O que quero fazer, afinal?

Thayna Meirelles
Thayna Meirelles
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2 min readMar 4, 2017

Me faço essa pregunta, não porque tenha a necessidade de me “delimitar”, pelo contrário, o que mais sinto é uma enorme necessidade de expandir-me.

Entretanto, neste momento de reconstrução profissional, percebo uma enorme dificuldade em lidar com as (re)definições… Na verdade sempre odiei os rótulos, as caixas, as limitações, etc.

Lá atrás, quando optei por uma carreira aos 17 anos, decidir ser bióloga pareceu fácil. Naquela época, nunca me havia questionado sobre a separação entre ser/fazer ou trabalhar/viver, que parece ainda tão natural na nossa sociedade.

E a verdade, é que minha decisão de fazer uma transição de carreira se deve justamente ao fato de não aceitar este discurso. Não aceito o trabalho como um mal necessário para fornecer os recursos ($) para aproveitar a vida.

Já me peguei justificando esta minha visão para alguém que insistia em dizer que “trabalho é isso mesmo”, com o discurso que sou alguém muito de trabalho, e portanto para mim o trabalho precisa estar associado à realização pessoal. Embora talvez isso tenha a ver com o fato de ser capricorniana, não posso mudar de ideia. Rsrs

Claro que optei pela carreira que fazia mais sentido para mim naquela época, mas meu caminho me mostrou que o sistema em que estava inserida não me permitia ser eu mesma. Nunca me permitiu. E embora eu estivesse em um meio supostamente de criatividade, autonomia e inovação, em 13 anos fazendo ciência, me sentia tolhida em exatamente todos estes aspectos. E olha que nunca me interessei pelo ambiente corporativo, justamente por isso….

E agora quero fazer muitas coisas. Quero escrever porque tenho muito a dizer a mim mesma. Quero denunciar porque estou cansada de ter tido que calar-me tantas vezes. Quero transformar tantas ideias em criação. Quero vestir a minha “falta” de estilo. Quero trabalhar horas e horas se eu quiser. Quero dançar por dias inteiros. Quero seguir aprendendo nas trocas com as outras pessoas. Quero assumir minha “queda” por um palco. Quero escutar, reconhecer emoções e sentir com o outro. Quero explorar a minha comunicação. Quero conectar-me e escutar. Quero apoiar. Quero tirar todas as máscaras, até que não sobre nenhuma.

Quero não precisar definir-me pelo que faço, porque não posso fazer aquilo que não sou. Quero ser.

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Thayna Meirelles
Thayna Meirelles

Empatia, Autenticidade e Comunicação Não-Violenta. Para mim o melhor da vida são as conexões. www.cnvkonekti.com