O que parece ser o fim… é o começo

Edu Alves
Terapeuta de Papel
Published in
4 min readApr 18, 2023

Você já conviveu com uma sensação no peito, daquelas que aperta fundo, e, de repente, ela inunda até a mente com angústias e medos? É como se algo já não coubesse mais dentro da gente.

A minha jornada de autoconhecimento me ensinou (e ensina até hoje) que lidamos melhor com os nossos medos e traumas a medida que encontramos e nos desintoxicamos de pensamentos e atitudes das quais não estão servindo para a nossa evolução ou, então, daqueles que, de alguma forma, agem na gente, mas de forma ainda doente.

Eu entendo esse processo como uma espécie de cura por meio da limpeza e organização de pensamentos, mas, também, de emoções e sentimentos, pois, numa camada mais profunda, são estes dois últimos itens que alteram nosso estado — a mente ativa as nossas emoções que, por sua vez, estabelecem nossos sentimentos.

Morar em pensamentos sobre o passado, nutrir mágoas e culpas, ter sempre os piores cenários sobre o futuro desenhados na dentro da nossa cabeça, viver em constante autocrítica … tudo isso pode fazer parte daquilo que preenche o peito desta água densa e pesada que falei logo ali no primeiro parágrafo. Tudo isso adoece a mente, o corpo e a alma.

E como a escrita auxilia nesse processo?

A prática da escrita terapêutica, aquela que não está avaliando o seu texto (se está usando a pontuação correta, o estilo de escrita, etc), e, sim, deseja ser uma ferramenta de desenvolvimento pessoal, pode trazer benefícios para que a energia empregada nessas situações seja melhor canalizada e, por sua vez, compreendida.

Invalidar esses pensamentos, emoções e sentimentos negativos dentro da gente dá mais força para que retornem querendo a nossa atenção. Costumo dizer que, quando me visitam, gosto de convidá-los para um café ou um chá. Sentamos à mesa, eles e eu, nos servimos de algo quente, que traga conforto e segurança e, por meio do papel e da caneta, conversamos. Digo a eles, na minha própria letra, que está tudo bem surgirem assim, da raiva e do medo e que eu posso ouví-los e ajudá-los a tomar um caminho menos doloroso. Digo que não tenho todas as respostas, mas posso encontrar ou, então, elaborar uma jornada única para nós.

Faço isso numa escrita livre, onde o fluxo dos meus pensamentos vão se tangibilizando na minha caligrafia no caderno, sem pressa, no ritmo em que minha mão pode acompanhar cada um em minha mente falando. Também uso a escrita para me conectar com cenários que são mais amorosos comigo mesmo.

Normalmente eles começam a surgir depois de um tempo de conversa com os medos e angústias que me habitam. Acredito que, quando ouvimos nossos pensamentos mais difíceis com mais compaixão, eles se abrem para possibilidades mais positivas e, com isso, surpreendentes. Começo com perguntas, sem me preocupar com as respostas. A troca do ponto de interrogação pelo ponto final começa naturalmente e, assim, vou vendo outras paisagens dentro de mim mesmo.

Escrever ajuda a compreender a sua expressão, a organizar pensamentos, a priorizar os medos, os traumas, entendendo o tamanho que possuem ou a forma que se apresentam. Também ajuda a compreender onde estão as situações que retomam o pensamento ou o comportamento obsessivo, ou seja, o gatilho.

Em cursos, mentorias ou processos terapêuticos dos quais conduzo com o objetivo de utilizarmos a escrita como autoconhecimento, digo que a escrita terapêutica é meditativa porque ela acalma a mente e tranquiliza a alma, criando uma ponte entre essas duas forças que temos dentro da gente. Nessa jornada, desenhamos juntos e decidimos quais lugares e portas vamos abrir.

Se está vivendo algo que esteja gerando desconforto, sugiro adotar um caderno para que pratique esses diálogos, que podem ser diários ou, então, no momento que entender que é mais oportuno.

Atente-se sempre aos seus pensamentos. Utilize a arte, como a escrita terapêutica, para cultivar a positividade, a elevação da vitalidade, uma boa visão de si e da vida. Sempre que possível, mantenha a mente focada naquilo que lhe faz bem e lhe ajuda a ser mais feliz. O que parece o fim… pode ser só o começo de uma vida melhor, mais leve e tranquila!

Do meu caderno para o seu,

Edu Alves

>>>>>>>>>>>>>

👨🏻 Mensalmente, escrevo sobre autoconhecimento, trazendo suas inspirações, aprendizados e, principalmente, experiências próprias. Todas elas sempre envolvem uma folha bem espaçosa e confortável para refletir sobre a vida e os caminhos percorridos.

📕 Se você quer receber esses conteúdos em sua caixa de e-mail e saber outras novidades, inscreva-se aqui.

--

--

Edu Alves
Terapeuta de Papel

Terapeuta Atendimentos indiviuais e oficinas | Thetahealing | Terapia Multidimensional | Escrita Terapêutica | Arteterapia | Psicodrama