A balada de Chris Paul

The GOAT
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2 min readApr 25, 2015
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Não é fácil manter a expectativa. As duas primeiras partidas da série foram clássicas. A primeira, por Chris Paul e Blake Griffin. A segunda, por Tim Duncan. San Antonio Spurs e Los Angeles Clippers tentaram, com todo afinco, repetir as ótimas atuações, mas foi o time texano que abriu 2 a 1 na série.

Pelo primeiro quarto, era fácil notar que isso não iria acontecer. Kawhi Leonard tomou as rédeas dos Spurs e fez 10 pontos no período. Logo após vencer o prêmio de Defensor do Ano, Leonard resolveu mostrar que, se sua evolução continuar, pode ser MVP logo.

A defesa dos Spurs foi o fator principal. Não vou incomodar ninguém com estatísticas chatas, mas ela foi bem demais. Os Clippers não encontraram resposta. O engraçado é que Doc Rivers tentou combater a fraqueza de seu filho, Austin Rivers, colocando ele em quadra com CP3. Na verdade, ele foi Bart Simpson naquele cone de ignorância.

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E o segundo quarto não começou diferente. Parecia que os Spurs sentiram defeitos nos Clippers e resolveram atacar na jugular. Para ser bem honesto, parecia que os Clippers mudariam seu destino no primeiro tempo. Mas Kawhi seguiu com sua temporada histórica e manteve os Spurs na liderança.

CP3 experimentou de tudo, enquanto Gregg Popovich tentava manter jogadores descansados marcando o melhor armador do Multiverso. Uma sequência em particular dá a imagem do primeiro tempo. Glen Davis deu toco em Duncan, Kawhi deu toco em Davis, CP3 roubou a bola de Kawhi, Blake Griffin pontuou. A partida foi intensa assim.

O terceiro quarto foi uma extensão do primeiro tempo. Os Clippers tentavam, mas os Spurs tinham o jogo sob controle. Mesmo com erros, como a caminhada de Tiago, o time angelino se viu amarrado. A última esperança era o quarto final.

A sensação que o quarto final trouxe foi que o melhor armador da NBA sabia que seu time não teria forças para virar o jogo. Quando um guerreiro honrado segue lutando até o final, a morte é mais deprimente do que quando ele desiste. Paul caiu após golpes infinitos nessa partida.

Mas ele sabe que, como líder, como alvo, levará a maioria dos golpes. Assim ele segue, caminhando em busca da glória. “Um dia”, Paul repete olhando no espelho, “terei um elenco que me ajude ao topo. Não hoje. Um dia”. Nosso herói olha para o chão. Enxuga as lágrimas. Senta no pódio e encara o público como se nada tivesse acontecido. “Um dia”, ele murmura para si mesmo. “Um dia”.

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