O momento atual das construtechs e o legado da Katerra para o setor

Mateus Pontes
Terracotta Ventures
3 min readNov 5, 2021

--

Texto retirado de uma das edições da newsletter da Terracotta Ventures, que você pode se inscrever e acessar por aqui.

“Empresas que investem em fundos de venture capital descobrem primeiro quais serão as startups do futuro”

A citação é de nossa entrevista para o NegNews, o podcast da Época Negócios onde falamos sobre o cenário atual e futuro do ecossistema brasileiro de construtechs e proptechs.

Aparecemos também na edição de setembro da revista, que trouxe um especial sobre Corporate Venture Capital (CVC) e a crescente adesão de empresas tradicionais aos fundos de capital de risco convencionais. Não deixe de conferir:

Nada acontece por acaso

Ora, não fiz este “merchan” à toa. Na semana passada (6 a 10 de setembro de 2021), dois grandes players demonstraram estar apostando alto em construtechs e proptechs por meio do modelo de CVC:

Primeiro, tivemos o Santander adquirindo 90% da Apê11, um marketplace imobiliário que conecta vendedores e compradores de imóveis residenciais. O movimento é curioso, uma vez que inverte a ordem do que comentamos semanas atrás ao mencionar aquisições de instituições financeiras por parte de proptechs como Loft e QuintoAndar.

Já em segundo, vimos a Dexco — antiga Duratex — investindo $15M na Noah e $30M na Urbem, startups que têm buscado transformar a indústria da construção por meio de design e sustentabilidade. Os dois modelos são bastante complementares, uma vez que, enquanto a Urbem atua com a produção da madeira engenheirada, a Noah foca no desenvolvimento de negócios imobiliários para as construções, cujo processo utiliza a madeira e tem potencial de gerar grande impacto via práticas de ESG.

Inclusive, já havíamos chamado atenção para acontecimentos similares a estes, o que rendeu dois excelentes conteúdos que deixo abaixo para você ler ou revisitar:

Em meio a cases de sucesso, um case de “fracasso” — será mesmo?

A notícia da Noah nos deixa muito contentes, uma vez que a startup passou por nosso pipeline e demonstrou ter grande potencial de crescimento. Mas além disso, a notícia também nos faz relembrar um assunto polêmico que trouxemos para a mesa há alguns meses, que foi o fechamento da Katerra.

Na época, batemos na tecla de que movimentos daquela magnitude fazem parte do jogo e surpreendem apenas os desavisados, fortalecendo ainda mais a tese de construtechs na medida em que negócios ambiciosos como a Katerra deixam de herança várias lições.

Mesmo assim, é super compreensível que surjam dúvidas e incertezas sobre o que esperar do ecossistema de construtechs daqui para frente e quais serão as próximas Katerras a dominar o mercado.

Pensando nisso, nos últimos dias nos dedicamos a escrever um conteúdo que responde essas e outras perguntas, e que vai te ajudar a entender o nosso posicionamento sobre o ecossistema e o porquê de estarmos em um momento propício para avaliar investir ou empreender neste ambiente. Acesse aqui.

Uma “nova” onda de digitalização da construção civil

Um exemplo recente, que tangibiliza o que disse sobre o legado da Katerra e também a nova era de startups desse universo, é a Juno.

Com proposta parecida com a da Noah, a Juno aposta em parcerias estratégicas para construir casas sustentáveis e inteligentes com uso de madeira engenheirada, tornando-se assim uma plataforma que garante a descentralização da produção sem perder a vantagem de se ter um processo de design totalmente automatizado.

Coincidentemente, ambas a Juno e a Noah noticiaram aportes na mesma semana, o que diz muito sobre como o nosso ecossistema tem entrado, gradualmente, em sincronia com o mercado global.

Não é a primeira, e nem será a última vez que falamos sobre o potencial desses negócios e como empresas tradicionais já têm se posicionado para aproveitar a oportunidade. O fato de a Terracotta monitorar constantemente este ecossistema é o que nos permite entender com mais clareza e até mesmo antecipar movimentos deste mercado.

Logo, “cantar a bola” assim não é algo raro por aqui e nem deve ser. O objetivo, no fim das contas, é se adiantar às mudanças que acontecem no setor, ajudando nossos investidores a “descobrir primeiro quem serão as startups do futuro” — touché.

--

--

Mateus Pontes
Terracotta Ventures
0 Followers
Editor for

Marketing & Content @ Terracotta Ventures