Teoria Hipodérmica: o poder das mídias sociais em governos autocratas.

Bruna Suelem
teorias-comunicacao
4 min readDec 13, 2019

“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais” — Frase retirada do site “Armas silenciosas para guerras tranquilas”

Armas? Agulha? Afinal, o que é a Teoria Hipodérmica?

Calma meu caro leitor, irei lhe explicar essa teoria conhecida por diferentes nomes, como “Teoria da Bala Mágica” ou “Teoria da Agulha Hipodérmica”, essa teoria é conhecida por ser uma das primeiras teorias da comunicação, sendo considerada uma teoria de estudo sobre o uso da mídia como fator de manipulação de massa.

Essa teoria surgiu na década de 30 e se baseia na aplicabilidade de uma mensagem que é transmitida pela mídia para a massa, na qual a informação chega da mesma maneira e com as mesmas perspectivas. Por esse viés, essa teoria é chamada de “Teoria da Agulha Mágica”, referindo-se a mídia com uma agulha cheia de informações diretas que são injetadas no cérebro de quem as recebe. Nessa teoria vale ressaltar que surgiu em época de governos autoritários, como na primeira e segunda guerra mundial e seu papel era compreender quais são as influências das informação na época, através da mídia, principalmente o rádio onde era a maior fonte presente de informações passada pelos seus governantes e como isso afetava no comportamento social e psicológico da população.

E como funciona na prática?

• Com base na teoria, através da mídia era “injetada” grande informação manipulada no público, apresentando sua versão como verdade absoluta, não gerando questionamento dos mesmos, sendo recebido como pergunta e obtendo uma resposta imediata.

Ainda existe manipulação de massa nos dias atuais?

‘’Manifestação contra o governo autoritário ‘’

Nos dias de hoje é comum o Estado, principalmente de aspecto autoritário, intervir nos grandes grupos midiáticos. Em Janeiro de 2019 a crise política na Venezuela com o autoproclamamento de liderança no Parlamento da Venezuela ampliou a crise pelo país, com grupos contras e pró do então governo.

As mídias acabaram facilitando essa divisão, a diretoria executiva do Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) da Venezuela, Marianela Bambi, relata que “estamos a viver em um nível de manipulação direta das informações por parte dos porta-vozes do Estado.” Não sendo esse um caso isolado, surgindo uma revolta e indignação da população por conta da audiência, onde se sentem mal informações pela mídia por conta de a maioria dos programas de televisão e rádio não serem transmitidos em tempo real, dando à entender que pode ocorrer uma manipulação na informação repassada.

Mas não é algo exclusivo do país latino americano. Na Coreia do Norte, a manipulação continua por meio do governo autoritário. Vídeos e fotografias são constantemente manipulados e repassados como verdade absoluta para população, que é obrigada a assistir somente os canais que o governo libera, sem direito a internet que possibilita informações fora das fronteiras da Coreia do Norte. Com o avanço da tecnologia a divulgação das informações acabaram sendo mais rápidas, repassando muitas vezes conteúdos manipulados sem a percepção de quem recebe e divulga.

Mesmo sendo de suma importância para a história das teorias da Comunicação, a Teoria Hipodérmica acabou sendo ultrapassada e resistente a um pensamento um tanto quanto limitado, pois acreditava-se que todos receptores das informações a receberiam de mesma maneira, não levando em conta o psicólogo nem o social, o que acabou levando-a a ser deixada de lado e dando origem a outras teorias.

Autora: Bruna Suelem

referências:

https://pin.it/7vuv2igzjwqknx

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