Padrões encontrados na história da humanidade

No final, esse é o resumo que eu faria de toda nossa existência

Rodrigo Bino
Textando
11 min readJun 29, 2022

--

Caos! Tudo estava sem forma e vazio. Mas havia uma presença. Algo poderoso como aquilo que move as nuvens e os galhos das árvores;
Vital como aquilo que nosso corpo recebe ao respirar;
Invisível como ar e o vento.

Ele pairava sobre esse caos. Algo como a misteriosa águas do oceano, onde mal conhecemos suas profundezas. Onde muito da civilização acredita que a vida veio.

Porém, essa presença pairava acima dessas águas prontinho para trazer vida, ordem e beleza.

Luz! Aquela presença criou a luz.
Criou luzeiros e separou a água da terra.

O que quer que seja essa presença, ela quer que tudo seja visto, aparentemente.

Algo está sendo organizado.

Aquela presença grandiosa criou plantas conforme a sua espécie e cada animal conforme a sua espécie. Os da água, os da terra e as aves.

Todos conforme a sua própria espécie.

Mas algo estranho acontece.

Do barro surge uma outra criatura. Ela não foi feita conforme sua própria espécie como os outros.

Ela é a imagem e semelhança desse ser que está criando.

A referência que temos dos outros seres vivos são a sua própria espécie. Mas essa criatura que veio do barro tem a referência no próprio criador?

A criatura de barro tenta dar um nome para aquela presença. Pois é invisível, poderosa como o vento e vital como o ar que é respirado.

A palavra que vem soa como um fôlego, ruach.

Aquele tipo de energia invisível representava a presença pessoal do ser divino. O Espírito de Deus.

Ele sopra ruach nas narinas da criatura de barro para ganhar vida.

Então a criatura de barro passa se tornar alma vivente.

Ele é convidado a ser parceiro daquela presença divina.

Ou seja, Deus e o homem modelam e cuidam da natureza.

Deus cria os fundamentos, dá as regras e o homem co-cria, lavrando o solo, cuidando do ciclo da vegetação e alimento.

É uma dança linda.

A criatura de barro tinha permissão para comer de tudo.

No jardim em que foi colocado havia a Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.

Ao ser de barro não foi permitido acessar a Árvore do conhecimento do Bem e do Mal.

No entanto, um ser celestial rebelde que se parecia com uma serpente, mas com membros pergunta se Deus realmente não deixava comer dos frutos do jardim.

Um legalismo aplicado sutilmente no imaginário do homem que o faz pensar no absurdo de tal afirmação.

O homem diz que pode comer do fruto das árvores do jardim.

“É só do fruto da árvore que está no meio do jardim que não podemos comer. Deus disse: ‘Não comam e nem sequer toquem no fruto daquela árvore; se o fizerem, morrerão’.”

Agora há um destaque interessante: "Não toquem”.

A semente do legalismo foi plantada com sucesso.

Agora falta plantar a dúvida fazendo perceber que o homem pode ser mais, que o homem na verdade não sabe de tudo.

“É claro que vocês não morrerão!”, a serpente respondeu à mulher.
“Deus sabe que, no momento em que comerem do fruto, seus olhos se abrirão e, como Deus, conhecerão o bem e o mal.”

A mulher viu que a árvore era linda e que seu fruto parecia delicioso, e desejou a sabedoria que ele lhe daria. Assim, tomou do fruto e o comeu. Depois, deu ao marido, que estava com ela, e ele também comeu.

Agora, a criatura de barro ganha o conhecimento do bem e do mal sem a benção de Deus.

Traindo o contrato de parceria na criação com Deus o homem rejeitou a Árvore da Vida para ficar com o fruto de outra árvore. Aquela que o fazia ser como Deus.

Agora o homem pode recriar, desconstruir e fazer um mundo a sua própria imagem.

O ruach de Deus criou um mundo muito bom, mas a humanidade trouxe a maldade desencadeando o caos nele através de sua injustiça.

Como se fosse um novo tipo de desordem.

Um nome foi dado para quando agimos fora dos padrões estabelecidos pelo criador. Pecado.

Nem tudo está perdido. Quando aquele ser de barro trouxe caos novamente para criação, aquela presença divina promete que da descendência do homem virá aquele que pisará a cabeça da serpente resolvendo de vez a raiz do problema.

No entanto, ao pisar na cabeça da serpente ele será picado também.

Ou seja, foi uma saída que o criador encontrou onde os dois lados aparentemente morrem.

O salário do pecado é a morte.

O primeiro homem amaldiçoou toda a sua existência com o pecado. A morte o espera.

No entanto a esperança está nesse descendente do homem que iria pisar a cabeça da serpente.

Vários homens vieram parecendo ser este descendente, mas não firmavam a parceria com Deus. Sempre o traíam.

Deus seleciona um representante dos homens. Desse representante ele promete fazer multidões para abençoar a terra.

