[UXCase • StressOut]

Como a UX pode ajudar com o estresse do trabalhador de São Paulo?

UX pode sim ajudar as pessoas a diminuírem o estresse no trabalho. Vem descobrir como.

Thais Ernandes
Thais Ernandes

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Surto de Britney Spears em 2007

É um projeto ousado?
É sim, mas não poderia ser diferente. Durante as aulas de “UX na Prática” formamos o grupo Britney 2007 ( que tem tudo a ver com o assunto, já que a cantora sofreu um surto em 2007 por conta da pressão no trabalho).

Disclaimer leitores: Este artigo é a documentação textual do projeto elaborado no curso UX na Prática realizado nos meses de Março/2019 e Abril/2019 na Belas Artes em São Paulo.

Disclaimer investidores: Se você gostar muito deste estudo, por favor, entre em contato conosco para evoluirmos o projeto juntos. Será sensacional resolvermos um problema que aflige muitos trabalhadores. Podemos garantir, será divertido e desafiador ao mesmo tempo!

Integrantes do grupo Britney 2007

Com o grupo criado, o nosso problema a ser resolvido era: como acabar ou diminuir o estresse dos trabalhadores na cidade de São Paulo. Difícil não é? Mas como absolutamente nada é impossível para nós (risos), partimos para a ação.

mapa mental e timeline da revolução industrial

Na imersão inicial, fomos de assuntos recentes como a flexibilização do trabalho, até assuntos distantes como a revolução industrial e os impactos da passagem da produção artesanal, para a produção em série onde operários se submetiam a formas de produção em que não era mais de acordo com suas condições físicas e psicológicas.

A partir daí, a discussão foi para entender ao que o estresse está relacionado no dia a dia de acordo com nossas experiências e hipóteses. A lista é grande e entre os itens que destacamos estão:

Com isso em mãos, começamos a desenvolver a nossa desk research e os dados, levantados com muita pesquisa, foram alarmantes. Começamos a perceber algumas questões que deveriam ser levadas em consideração dentro do ambiente de trabalho:

Desk Research levantadas pelo grupo Britney 2007

A partir da desk research passamos a organizar e compilar todos os dados que tínhamos em matrizes. Primeiro a matriz CPS (clientes, problemas e soluções), criando hipóteses dos perfis das pessoas que sofriam com o estresse no trabalho, problemas que eram causados, como poderiam ser resolvidos naquele momento, como vamos resolver e o que temos de melhor.

Muitas dúvidas e hipóteses apareceram, por isso precisávamos falar com quem realmente passava pelo problema. Partiu falar com pessoas? Não adianta nos colocar no lugar do outro se não o entendermos, certo? Certo! Por isso, criamos um questionário online para entender o perfil dos nossos futuros usuários. Ele foi dividido em três etapas:

Divisão das etapas

Feito o questionário, encaminhamos a amigos e compartilhamos em redes sociais e o resultado foi:

Resultado do questionário online ;)

Ufa… deu um trabalhão, mas compilamos os dados e os principais resultados foram:

Possíveis Soluções: transparência nos processos, flexibilização de horário e plano de carreira foram as soluções desejadas pelos entrevistados para combater o estresse no ambiente de trabalho.

Para nos aprofundarmos ainda mais sobre o assunto, entrevistamos pessoas que têm trabalho autônomo e freela. Uma delas, a produtora Ana Carvalho, 30 anos, falou sobre sua relação com o trabalho depois que virou freela e uma das frases de destaque foi:

“Eu fico muito satisfeita se comparada a uma vida inteira de ser CLT. No meu último trabalho eu chegava em casa com os ombros travados, eu ficava muito estressada e nervosa”.

voz de Ana Carvalho, 30 anos, produtora.

Para entendermos melhor o perfil das pessoas que responderam o questionário e que sofrem com o estresse no trabalho, criamos duas buyers-personas. Não foram personas, porque entendemos que precisaríamos de dados mais aprofundados para criá-las.

