Sonhar acordado!
Quando eu era criança, lembro-me de achar incrível descobrir que livros traziam histórias tão mirabolantes quanto as que aconteciam na minha imaginação. E, então, apaixonei-me pela literatura.
Já adulto, percebo em minha rotina que ler me auxilia na redução do estresse diário e me “desconecta” o que me ajuda a combater a preocupação. Costumo dizer que foi a leitura que me ensinou o que é empatia, que é a capacidade de compreender o lugar do outro. A conexão com personagens é mágica e traz grandes aprendizados! Lendo, ficção ou não-ficção, também podemos encontrar palavras de conforto e, com isso, suporte emocional.
Como a literatura apoia a escrita terapêutica?
Se uma pessoa ler 20 minutos por dia, em pouco tempo, poderá experimentar ter novas ideias, um melhor raciocínio e escrita, pode tornar-se uma pessoa que conversa de forma mais interessante e sentir um ganho positivo em seu bem-estar. A escrita terapêutica vai se beneficiar com toda essa nova bagagem.
Ler, afinal, nos ajuda a ter repertório para além do que acontece dentro da nossa própria narrativa, daquilo que a nossa imaginação pode criar visões novas, às vezes, desconfortáveis, mas necessárias para que superemos alguns obstáculos dos quais estamos vivendo.
Eu me proponho a ler todos os dias, mesmo que seja apenas uma página nos momentos em que o sono está ganhando ou, então, quando as atividades diárias tomam todo o meu tempo. Algumas vezes, escolho um livro aleatoriamente e, de algum modo, acredito que foi aquele ele que me escolheu. Na leitura, identifico falas que “conversam” com o meu momento e, assim, reafirmo que aquela obra veio trazer mensagens importantes para mim.
Em janeiro, me vi muito envolvido em questões pessoais e percebi que aquilo tudo consumia muito da minha energia, mas, efetivamente, não estava me ajudando a resolver as minhas angústias. Além de escrever diariamente, senti que, na verdade, eu precisava sair daquela dinâmica para, depois, voltar ali, mais relaxado e com um certo afastamento, para poder pensar e, então, resolver.
A leitura nesse período foi a forma que utilizei para ocupar minha mente de forma saudável. Quando a gente lê, focamos naquela história e essa mudança nos distancia de pensamentos negativos. Sem dúvida, o estado emocional que, então, nos leva para uma sensação mais positiva colabora mental, emocional e fisicamente com a nossa saúde.
Em cada livro mora um mundo particular que, quando mergulhamos nele, podemos trazê-lo para o nosso.
Quer algumas dicas? Vou deixar aqui contigo listado alguns livros que me fizeram “sonhar acordado”. Além de entrarem para o meu mundo particular, de algum modo me inspiraram a criar mais e melhor meu próprio repertório:
- Amar é ridículo — Ana Holanda
- Etelvina — Marcílio Godoi
- A vida que ninguém vê — Eliane Brum
- Tudo é Rio — Carla Madeira
- Um amor incômodo — Elena Ferrante
- Viver em paz para morrer em paz — Sérgio Cortella
- Coração-granada — João Doederlein
Me conta qual deles você vai escolher como sua próxima leitura?
Do meu caderno para o seu,
Edu Alves