Então já era sabido que daquela linhagem viria o prometido descendente, o Messias.

Os seres celestiais rebeldes tentaram frustrar este plano do descendente o máximo possível.

Acharam que seria José e tentaram impedir. Mesmo que fosse José do Egito, não seria, pois ele não conseguiu pisar a serpente.

Acharam que poderia nascer entre os hebreus, então os seres celestiais rebeldes tentam induzir um infanticídio no Egito para impedir o nascimento do Messias.

Sem terem certeza que era Moisés, a sabotagem continuou enquanto Moisés viveu.

Mas Moisés também não foi capaz de pisar a cabeça da serpente.

Surgiu o Rei Davi, com uma história linda de superação, mas ele também não foi capaz de derrotar a serpente.

Então esse caos e desordem só agravou com o passar das eras.

A linhagem do Messias segue misteriosa. Embora um povo foi escolhido, uma prostituta chamada Raab entra na linhagem.

Algo inusitado acontece com a linhagem de Davi. Ele mata o marido de Bate-Seba e tem seu filho com ela, o Rei Salomão.

Outra reviravolta acontece com Rute e Boaz.

E nessa complexidade toda da linhagem chegamos em José. Não há muita informação da linhagem de Maria, que de uma certa forma também foi protegida em mistérios por Deus.

Agora sabemos que muitos milagres e movimentos de nações para lá e para cá, usos e costumes num povo como um todo, inclusive na alimentação, culminou na criação da linhagem perfeita de um dos povos mais fracos da época, para chegar na plenitude dos tempos de maneira intacta pelas tentativas frustradas dos seres celestiais rebeldes.

Temos agora José e Maria no tempo e lugar certo da história.

Mas o filho deles veio do Espírito de Deus.

Não era um humano comum.

Caos! Tudo estava sem forma e vazio. Sem esperança. Tantos homens tentaram, mas não foram capazes de livrar a humanidade de seu destino cruel. Mas acima desse caos havia uma presença.

Algo poderoso como aquilo que move as nuvens e os galhos das árvores;
Vital como aquilo que nosso corpo recebe ao respirar;
Invisível como ar e o vento.

Essa presença pairava acima desse caos prontinho para trazer vida, ordem e beleza.

O ruach de Deus criou um mundo muito bom, mas a humanidade trouxe a maldade desencadeando o caos nele através de sua injustiça.

Como se fosse um novo tipo de desordem.

E os profetas diziam que o Espírito viria novamente, como lá no começo da história.

Mas agora ele vem para transformar o coração humano e capacitar as pessoas para amarem a Deus verdadeiramente e os outros.

Mas como seria isso?

Os séculos se passaram e a história introduz a nós Jesus. No começo de sua missão tem aquela linda cena dele sendo batizado no rio Jordão.

Os céus se abrem e o Espírito de Deus se repousa nele como um pássaro.

O que quer dizer que o Espírito de Deus está capacitando Jesus a começar uma nova criação.

De maneira prática vemos ele fazer isso quando cura os enfermos e perdoa os pecados.

Ou seja, ele está criando vida onde havia morte.

Bom, os líderes religiosos da época se opuseram a ele e o mataram. Mas, mesmo aqui o Espírito de Deus estava trabalhando.

É aqui que a serpente pica o descendente que pisa em sua cabeça. Porém, após a morte, ele ressuscita.

Os primeiros discípulos o viram ressurrecto dentre os mortos.

Disseram que foi o Espírito energizante de Deus que o ressuscitou.
Este é o novo começo da criação.

Quando Jesus aparece aos seus seguidores ele sopra o Espírito dizendo: ”Recebam o Espírito Santo”

E nisso o Espírito vem poderosamente nos seus seguidores.

Justamente para que eles possam ser parte dessa nova criação e compartilhar as boas novas e aprender como viver pela energia e influência do Espírito de Deus.

Será que ainda hoje o Espírito ainda paira sobre lugares escuros?

Sim, expondo as pessoas a Jesus, transformando e as capacitando para que elas amem a Deus e aos outros.

A nossa esperança, como cristãos é que o Espírito irá terminar o seu trabalho.

Assim a história na Bíblia termina com uma visão de uma nova humanidade que é permeado em um novo mundo pelo Espírito de Deus, doador do amor e da vida.

A Árvore da Vida que foi rejeitada e cortada, ressurge após três dias. O reino é chegado. Busque a Deus enquanto se pode achar.

A parceria será retomada por quem o procurar.

Assim, por meio de um entrou o pecado e por meio de um novo Adão entrou a vida. Jesus, que agora nos representa.

Conseguimos perceber que Deus trata a humanidade por representatividade. E não tem meio termo. Adão não só representou toda humanidade no Éden nos fazendo pecadores como também a terra se tornou maldita.

Se alguém na família Regis, por exemplo, fez algo errado, Deus vai cobrar primeiro de quem ele instituiu a responsabilidade daquele lar. O Sr. Regis.

