Teoria funcionalista em Divergente (2014)

Vivia Pantoja
teorias-comunicacao
3 min readAug 23, 2022
Filme Divergente (2014)

A teoria funcionalista parte do princípio da análise dos processos sociais, como os sistemas que mantêm o funcionamento da sociedade. Seguindo essa lógica, as autoras Ana Carolina Temer e Vanda Nery (2004) propõem que esse conceito tem como proposta se basear na ideia de que a função de cada uma das partes é manter o todo, ou conservar o conjunto em equilíbrio. Desse modo, é necessário que as partes troquem informações e se relacionem em vários níveis, de forma a aumentar a cooperação. No sistema social, entendido como um organismo cujas diferentes partes desempenham funções de integração e manutenção, a comunicação social é fundamental, pois relaciona-se com a ação social, que consiste na adesão aos valores interiorizados e institucionalizados.

Um exemplo onde esta teoria é posta em prática é no filme Divergente (2014), o qual se passa em um futuro distópico pós-guerra. Para reconstruir a vida em sociedade, foi necessário reformular a sua organização partindo do ponto de que a paz só reinaria se as pessoas vivessem dentro de um sistema de facções, que os dividiria de acordo com a sua personalidade e aptidão. A história tem como foco o dilema da jovem Beatrice Prior (Shailene Woodley) em decidir para qual facção irá. No desenvolver da trama, é possível perceber que cada facção desempenha um papel crucial na manutenção da ordem social.

Organograma das facções do filme Divergente (2014)

Dessa forma, quando Beatrice não se encaixa e não concorda com funções que são desempenhadas pelas facções, ela acaba evidenciando as falhas desse sistema que oprime quem se diverge e não se encontra dentro das funções, somado a isso, uma das cinco facções, por se considerar superior, estava agindo de forma desigual sobre as demais, gerando um ruído dentro da comunidade, pondo em risco a ordem social. Entretanto, tais problemas só ocorreram devido ao desvio do que seria considerado o sistema ideal, pois, segundo o sociólogo Émile Durkheim, a função social é como um organismo, em que cada órgão precisa preservar o funcionamento do corpo à garantir o desempenho harmonioso e organizado da sociedade.

Sob essa perspectiva, fica evidente que a sociedade molda cada cidadão para desempenhar uma determinada função, haja vista que, toda sociedade é especialmente dividida para cada personalidade e trabalho. Dentro desse contexto, o funcionalismo proposto por Durkheim, vai ao encontro da ideologia apresentada em Divergente, em virtude da importância de definir as partes, uma vez que, na saga vemos que a sociedade em que eles vivem tem tanta influência e poder sobre eles que acaba por definir sua vida por completo.

Autoras: Vívia Pantoja e Kamilly Victória.

Referência:

TEMER, Ana Carolina. NERY, Vanda. Para Entender as Teorias da Comunicação. Uberlândia: Asppens, 2004.

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