Pesquisa de Artigos Acadêmicos

Psicologia e Literatura/Mitos

Sophia Kraenkel
TFG_sophia_amanda_2017
4 min readApr 18, 2017

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Mito e psicanálise

A obra freudiana, principalmente os textos Delírios e sonhos na Gradiva de W. Jensen (1910), Uma recordação de influência de Leonardo da Vinci (1910), O Moisés de Michelângelo (1913), reportam ao fato de que arte, literatura, folclore, moral, mitos, fábulas etc., seriam explicados com base em mecanismos que traduziriam o inconsciente:

“subjacentes a tais formações culturais, estariam processos metapsicológicos comuns tanto ao indivíduo como à comunidade, determinados no terreno exclusivo dos fatos pulsionais e ligados às manifestações da sexualidade e dos desejos edipianos.”

O complexo de Édipo em Freud pode ser constituído a nível estrutural, a partir de três protofantasias que delimitam o seu campo de ação. A fantasia ou “fantasma” é o resultado da “mise-en-scène” do enigma, o qual diz respeito à própria estrutura do sujeito — cuja resposta é a fantasia. Teríamos então:

1) a protofantasia da cena primária (ou original), cujo enigma subjacente é que todo homem é resultado do encontro entre um homem e uma mulher. A função desta relação é a “origem do homem” (dilema da identificação);

2) a protofantasia de sedução (erogenização do corpo), cujo enigma (função da mãe) é o de que “estar vivo” está ligado a um quantum libidinal (sedução). A função desta relação é a da origem da sexualidade (dilema de ser sexual);

3) protofantasia de castração, cujo enigma é esse quantum libidinal que se realiza no seio de um grupo onde o pai seria instaurador de proibições e permissões — origem da diferença dos sexos (diferença fundamental do ser humano, já que em tudo o mais o sujeito é semelhante a outro sujeito). O dilema do modelo é a inscrição num grupo para exercer a sexualidade — função do pai.

Os enigmas se desdobram no campo do simbólico. A fantasia/fantasma não seria um produto qualquer do inconsciente, mas uma resposta a um enigma fornecido pela existência de funções contraditórias: função da mãe, função do pai, função da relação. Assim, para Freud, o que se acha representado nas fantasias originárias é a “condição humana” universal. Dessa forma, o simbólico seria constituído pelas condições que regem e determinam a existência do ser humano. Onde o fantasma/fantasia teria uma função imaginária (ilusória) e uma função simbólica (desveladora).

Psicanálise no conto da Iara

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2013–2014

Folclore Amazônico: uma leitura psicanalítica das lendas do Curupira, da Iara e da origem do Rio Amazonas

Situação: Concluído; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (1) .

Integrantes: Bruno Rudar Teixeira Vasconcelos — Integrante / Raquel Almeida de Castro — Coordenador.

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4365559U7

Texto sobre a psicologia da Iara ( revista Argumento, Rio de Janeiro, número 10, agosto de 2005)

Tanto a sereia européia como a Iara representam a dificuldade de nossos antepassados para lidar com o sexo em geral e com a beleza e os encantos femininos em particular. A mulher era concebida como fonte do pecado e quanto mais bela, mais tentadora. A tentação, no caso, equivale ao descontrole, elas detêm o poder sobre o momento em que os homens deixam de ser senhores de sua vontade, podem enlouquecê-los e possuí-los…

Mas não podemos esquecer que a Iara/Sereia, embora belíssima, em sua parte inferior esconde um animal. Psicanaliticamente falando, o problema das mulheres não é o que se vê da cintura para baixo: é o que não se vê. Freud dedicou linhas ousadas ao tema do fetichismo, ou seja, o que pode restar na vida erótica masculina frente à constatação da ausência do seu precioso órgão na metade dos indivíduos da humanidade. Onde foi parar o pênis desses, que ainda por cima se sexuam em torno de um buraco? Sem dúvida trata-se de um vazio cheio de sentimentos e sensações, mas que tem a marca de uma ausência. Por que não pensar que esses países baixos sejam de seres de outra espécie? Seria uma forma radical de ilustrar a diferença dos sexos.

Resta a questão do porquê os seres humanos dessa espécie “fêmea” seriam tão perigosos. A primeira explicação remete à anteriormente mencionada mãe, um personagem forte e inesquecível, que, ainda bem, só temos uma. A segunda, diz respeito às dificuldades oriundas dessa “castração” feminina, cuja existência é, para os homens, constante fonte de ameaça. Uma terceira hipótese poderia ser mais sociológica: carentes do poder formal, as mulheres, durante séculos de opressão masculina, desenvolveram formas ardilosas e caseiras de poder. Dentro do ambiente fechado e doméstico, onde um homem é atraído pela força de seus encantos, ele não passa de um joguete de seus desejos e intenções, mais tonto do que o pobre Macbeth, o falso rei do castelo.

(Mario Corso — possível entrevista)

Psicologia e o mito das sereias:

Sereia = antítese

"Na sereia o Bem e o Mal se enamoram. Enfeitiçam. O amor e a morte impõem, sobrepõe, unem-se"

Psiquiatria Folclórica no Brasil (História)

O que é?

Arthur Ramos — antropólogo que usa psicologia (folclore negro)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Ramos

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