Teoria matemática da informação: as Fake News e as intenções de votos nas eleições de 2018

Uma mentira dita mil vezes, torna-se uma verdade. Joseph Goebbels.

A relação entre a teoria matemática da informação e as fake news pode ser vista em um dos aspectos mais importantes para a teoria matemática, o ruído. Na teoria matemática a comunicação é considerada como um sistema de códigos que vai ser codificado por um emissor e decodificado por um receptor. No meio desse processo de codificação e decodificação podem ocorrer ruídos que interferem na interpretação das informações que haviam sido transmitidas. As fake news, assim, seriam um ruído proposital, usado para benefício daqueles que as criam, gerando um ciclo de ruídos de comunicação.

As fake news são táticas usadas para sobreposição dos interesses pessoais aos coletivos, sejam políticos, econômicos ou de entretenimento, criando, dessa forma, ruídos de comunicação. O que parece um fenômeno novo, na verdade já mostra sinais na segunda guerra mundial, quando Adolf Hitler fazia uso da disseminação de notícias falsas, distorcendo as informações para favorecer o seu próprio discurso.

Segundo dados da USP, mais de 12 milhões de informações equivocadas são compartilhadas e a maioria apresenta um cunho político. As fake news (políticas) começaram a ser noticiadas com mais frequência na campanha eleitoral de Donald Trump em 2016, nos Estados Unidos. Alguns exemplos de fake news são as reportagens com os títulos: “Papa Francisco choca o mundo e apoia Donald Trump” e “Agente do FBI suspeito no caso de e-mails vazados de Hillary é encontrado morto em um aparente caso de suicídio-assassinato”.

No Brasil, durante a campanha presidencial de 2018, várias matérias, vídeos, entrevistas alteradas, falas fora de contexto foram divulgadas por partidos políticos com a intenção de gerar especulações negativas a respeito de outros candidatos, influenciando os eleitores na sua intenção de voto.

Neste sentido, um aspecto importante a ser comentado é a forma de propagação dessas noticias, que evidenciam uma lacuna na educação digital, visto que, na maioria das vezes, os receptores da informação não buscam saber a relevância de suas fontes e acabam repassando o mesmo conteúdo adiante, criando um ciclo de disseminação de pensamentos errôneos. Como explanou o filósofo Aristóteles:

O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito a medida que avança.

Autores: Gabriela Lira, Giovanna Araujo e Luana Cunha