Um novo olhar para a educação corporativa

Redação The Funnel
The Funnel
Published in
3 min readJan 18, 2022
The Funnel Talks, que marcou o lançamento da 10º edição da The Funnel, discutiu a transformação na cultura de aprendizagem nas empresas

A cultura organizacional da era digital requer novas estratégias e abordagens para a educação corporativa

Baixe gratuitamente a nova edição da The Funnel

Por Fábio Vieira

O Santander criou há cinco anos uma universidade corporativa com o objetivo de transformar seu modelo de atuação em meio às mudanças do mercado. Dentro desse processo, a companhia, que conta com mais de 43 mil funcionários, adotou os chamados “multiplicadores internos”, que hoje somam cerca de 500 colaboradores voluntários que têm a missão de disseminar tanto a nova de inovação da empresa como aprendizados e conhecimentos para os outros profissionais.

O case acima foi citado pela Superintendente de Recursos Humanos da instituição financeira, Joana Rebocho, durante o painel “A aprendizagem no centro da estratégia de inovação e negócios”, organizado pela The Funnel em parceria com a Kyvo Design-Driven Innovation, em São Paulo, para lançar a 10º edição da revista digital (baixe gratuitamente aqui). “Hoje é preciso se reinventar, e essa iniciativa foi a forma que encontramos para disseminar o conhecimento dentro da empresa”, afirmou a executiva do banco espanhol.

Iniciativas como a do Santander têm se expandido entre as grandes corporações devido às rápidas transformações do mercado e à necessidade de desenvolver uma cultura de inovação. Entretanto, essas mudanças têm criado diversos desafios às companhias em relação à aprendizagem de seus profissionais, pois muitos dos conhecimentos necessários a este novo ambiente de trabalho ainda estão longe da grade curricular da maioria das instituições de ensino.

Pandemia e educação corporativa

Especialista em estratégias de aprendizagem, inovação e curadoria de conteúdo, a consultora Clara Cecchini diz que a crise provocada pela Covid-19 acelerou um processo de mudanças na educação corporativa que já estava em curso havia alguns anos. “A pandemia nos ajudou a encarar a aprendizagem de fato, pois as mudanças que estamos enfrentando são muito profundas”, comentou ela, que é coautora — com Alexandre Teixeira — do livro “Aprendiz Ágil — lifelong learning, subversão criativa e outros segredos para se manter relevante na Era das Máquinas Inteligentes”.

Na linha da Academia Santander, a universidade corporativa criada pelo banco espanhol, o professor de Marketing e Negócios e Vice-Presidente da Tecnica, Romeo Busarello, avalia que a tendência é que as empresas exerçam um papel mais ativo na produção e no compartilhamento de saber. “As corporações têm hoje um conhecimento muito aprofundado em áreas que são essenciais ao mercado, como a da sustentabilidade”, diz.

Mas e as novas tecnologias? Como fica o aprendizado das pessoas na era das máquinas inteligentes e dos dados? Para essas questões, o cofundador da Logun Ventures, Abel Reis, citou a importância de um olhar mais humano dentro das organizações em contraposição a um mercado cada vez mais automatizado. “Em 20 anos esse estrago pode ser dramático. A área de Recursos Humanos tem um papel fundamental para lidar com essa automação dentro das organizações”, afirmou Reis, que construiu sua carreira no mercado publicitário como fundador da premiada AgenciaClick e ex-CEO da Isobar Latino América e da Dentsu Aegis Network Brasil. “A Inteligência Artificial tem muitos benefícios de produtividade para as organizações, e não há outra alternativa a não ser abraçar isso”, afirmou.

Usando a Academia Santander como exemplo de aprendizado, Joana corrobora o pensamento de Reis em relação à valorização das competências humanas nas corporações. “Temos que reinventar os negócios, mas, ao mesmo tempo, temos que ser radicalmente humanistas. Dentro das organizações, onde há Inteligência Artificial, também precisamos usar mais a inteligência coletiva”, disse.

Baixe gratuitamente a nova edição da The Funnel

--

--