A escolha mais radical e rebelde que você pode fazer é ser otimista, por Guillermo Del Toro

Ricardo Moura
Textura
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2 min readFeb 12, 2019
Indo contra a corrente

O otimismo é radical. É a escolha difícil, a escolha corajosa. E é, parece-me, mais necessária agora, em face do desespero — assim como um carro é mais útil quando você tem uma distância a cumprir. Caso contrário, é um objeto grande e imóvel estacionado na garagem.
Hoje em dia, a maneira mais segura de alguém parecer inteligente é ser cético por padrão. Parecemos sofisticados quando dizemos “não acreditamos” e não somos sinceros quando dizemos “nós acreditamos”.
A história e as fábulas provaram que nada é totalmente perdido. Davi pode derrubar o Golias. Uma praia na Normandia pode virar a maré da guerra. A coragem pode derrubar os poderosos. Esses fatos costumam ser vistos como excepcionais, mas não são. Todos os dias, todos nós nos tornamos o equilíbrio de nossas escolhas — escolhas entre amor e medo, crença ou desespero. Nenhuma esperança é pequena demais.
O otimismo é o nosso instinto de inalar enquanto estamos sufocando. Nossa necessidade de declarar o que “precisa ser” em face do que é. O otimismo não é nada chato; é rebelde e ousado e vital.
O escritor americano Theodore Sturgeon disse uma vez: “Noventa por cento de tudo é uma porcaria” e acredito que ele estava certo. Mas certamente isso também significa que “Dez por cento de tudo vale o maldito esforço”.
E assim vai, vez após vez, escolha após escolha, que decidimos deixar para trás ou uma biografia ou um epitáfio. Olhe ao seu redor agora e decida entre os dois.
Inale ou morra.

Tradução: Ricardo Moura.

Link para texto original: http://time.com/5520554/guillermo-del-toro-radical-optimism/

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Ricardo Moura
Textura

Jornalista e cientista social. Interessado nas interfaces desses 2 campos, com ênfase em segurança pública e comunicação para o desenvolvimento.