribuição holística para a educação

Como seria se falássemos sobre a literatura na matemática? E a química em sociologia? Parecem ser áreas muito distintas, não? Isso faz parte do conceito de transdisciplinaridade, que é a compreensão do conhecimento na sua pluralidade. Na escola, por exemplo, estudamos cada disciplina separadamente, não somos ensinados a integrar os saberes. É como se engavetássemos toda a informação que recebemos em compartimentos diferentes, fragmentando o conhecimento. Edgar Morin, em seu livro “Introdução ao Pensamento Complexo” faz uma forte crítica à ideia positivista da separação das ciências, que surgiu com a revolução científica moderna no século XVII, ele salienta a ignorância dos estudiosos da época de enxergar as pesquisas a partir de uma perspectiva concreta, mecânica e exata. Morin defende o reestabelecimento da teoria reducionista que simplifica o objeto para um paradigma que amplia a visão sobre ele. Ou seja, uma reparadigmatização da ciência.

‘Não se trata de abandonar os princípios da ciência clássica, mas de integrá-los de um modo mais amplo e rico” (MORIN, 2007, p. 62)

Morin afirma que não pretende também “opor um holismo global e vazio por um reducionismo sistemático” (MORIN, 2007, p. 62).

Estamos falando sobre interligação das partes tangíveis ao seu conjunto final. De modo que os mais diversos ramos científicos possam dialogar entre si e trocar informações, promovendo o avanço da compreensão da realidade. Essa teoria foi chamada de “pensamento complexo” ou “paradigma da complexidade”.

E como estabelecer esse método na educação?

[…] o paradigma emergente busca provocar uma prática pedagógica que ultrapasse a visão uniforme e que desencadeie a visão de rede, de teia, de interdependência, procurando interconectar vários interferentes que levem o aluno a uma aprendizagem mais significativa, com autonomia, de maneira contínua, como um processo de aprender a aprender para toda a vida (BEHRENS, 2013, p.111).

O pensamento complexo é um desafio para educação, pois trata-se de reconduzir padrões pré-estabelecidos e driblar toda a fragmentação das informações. A abordagem sistêmica na educação, irá andar juntamente da metodologia e das práticas pedagógicas, envolvendo o aluno em um ambiente favorável, produtivo e inovador. Essa metodologia não dissocia ensino e pesquisa, e estimula o aluno à produção de conhecimento, em vez de, simplesmente reproduzir o conhecimento que é disseminado. Já as práticas pedagógicas sob os olhos da complexidade não irá segregar e sim, compor. Buscando sempre a ética, fraternidade, democracia e sensibilidade a todos que fazem parte do processo ensino-aprendizagem. Todos nós somos seres complexos, em um mundo onde as relações são inevitáveis e tudo está interligado.

Autores: Elena Zoe e Vitor Queiroz

Referências

http://www.uniararas.br/revistacientifica/_documentos/art.4-001-2013.pdf

https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/17764_8098.pdf

http://wwws.fclar.unesp.br/agenda-pos/educacao_escolar/837.pdf

https://www.revistas.unipar.br/index.php/akropolis/article/download/2812/2092

http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2012/10/a-revolucao-cientifica-moderna.html?m=1

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/11/nanofios-sao-responsaveis-pela-forca-das-teias-de-aranha-diz-pesquisa.html

https://br.depositphotos.com/107471824/stock-illustration-time-to-education-open-book.html

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