Ok, já tínhamos validado o perfil do usuário, agora seria necessário criarmos um canvas de proposição de valor para cada vez mais afunilarmos a nossa ideia, os potenciais dela e o que poderíamos oferecer para nossos usuários.

E assim nasceu o (que rufem os tambores): STRESS OUT.

Branding de nossa consultoria

Batemos o martelo e pensamos que somos mais do que um simples aplicativo. Somos uma consultoria, pensando assim, nos aprofundamos em diagnosticar problemas em empresas e oferecer soluções viáveis para gestores e funcionários. Mas nesse primeiro momento era necessário focarmos.

Dessa forma, priorizamos as features e geramos um MVP com os seguintes resultados:

proto paper gerado a partir do MVP

Feito isso, finalmente começamos a desenhar as nossas telas. A primeira técnica que usamos para o protótipo de baixa, foi a de crazy 8s, na qual desenvolvemos as telas individualmente de diferentes tarefas. Os resultados foram bem legais, porque cada membro do grupo acabou criando um protótipo para cada área da consultoria. Depois, votamos nas melhores ideias e aprimoramos os protótipos até chegarmos a um satisfatório.

O fluxo principal ficou definido como duas avaliações:

  • a primeira para analisar o nível de estresse geral. Então nessa parte faríamos uma avaliação completa para entender de uma forma mais aprofundada o estresse no ambiente de trabalho;
  • a segunda para um acompanhamento diário. Aqui nós entenderíamos os fatores externos que causam o estresse e, inevitavelmente, levam ao ambiente de trabalho. Por exemplo: Rogério leva duas horas para chegar ao trabalho e isso acaba afetando sua concentração.

A partir daí, montamos um fluxo de navegação e partimos para o protótipo de média.

Fluxo de navegação
protótipo de média fidelidade (sketch + principle)

Testamos com 3 usuários, o que foi de extrema importância para desenharmos e refinarmos cada vez mais nosso aplicativo, e daí tivemos alguns insights de melhorias como:

  • Botões que não havíamos pensado;
  • Telas com textos longos foram cortadas;
  • Faltavam legendas e algumas explicações melhores formatadas.

Refinamos ainda mais o protótipo e criamos a identidade visual, seguindo a mesma linha que fizemos para o nome do nosso grupo Britney 2007.

A partir disso, criamos as telas do aplicativo Stress Out. Na tela de onboarding, com o trabalho de UX Writer, criamos uma breve explicação sobre o que o usuário vai encontrar a partir dali e um convite a tentar diminuir o estresse no trabalho.

onboarding app stress out

A partir do nosso questionário, começamos a pensar nas perguntas que deveríamos colocar tanto na avaliação geral quanto na diária para nos aprofundarmos cada vez mais no comportamento.

protótipo de alta fidelidade (sketch + principle)

Também entendemos que seria necessário criar alternativas para remediar algumas situações, então criamos área de alertas com artigos sobre como lidar com o estresse na vida, como melhorar a carreira profissional e até mesmo lembretes avisando que seria legal se o usuário desse uma caminhada de 10 minutos para dar uma relaxada.

Tela de avisos e artigos

No final, após se cadastrar, o usuário conseguirá ter acesso as telas de resultados que fará uma medição do estresse diário da pessoa e como ela está se sentindo dentro do ambiente de trabalho.

Não podemos deixar de lado os nossos Kpi’s que são:

  • usuários diários ativos;
  • cadastros feitos por mês;
  • uso da avaliação diária por usuário;
  • usuários que chegam até a tela de resultados finais;
  • tempo de permanência na tela de resultados finais.

E agora você deve estar se perguntando: e os próximos passos galera, temos?SIM, TEMOS!

Pega a visão: como somos uma consultoria, queremos ir além do aplicativo. Para os próximos passos desse projeto vamos entender e nos aprofundar nas empresas para realizarmos:

  • mentoria para direcionamento de carreira;
  • acompanhamento psicológico externo para usuário;
  • gamificação do processo para gerar engajamento;
  • treinamento de gestão;
  • venda de pacotes sob demanda e exclusivo para qualquer empresa.

:)

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