Mas se o homem é o antigo homem, ou seja, é o primeiro Adão, então ele colocará a culpa em sua esposa.

Perguntou Deus. “Você comeu do fruto da árvore que eu lhe ordenei que não comesse?”
O homem respondeu: “Foi a mulher que me deste! Ela me ofereceu do fruto, e eu comi”.

O novo Adão responderá assim:

Enquanto isso, Saulo, [estava] motivado pela ânsia de matar os discípulos do Senhor,(…) para levá-los como prisioneiros a Jerusalém.

Quando se aproximava de Damasco, de repente uma luz do céu brilhou ao seu redor.
Ele caiu no chão e ouviu uma voz lhe dizer: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?”.
“Quem és tu, Senhor?”, perguntou Saulo. E a voz respondeu: “Sou Jesus, a quem você persegue!

Jesus Cristo se coloca na frente. Se você quer algo contra a igreja, terá que se ver com Jesus, o cabeça da igreja. Assim como Cristo é a cabeça o homem é a cabeça também. Disse Paulo, o antigo Saulo:

Pois o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja. Ele é o Salvador de seu corpo, a igreja.

Deus procura Adão por causa do pecado de sua família. Ele não foi primeiro ver com Eva.

Um detalhe sutil, mas que nos traz a questão da representatividade e ordem.

Jesus Cristo irá nos representar diante do tribunal de Deus. A noiva não fará isso. Mas sim o noivo.

Por quê?

Quando Deus nos perguntar se comemos da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, Jesus Cristo receberá nossa culpa. Ele sofrerá em nosso lugar.

Há um padrão na história. Há um porque que não sabemos responder e sua totalidade. Assim como também há um motivo inteligente e complexo no fato do povo judeu ter várias restrições alimentares, de ritos e outras coisas para que preservasse a linhagem da vinda do Messias. Justamente para que a vontade de Deus fosse cumprida para um bem maior na plenitude dos tempos.

Ao mesmo tempo, Deus instituiu que fosse assim a relação homem e mulher.

Evidentemente que o fruto do Conhecimento do Bem e do Mal gostaria muito de nos dizer que não é bem assim e que devemos recriar a regra. O plano original não era cobiçarmos esse tipo de sabedoria, este tipo fruto, mas sim de apenas servir a Deus, ser parceiro dele e se calar nas coisas que a sua Palavra se cala. Mas não, nós queremos aquela "sabedoria" do conhecimento do bem e do mal.

Na quinta seção relembre como a serpente tentou Eva a comer do fruto errado nessa questão.

Começou exagerando para um legalismo.

"É verdade que você não pode comer dos frutos do jardim?”

"É verdade que a mulher deve baixar a cabeça para o homem?”

Sendo que nenhum texto encontramos Deus falando algo do tipo.

Então Eva diz: Não é bem assim, podemos comer sim de tudo, menos da árvore do meio, nem devemos tocar, senão a gente morre.

Eva acrescenta o "nem devemos tocar".

Ao tentar responder a questão do homem e mulher, ou outras da vida, podemos acrescentar algo no estilo legalista também. E é aí que o inimigo pega carona para encher sua cabeça com: "É claro que não é bem assim. Deus sabe que se você pensar dessa forma aqui…”

E na sequência vem a tentação ofertada de você ser como Deus, recriando coisas já estabelecidas. Um convite delicioso e tentador de ir além do que a Bíblia diz. A gente não quer se calar e obedecer. A gente quer recriar e deturpar para nosso ego ficar feliz.

A perseverança é útil aqui, assim como o povo de Deus teve que fazer diversas coisas sem sentido para eles, como ritos e costumes. No final, sabemos que tudo culminou num plano perfeito para que o Messias viesse na plenitude dos tempos. A linhagem dele foi protegida por essa providência divina complexa de entender.

Hoje ele nos escolhe para anunciar a suas boas novas e sua glória, bem como o reino que há de vir em sua plenitude. O reino, que vemos em partes agora, já é chegado.

Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

Sabendo do curso da história guiado por Deus até aqui, o que custa perseverar dentro de sua vontade? Dentro dos costumes esperados de um cristão?

Custa nosso ego, que desesperadamente quer que o mundo nos ame. Ou seja, custa nós mesmos, a morte do nosso velho homem.

Mas não devemos nos conformar com este mundo, mas sim renovar nossa mente pelo Espírito.

O maior conforto é que naquele tempo, Jesus orou por nós dizendo que o mundo nos odiará porque odiou a ele. Continuou orando para que não nos tirasse do mundo, mas que fôssemos santificados na verdade e a Palavra de Deus é a verdade. Jesus intercedeu por nós. Aguente mais um pouco. Não se lance nos deleites do mundo. Mesmo que o mundo nos odeie, perseveremos em santidade.

Referências:

Gênesis 1–3
Efésios 5
Atos 9
Holy Ghost — Bible Project Channel

--

--