só um desabafo rápido

Steffi de Castro
Terapia Verborrágica
3 min readOct 9, 2023
Ansiedade (Steffi — Shuffles)

A dose do meu medicamento aumentou. Pela primeira vez. Estou sentindo crises ansiosas horríveis: o peito dói, o coração fica super acelerado, não é metáfora, os sintomas físicos são horríveis. A vontade bem forte de deitar e não levantar mais; fico paralisada, sem vontades, sem força. Durmo o ddia inteiro quando isso acontece. Meu cerébro me apaga. Com certa vergonha, uma agonia que às vezes só para se eu choro muito. Decepcionada comigo mesma. Eu pensei que estava bem, mas parece que não estou. Parece que voltei à maré baixa, e agora com um pouco menos de controle. Pensei que eu tinha ficado “boa”, pensei que eu tinha ficado “bem”, mas a tristeza já anda ultrapassando as expressões do meu rosto, está transbordando.

Tenho medo de nunca alcançar as expectativas do meu trabalho, estou consciente de que realmente não estou entregando, mas que eu sei que posso, só não estou conseguindo. Tenho me esforçado, mas não tem sido fácil. Sinto falta da minha avó, muita. Homens continuam me magoando e nunca se preocupando comigo, também me tiram do meu centro e agora me causam ansiedade sem tamanho, me sinto descartável e sem graça e já nem consigo culpá-los, me responsabilizo 100%. Me responsabilizo 100% por tudo. Porque não tem, no final das contas, a ver necessariamente com qualquer uma dessas coisas.

Eu sempre estive nesses altos e baixos. Muito mais nos baixos, na verdade. Tenho recordações de já sentir tudo isso desde a infância. Lembro de ainda criança chorar por horas e de estar sempre metida num diário, livro, minhas bonequinhas de papel e orações. Eu era uma criança que rezava muito. Na adolescência isso piorou muito. Agora, adulta, busco por nomes. Transtornada. Aparentemente tenho um transtorno de humor, ao que tudo indica. Isso explica como é angustiante não sabe como você vai acordar. Nunca sei se vou acordar feliz, disposta, contente; apática ou profundamente triste. É como se eu fosse uma montanha-russa dentro de uma roda gigante, enquanto meu humor altera em um vai e vem de sobe e desce, o mundo vai rodando e me dando experiências no alto e no baixo, sem se preocupar em que ponto do gráfico estou agora.

Ontem decidi sair pra dançar um pouco, me forcei. Um colega se aproximou e perguntou por que eu estava triste. Eu nem sabia dizer. Me critico demais e as exigências externas talvez nunca vão se equiparar com as minhas próprias exigências. Tenho tentado manter a constância no que me proponho, mas nem sempre consigo. E eu sei que é ok nem sempre conseguir, mas eu dependo muito disso. Muito. Eu só posso contar comigo mesma, porque essa é também outra realidade: sempre me senti muito só. E tenho muita dificuldade de pedir ajuda nos momentos certos. Tenho dificuldade de falar as coisas na hora certa. Não quero incomodar. Não acho que vai importar. Não me sinto cuidada por ninguém. Só posso contar comigo.

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