A Cultura Digital

Thais dos Santos
Teorias da Comunicação
3 min readMar 15, 2021

A cibercultura por Pierre Lévy.

Imagem retirada do site: Letras e Educação

Quando falamos sobre cultura digital, logo pensamos em uma cultura voltada para as tecnologias. Cultura nada mais é que um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos. E ao falarmos sobre cultura digital, estamos pensando em uma das diversas formas que a cultura pode exercer, e está em específico se trata e funciona nos meios de comunicação.

Para compreendermos a cultura digital, devemos retornar ao início das máquinas tecnológicas. Os primeiros computadores, nos anos 60 eram utilizados apenas para cálculos e poucos tinham acesso a ele, já nos anos 70 esses computadores passam a ser comercializados e ocorre a criação dos computadores pessoais — onde pessoas poderiam criar seus próprios textos, navegar tranquilamente e se divertirem -, nos anos 80 e 90 podemos enxergar o grande crescimento tecnológico dos computadores, que agora podem armazenar, reproduzir, calcular, tudo em alta velocidade. Do mesmo modo que os computadores cresciam de forma técnica, as pessoas que entravam neste mundo também expandiam.

No livro Cibercultura, publicado em 1997, Pierre Lévy procurou não só compreender os pontos importantes da internet, mas também mostrar a evolução positiva dessa nova era e alguns riscos que ela apresentou. O termo cibercultura vem da ligação cibernética (Ciência que estuda a comunicação e o controle nas máquinas e nos seres vivos), ciberespaço e a cultura. A cibercultura compõe um conjunto de técnicas, ações, hábitos e espaços criados por pessoas ao entrarem em contato com a tecnologia. Para Lévy, a cibercultura é universal, pois ela está sempre procurando meios de atingir a sintonia e qualquer ser humano pode acessá-la em qualquer lugar.

Para compreendermos melhor o processo de cibercultura, devemos nos aprofundar no ciberespaço e seus principais fundamentos. O ciberespaço nada mais é que o ambiente onde são somadas informações e compreensões, Pierre descreve que o crescimento desse espaço se deu graças a pessoas anônimas e que desejavam melhorias nesse meio e não a instituições com grandes nomes. Existem três fundamentos principais que ajudam a captar melhor este conceito, são eles:

  • A Interconexão: É a comunicação de forma interativa, Lévy descreve que “além de física comunicação, ela constitui a humanidade em um continuo sem fronteiras” (Lévy, 1997, p.127)
  • Comunidades Virtuais: Local onde ocorrem muitas emoções; construída através de interesses e conhecimentos de um determinado grupo, onde ocorre processo de troca e a reciprocidade, mas a recompensa se dá através da reputação.
  • Inteligência Coletiva: Ela possui interesses da parte dos grupos, porém está relacionado ao “ideal coletivo inteligente”, onde ocorre uma capacitação de forma mais rápida e melhor criação. Ela é um campo de pesquisas e soluções de problemas.

Além disso, podemos perceber que esses três fundamentos são caracterizados pela independência na criação e compartilhamento.

Outros pontos importantes descritos no livro de Pierre são: as técnicas são neutras, mas a forma que utilizamos elas a tornam boas ou ruins. As técnicas são criadas dentro da cultura e a sociedade está condicionada pelas técnicas.

Em uma entrevista ao Roda Viva, Pierre explica sobre cibercultura e dá grandes exemplos sobre este conceito importante.

https://www.youtube.com/watch?v=DzfKr2nUj8k&t=504s

Imagem retirada do site: Fronteiras do Pensamento.

Pierre Lévy nasceu em Tunísia, no ano de 1956. É filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação, seus estudos são voltados para o impacto da internet na sociedade, a humanidade no digital e no virtual.

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