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Conectt, Math Marketing e Uords criam holding de serviços baseados em dados

Redação The Funnel
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Published in
4 min readDec 18, 2020

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Grupo Wikeen, que tem entre os sócios o fundador da aceleradora ACE, vai atuar de forma integrada em transformação digital, ciência de dados e marketing digital

Por The Funnel Brasil

Há cinco anos, a Conectt, empresa de tecnologia especializada em transformação digital, fez um spin off de sua área de ciência de dados aplicada ao marketing e criou a Math Marketing. Agora, os controladores das duas empresas adquiriram a gaúcha Uords, de estratégias de marketing digital, e estão montando uma holding de serviços baseados em dados, a Wikeen. O grupo tem entre os sócios-conselheiros Pedro Waengertner, fundador da aceleradora ACE. “Cada empresa manterá foco em sua área de atuação, mas a união nos permitirá oferecer novas soluções ao mercado”, diz André Boger, CEO do grupo.

Na prática, de acordo com Marcel Ghiraldini, vice-presidente da Math Marketing e CBO do grupo, isso vai se traduzir em mais ofertas cruzadas e um leque de ferramentas que podem ser implementadas dentro de um planejamento estratégico único, centralizado. “A holding vai permitir que a conexão de negócios e processos aconteça de forma mais ágil e assertiva com a integração de diversos serviços em um só ambiente”, afirma o executivo.

A estruturação do grupo consumiu R$ 2 milhões em investimentos, dos quais R$ 1 milhão foi para a compra da Uords, diz Boger. Os planos agora, afirma, são de investir mais R$ 5 milhões em expansão, em 2021, para alcançar valor de mercado de R$ 40 milhões. Segundo Ghiraldini, novas aquisições, no Brasil e na Europa, não estão descartadas.

Além de Boger como CEO, e de Ghiraldini, CBO, o grupo será dirigido por Sergio Larentis Junior, COO, e Waengertner e Marcelo Pimenta, como sócios conselheiros da operação.

André Boger, CEO do Grupo Wikeen, e Marcel Ghiraldini, vice-presidente da Math Marketing e CBO do Grupo Wikeen.

Math em expansão

Com a Math, em particular, os planos são buscar um modelo de software as a service (SaaS), mais escalável, e ampliar a participação no mercado internacional, diz. “Algumas capacidades que a gente entrega, até certo grau de maturidade, poderiam ser aceleradas com um software para acelerar a maturação no cliente”, afirma o executivo. “Estamos criando alguns protótipos para testar isso. Hoje, a gente consegue entregar muito valor em 90 dias. Mas como entregar o mesmo valor em nove dias? Ainda não sabemos se é possível, mas estamos fazendo testes”, afirma Juliano Araújo, head de parcerias da Math.

O que a Math faz, mais especificamente, é o que o executivo define como “ouvir todos os dados que estão sendo gerados” e avaliar se as empresas estão “escutando” os dados que faz sentido escutar, de acordo com cada negócio. O que é preciso filtrar e o que não. “Uma das campanhas está começando a ter dificuldade de performance. Por quê? Falta dinheiro? Ou o público alvo está mudando de comportamento por causa de concorrentes entrando?”, afirma Ghiraldini. A partir daí, diz, com base na estratégia do cliente, são traçadas estratégias de marketing e vendas que podem ou não ser executadas pela própria Math.

A empresa chegou ao mercado europeu no ano passado, com a abertura de uma unidade em Portugal, e os sócios acreditam que há um bom espaço para se expandir no continente, diz Ghiraldini. A ideia é reforçar a atuação a partir de Portugal, principalmente além da Península Ibérica.

No ano passado, segundo Ghiraldini, a Math alcançou receita de R$ 5,2 milhões. Este ano, fechou em R$ 6,5 milhões, mesmo com a pandemia, que depois de um período de estagnação, acelerou a demanda. Para 2021, afirma o executivo, a expectativa é dobrar de tamanho.

O principal desafio, avalia, é a contratação de mão de obra especializada. A empresa tem hoje, com 46 funcionários, doze vagas em aberto. Entre as especialidades demandadas, estão as de cientistas de dados, desenvolvedores de interface e estatísticas. Para preenchê-las, a Math vem recorrendo a acordos com universidades e escolas de formação. “É uma ciência, em termos de tempo, muito nova”, afirma Araújo.

Outro desafio no processo de expansão, avalia Ghiraldini, é a aculturação dos clientes para que os projetos possam ser executados de uma forma que gerem resultados de maior impacto. “A gente sabe que o uso de dados está na moda, mas precisamos que o cliente entenda a nossa importância como diferencial estratégico e competitivo. Quando o cliente entende, conseguimos ser usados da maneira certa e construir grandes cases, que podem ser vitrines para a ampliação do mercado como um todo, com mais clientes”, afirma.

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