Cibercultura e a Remixagem

Thais dos Santos
Teorias da Comunicação
3 min readMar 16, 2021

André Lemos e a remixagem na cibercultura

imagem retirada do blog: Dj Ban.

André Lemos, assim como Pierre Lévy, Manuel Castells e Henry Jenkins, retorna ao conceito de cibercultura, porém, os caminhos compartilhados no artigo Remix são outros. Conhecemos a palavra remix através ação de modificar algo feito por outra pessoa, e esse termo se originou na música, com os DJ’s no hip hop. Assim, podemos descrever as remixagens como práticas de combinações, colagens, cortes das informações, todos envolvendo a tecnologia.

Por se tratar de remix, Lemos apresenta o conceito de autor e propriedade, que surgiram no capitalismo. O autor na modernidade possui a imagem de “dono da sua criação” e acaba construindo assim o controle da circulação, concedendo seus direitos e recebendo royaltis. Porém, este ciclo chega ao fim quando os artistas decidem utilizar trabalhos de outros artistas para a recombinação.

Lemos retorna a ideia da internet autônoma, mas a importância de como utilizar essas redes de forma correta ainda são um ponto importante, além da velocidade que podemos acessá-las.

Lemos explica que a cibercultura possui três leis importantes: A liberação do polo da emissão; o princípio da conexão em rede e a reconfiguração de formatos.

  • Na liberação do polo da emissão ocorre uma certa euforia, pois as vozes que antes eram restringidas, agora podem utilizar os meios para se pronunciarem.
  • O Princípio da Conexão em Rede acompanhou todo o processo de transformação dos computadores, até a chegada dos smartphones. Aqui, pessoas, máquinas, objetos, entre outros, estão se comunicando e são localizadas na rede.
  • Na Reconfiguração de Formatos ocorre a reconfiguração de práticas, lugares e modalidades midiáticas sem que haja mudanças nos processos anteriores.

Para finalizarmos, são apresentados exemplos atuais que nos ajudam a compreender melhor o conceito de remixagem, e em todos eles podemos ter diversos autores, reciclagens de conteúdos, produção e distribuição livre.

  • A arte eletrônica, onde a criação das artes servem para questionar e problematizar o tempo, espaço, real x virtual, entre outros.
  • O podcast, que está em constante crescimento. No podcast temos a presença do AM e FM e as rádios conseguem manter seus seguidores ativos.
  • Os blogs, onde qualquer pessoa pode compartilhar informações, podendo ser pessoais ou não, em formatos de vídeos, textos ou fotos. Um exemplo que se encaixa aqui é a Wikipédia.
  • As redes P2P são sistemas de compartilhamento, ocorre a troca de compartilhamento em qualquer lugar do mundo e todos os usuários podem fornecer informações.
  • Softwares livres são códigos abertos, onde ocorrem a criação e o compartilhamento da inteligência, sem que haja tentativas de direitos autorais.

Sobre o autor:

imagem retirada do site: Unifor.

André Lemos nasceu no Rio de Janeiro e se mudou para Salvador. Se formou em Engenharia Mecânica (UFBA), seu mestrado foi em Engenharia de Produção (UFRJ), e ele também é professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA. Seus estudos são voltados para os objetos técnicos e a relação com a sociedade.

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