Stuart Hall e os Estudos Culturais Britânicos

Livia Freitas
Teorias da Comunicação
3 min readFeb 14, 2021

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Biografia

Stuart Hall foi um teórico cultural jamaicano muito importante para os estudos culturais britânicos, juntamente com os meios de comunicação. Atuando no Reino Unido, ele contribuiu com pensamentos que foram de extrema importância para os estudos sobre o assunto até os dias de hoje.

Em 1950, depois de ter trabalhado na “Universities and Left Review”, Hall se juntou a Raymond Williams e outros teóricos para fundar a revista “New Left Review”. Mas sua carreira só impulsionou mesmo após sua participação como co-autor de “The Popular Arts” em 1964 junto com Paddy Whannel.

Em 1951 Hall se mudou para Bristol, onde viveu por um tempo antes de ir para Oxford. Ele estudou como bolsista Rhodes na Universidade de Oxford, chamada Merton College, e lá obteve o seu mestrado. Depois disso, Hall trabalhou na Universidade de Birmingham, fundando em 1964 os “Birmingham Center for Cultural Studies” (Centro de Estudos Culturais Contemporâneos), tornando- se assim, o personagem principal do centro de pesquisa; e em 1968 se tornando diretor dessa mesma unidade.

Hall Stuart escreveu muitos artigos influentes nos anos seguintes, como: Situating Marx: Evaluations and Departures (1972) e Encoding and Decoding in the Television Discourse (1973). Já no Brasil, Hall é bastante conhecido por seus livros Identidades Culturais na Pós-Moderninade e da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais. Após ser nomeado professor de sociologia na Universidade em 1979, publicou vários outros livros como: The Hard Road to Renewal (1988), Resistance Through Rituals (1989), The Formation of Modernity (1992), entre outros, se aposentando então em 1997.

Ideologias

O pensamento de Stuart Hall é centrado nas questões e de estudos culturais e hegemonias, a partir de uma posição pós-gramsciana. Hall idealiza o uso da linguagem determinado por uma moldura de poder, instituição, política e economia. Stuart Hall utilizava para esse pensamento a análise textual, dando atenção à possibilidade de negociação e de oposição por parte da audiência no processo de recepção de um texto, tanto escrito quanto visual e oral. Ou seja, a audiência não é apenas um receptor passivo de um texto. Sua recepção é um processo ativo, onde há negociação em torno da significação. E de acordo com Hall, o significado depende do contexto cultural da pessoa, fator que pode explicar porque alguns aceitam uma forma de leitura de um texto que outros rejeitam. Com isso, Hall acreditava também que as pessoas eram como produtoras e consumidoras de cultura.

Desenvolvendo mais suas ideias, Stuart Hall criou um modelo, que foi nomeado como “codagem/decodagem do discurso midiático”. Tal modelo tinha como base de estudo a crença de que o significado de um texto está em algum lugar entre o produtor e o leitor. Ou seja, por mais que o produtor codifique seu texto de uma forma particular, o leitor irá decodificá-lo de uma maneira um pouco diferente. Esse ato se chama “margem de entendimento”.

Stuart Hall não necessariamente o pai dos Estudos Culturais Britâncios, mas como teórico e ativista, teve uma extrema importância no assunto, uma vez que trouxe novos ideais e leituras políticas.

Referências

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