UX como fundação dos negócios — o que deve mudar em 2018?

Fabricio Gimenes
The Fablab
Published in
4 min readDec 11, 2017

Estamos próximos da virada perfeita quando falamos de UX: o tema está em pauta como nunca e tem a atenção de todos. O que acontece agora?

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Desde que comecei a trabalhar na área, 12 anos atrás, gastei uma boa parte do meu esforço explicando, com maior ou menor sucesso, porque UX importa. Esse termo, pensando bem, talvez nem existisse na vida real. Arquitetura da informação era a colocação mais próxima. Até que, finalmente, o digital ganhou corpo, se integrou aos gráficos da jornada do cliente no planejamento e, finalmente, UX conquistou seu lugar à mesa. A grande questão é: o que acontece agora?

É difícil ver o fluxo da história quando estamos envolvidos nela. Mas precisamos tentar. É o nosso melhor movimento para influenciar a narrativa. Vamos em frente.

E o fato é que estamos num ponto crucial da narrativa. Estamos no momento em que UX tornou-se um trend topic. É inevitável ter que separar o caldo da espuma nesses momentos, sobretudo em mercados menos estruturados como o brasileiro. Entretanto, mesmo que estejamos vivendo um momento de êxtase, é preciso entender que UX cada vez menos será tendência e cada vez mais será fundação. E a razão disso é simples: o mundo como o conhecemos está mudando rapidamente para algo novo, que ainda não conseguimos vislumbrar ao certo como será — sabemos apenas que estará 100% conectado. Nesse sentido, as possibilidades do que chamamos de UX se fragmentarão ainda mais. UX será ainda mais mais abrangente e ainda mais essencial.

Supondo que eu esteja certo e que UX torne-se uma disciplina de fundação para o desenvolvimento de negócios nos próximos anos, com o que deveríamos nos preocupar agora, tipo 2018?

Isso depende, obviamente, de qual ator você é nessa jornada. Se você está na posição de gerir o negócio com certeza a mudança de visão é a maior preocupação. Mas se você está numa posição onde é responsável direto pela execução do trabalho (um designer, por exemplo), entender sua nova posição do tabuleiro deve ser o foco.

Em ambos os casos é preciso encarar 2018 como um ano de adaptação. O ano onde ajustamos a lente dos nossos óculos para este novo tipo de leitura, onde preparamos a base para este novo momento que mencionei, onde UX torna-se o início.

Um novo olhar para a gestão

Se você tem uma daquelas canetas influentes dentro da empresa já sabe que a sua responsabilidade vai além dos resultados do dia. Você provavelmente é a pessoa que também precisa pensar no médio e longo prazo. Em 2018 não pense em UX como uma atribuição dessr ou daquele departamento (marketing ou do comercial, por exemplo). Não. Procure entender, dentro das atividades-chave do seu negócio, qual é o grau de maturidade da UX aplicada ali. Entender a experiência dos atores internos que executam essas atividades é essencial para ganhar uma boa dose de eficiência no curto, médio e longo prazo. Eu já abordei o assunto de uma perspectiva mais prática, falando um pouco sobre o impacto das interfaces na eficiência operacional das empresas, mas o papo vai além. Pense no processo de UX como um narrador para essa jornada de modernização e transformação da eficiência. Você descobrirá bem mais do que interfaces.

Profissão Designer (de negócios)

Há bastante tempo o papel do designer vem se transformando. Se você é designer precisa entender a real possibilidade de impacto que pode causar neste novo momento. O que muda para você, designer, agora que a UX sai do final e vem para o início do processo estratégico? Em 2018 designers tem a oportunidade de oxigenar o raciocínio de negócio. Quem conseguir criar a ponte o universo holístico do design e a objetividade que a viabilidade de negócio pede, vai se destacar. Estou falando, realmente, de entender o funcionamento do negócio, não de uma feature. Designers que raciocinem mais próximos de Product Owners, por exemplo, focados em garantir o retorno sobre o investimento realizado. Você está preparado para mudar o conteúdo do seu feed?

Se UX cada vez mais será a base dos negócios que existem e dos que ainda virão, nosso olhar deve se voltar justamente para repensar a fundação que existe hoje. Enxergando esse passo à frente, a gente caminha mais rápido (e ainda pode lucrar bastante com isso, vale dizer). O ano que começa vem escancarado pra isso.

Nessa tempestade perfeita que se aproxima, você está pronto para se molhar em 2018?

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Fabricio Gimenes
The Fablab

Autodidata, nexialista, cozinheiro de final de semana. Sócio da WHF e observador nas horas vagas.