A defesa de Taj Gibson contra os Nuggets

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3 min readApr 14, 2018

Não posso mentir, quando o Minnesota Timberwolves anunciou a contratação de Taj Gibson não levei fé. Depois de uma atuação apagada na temporada passada com o Oklahoma City Thunder, achei que o ala-pivô não mais seria uma influência nas partidas em que jogasse — 82 esse ano, algo cada vez mais raro na NBA. Como eu errei.

Parece que Tom Thibodeau, atual treinador dos Walves, consegue tirar o máximo de Gibson. A reunião com o ex-técnico do Chicago Bulls fez com que Gibson fosse fundamental para a defesa da equipe que conta com Karl-Anthony Towns e Andrew Wiggins entre os titulares.

O cenário: a última partida da temporada.

Os personagens: Minnesota Timberwolves e Denver Nuggets

O que estava em jogo: o vencedor iria para os playoffs, o derrotado poderia começar as férias mais cedo.

Nikola Jokic, o pivô dos Nuggets, dominou os três primeiros quartos da partida. Marcado por Towns, o Joker teve liberdade para fazer o que queria em quadra. Foram 30 pontos, convertendo 70,6% dos arremessos de quadra. Parecia que, nas costas do pivô, os Nuggets venceriam.

Entra Taj Gibson.

A decisão de colocar Gibson na marcação de Jokic mudou o jogo. No quarto período e prorrogação, o pivô de Denver converteu, apenas, 2–8 FG, tendo mais tentativas de arremesso do que pontos, 5 pontos. E, nos últimos dois minutos de jogo, Gibson colocou Jokic no bolso.

Gibson faz o hedge — ato de dar esse passo pra frente ao defender o pick and roll, para evitar o corte do jogador com a bola — duas vezes. Ele volta a tempo de marcar Jokic e impedir que o adversário vá para a cesta. Depois que Jokic desiste da bola, Gibson não deixa que tome a posição perto da cesta e força o péssimo arremesso nos últimos segundos de posse.

Agora Gibson encontra Jokic cedo na posse dos Nuggets, que tinham a chance de tomar a frente no placar. Denver tenta colocar o ala-pivô dos Wolves no pick and roll, mas Gibson não deixa isso ser uma vantagem para o s adversários. Mais um hedge forte, Gibson volta para a marcação de Jokic rapidamente, novamente não deixa Jokic tomar a posição que quer e força uma bandeja péssima.

No final do quarto período, os Nuggets tiveram a chance de acabar com a temporada dos Wolves. Gibson, no entanto, tinha outra ideia. A luta com Jokic começou cedo. Antes mesmo da bola entrar em jogo os dois já brigavam por posição. Gibson evitou o corta-luz, fez com que a única opção de Jokic fosse a zona morta e ainda roubou a bola. Como se tirasse doce da boca de criança (nota do autor: não tirem doce da boca de criança. É feio).

Para finalizar, Gibson pegou Jokic no meio da quadra, quase roubou a bola do Nugget e ainda só deu a opção de um arremesso desesperado de longe da linha de 3 pontos.

Gibson é uma presença sólida no vestiário também. Costuma saber onde todos devem estar em quadra. Sabendo de suas limitações, ele compensa com inteligência, raça e antecipação. Não fosse ele, mesmo no meio de craques como Towns e Jimmy Butler, os Wolves não acabariam com um jejum de mais de 13 anos sem playoffs.

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