Biomimética, a natureza como case

Rodrigo Bino
Textando
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3 min readNov 5, 2014

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Às vezes precisamos nos reinventar, criar soluções inovadoras e achamos tão difícil. Passamos horas na Internet pesquisando matérias e buscando alguma boa ideia, mas esquecemos de uma boa referência simples e básica: a natureza. É incrível o senso de otimização, diversidade e coletividade presente na natureza. Ela não pratica o desperdício.

Existem profissionais de biomimética, que se dedicam exclusivamente a buscar inspiração inovadora na natureza. Quando observamos a natureza, em cada detalhe, deveríamos questionar como ela funciona, por que ela é como é. Na natureza estão as maiores fontes de inspiração e inovação. Fred Gelli cita um belo exemplo: quando observamos a casca da tangerina, percebemos que há gomos prontos para serem destacados e compartilhados assim como um biscoito Club Social, Pit Stop ou Honey Maid, por exemplo: é só destacar e servir.
Vemos que na natureza estão presentes:

  1. A diversidade, onde cada elemento da natureza tem sua própria característica;

2. A otimização, onde a gota percorre o caminho que consuma menos energia;

3. O ciclo de vida que transforma em adubo reaproveitável a casca de banana jogada na terra, que serve como energia para bananeira produzir mais;

4. O compartilhamento quando, por exemplo, as abelhas espalham o pólen, importantes para a preservação (muito bem exemplificada na animação Bee Movie).

Olhando para as organizações, o conceito baseado em otimização, ciclo de vida, diversidade e compartilhamento está presente no Google, Wikipédia, Medium e BigData, por exemplo. Elas pregam a ideia do conhecimento compartilhado, onde todos saiam ganhando, pois quanto mais inserirmos nestes serviços, melhor para eles, melhor para nós como indivíduos, para o nosso negócio, para nossa evolução, para todos. Navegar pelo Google, Wikipédia e Medium sai praticamente de graça assim como observar a natureza.

A tendência do ser humano, no entanto, parece ser a de consumir sem compartilhar. Talvez por isso seja tão difícil ser criativo e inovador. A ausência de compartilhamentos pode implicar na escassez da diversidade e da otimização. Para não correr este risco, muitas empresas têm investido na gestão estratégica do conhecimento e na formação de multiplicadores internos.

Talvez nosso grande problema esteja em não observarmos, refletirmos e meditarmos sobre o que nos rodeia. Acredito que resolveríamos muitas questões se observássemos com calma como pensa a natureza. Fica o convite para que possamos, cada vez mais, reparar e preservar a melhor e mais pura referência que temos em nossa existência.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, parte dessa reflexão se deve a palestras que assisti de Fred Gelli e ter trabalhado com professor Ivo Pons e a turma do Design Possível.

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