O PRAZER DE SER MEDIANO

// A gente deveria buscar ser o melhor de todos? //

Rodrigo Bino
Textando
5 min readAug 14, 2019

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pixabay

(Esta é uma postagem que fiz em minhas redes sociais. Me desculpem por qualquer erro gramatical ou de concordância. Ainda irei corrigir.)

Já reparou que há muita gente que gosta de ser do contra? Sempre vão preferir algo diferente, seja por prazer do desafio de ser minoria, às vezes por sinceridade mesmo ou por ser do contra mesmo.

Por exemplo:

Temos a turma do:
Pepsi, BK, MegaDrive, Startrek, DC, PC, Dota…;

Versus a turma do:
Coca Cola, McDonalds, Supernintendo, StarWars, Marvel, Mac, Lol…

É prazeroso desafiar o senso comum quando você quer ser diferente, querer ter algo que os outros reparem: “Vejam, eu não sou como vocês, seus normais.”

Isso no caso do cara que é do contra só por ser. Mas acho que todos tem isso dentro de si em algum grau.

Me pergunto o quanto isso é saudável.

Minha geração foi bombardeada por vários “você é especial” ou “você pode mudar o mundo a sua volta”… etc

E isso fez com que a gente parasse de se encantar com a vida ordinária, a vida comum. E toda vez que vemos que somos ordinários/comuns, a gente se deprime porque não estamos sendo o que crescemos ouvindo o que era para ser.

Não há nada de errado em ser uma pessoa comum. Você é diferente, igual a todo mundo. E às vezes você nasceu para ser o melhor apertador de parafuso mesmo.

Quando penso em meu propósito de vida, que é glorificar a Deus e ser feliz nele para sempre eu não me importo com a grandiosidade, ou com o ser diferente.

Eu não ligo mais se sou mais um por gostar de assistir filmes da Marvel, por exemplo.

Ser mediano é se contentar e aceitar que você não vai mudar o mundo, ou ser o melhor de todos.

Não ligo se eu não vou ser o novo SteveJobs, ou Tolkien, ou Lewis, ou qualquer outro com a mente criativa capaz de romper o comum.

Sou um criativo mediano e busco melhorar, mas não com intensão de agradar o mundo porque fui chamado para ser um herói disruptivo, não. Faço isso porque conheço meus limites e sabendo deles me aproximo o máximo que posso dos limites com o fim de glorificar a Deus, porque isso me faz feliz. Eu o amo com todas as forças que tenho e com todo o entendimento que tenho, por isso não paro de estudar a Bíblia.

É só disso que preciso.

“Bino, você tinha uma banda que poderia ter abalado o mundo, porque vocês pararam?”
A gente não parou, a gente concluiu. Deus chamou a gente para um período específico para atender pessoas específicas. Eu estava contente caso 30 pessoas estivessem sendo tocadas pelas nossas músicas. E de fato foram mais de 30, mas eu estava dando o meu melhor para atingir pelo menos algumas pessoas. O resto é Deus que faz em sua graça e misericórdia.

“Mas você só toca na igreja agora?”
Sim, e super me divirto. Toco numa igreja com uma média de 50 pessoas. Somos poucos e não acho em nenhum momento que é talento desperdiçado, porque procuro agradar a Deus.

Ele vale mais do que todos os homens juntos. Por este motivo não devemos ligar para números.

Se um dia eu ser o diferente, o inovador, o disruptivo para alguns, eu vou continuar sendo o que Deus quer que eu seja. Sei que lutarei constantemente com a vontade de ser o número 1.

A luta por ser o número 1 pode te deprimir, caso você desconheça seus limites, seu papel e seu propósito.

Não sou o melhor designer do mundo, não sou o melhor ilustrador e muito menos o melhor músico. Mas eu faço o meu melhor dentro do meu limite. Sempre tento me superar, porém sem me enganar.

Ser mediano não é ser medíocre. Ser medíocre é estar aquém do que em seu potencial você poderia ser. Força na peruca aí e seja uma pessoa melhor ao seu máximo!

Ser mediano é se contentar e aceitar que você não vai mudar o mundo, ou ser o melhor de todos. Mas pode ser o melhor em seu pequeno nicho e um agente de mudança em sua microesfera. Isso que quero dizer com mediano. Ser o melhor dentro da sua realidade e capacidade.

Tento ser quem eu devo ser, isto é, alguém interessado em apenas surpreender Deus da maneira mais humana¹ e ordinária possível. Afinal, não sou eu o personagem principal da história, Deus é.

Eu sou mais um no meio da multidão e está tudo bem. Não me importo de abrir mão de alguns sonhos pessoais para servir a Deus. Mas também não digo que é fácil largar o osso. É uma luta constante deixar Deus reinar em nossas vidas.

Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.

Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.

Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre.

E se voltando a Deus devemos dizer: A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre.

Esse é o meu “carpe diem”!


NOTA 1: “ … em apenas surpreender Deus da maneira mais humana¹”:

Com humano quero dizer de maneira regenerada por Cristo, não de maneira que aceita o pecado como parte do nosso ser. A referência de como um humano deve ser é Jesus Cristo.


Essa minha reflexão tem inspiração nestas referências bíblicas:
Romanos 14:7,8
1 Coríntios 10:31
Romanos 11:36
Salmos 73:25,26

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