As notas do Draft 2015

The GOAT
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11 min readJun 27, 2015
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O Draft da NBA começou sem nenhuma surpresa. Após a primeira escolha — Karl-Anthony Towns duh! — a coisa começou a ficar interessante. Alguns jogadores caíram, outros subiram, gente ficou de fora e, como de costume, a torcida do New York Knicks vaiou a escolha do time. E nem conheciam o jogador.

As notas do Draft 2015.

Atlanta Hawks

Os Hawks olharam para o futuro. A franquia começou trocando a 15ª escolha pela 19ª, e duas escolhas de 2º round, uma em 2016 e outra em 2019 (CARA! Já estamos falando de coisas em 2019! Estou ficando velho). Na hora de escolher, o time trocou a 19ª por Tim Hardaway Jr. dos Knicks.

No final do 2º round, os Hawks escolheram Marcus Eriksson e Dmitris Agravanis. O sueco e o grego devem permanecer na Europa no momento.

Hardaway ainda não mostrou muito em sua curta carreira na NBA. O ala-armador tem noites boas e seguidas noites ruins. Costuma chutar demais, e, apesar do bom aproveitamento de 3 pontos, usa um número desproporcional de posses. Defensivamente é um negativo. Os europeus são virtualmente desconhecidos no mundo dos prospectos da NBA. Eriksson tem problemas com lesões, já nessa jovem idade, e não se espera muita evolução. Agravanis é um “stretch 4”, mas não parece ter as ferramentas para a Associação.

Nota: F

Boston Celtics

Quantas escolhas, hein Celtics? O time do leprechau escolheu Terry Rozier (16ª), R.J. Hunter (28ª), Jordan “eu não sou esse” Mickey (33ª) e Marcus Thornton (45ª). Boston foi um pouco confuso, pelo menos na sua primeira escolha.

Rozier é um armador. Vamos contar nos dedos agora: um armador, Isaiah Thomas, dois armadores, Marcus Smart, três armadores, Terry Rozier. Rozier não é exatamente um PG na NBA. Ele é o que chamam de tweener. Está entre duas posições. Não tem muito cacoete para armar o ataque, não tem tamanho para ser ala-armador. Ele ataca bem a cesta, defende bem. Mas… Thomas e Smart.

Hunter foi um achado para os Celtics. O ala-armador tem tamanho e um bom arremesso. Hunter deve fazer um bom par com os armadores da equipe. Ele tem tudo para ser uma escolha segura, ainda mais no final do primeiro round.

Thornton é outro ala-armador mas, ao contrário de Hunter, ainda tem muito a aprender para ter um impacto na equipe. Mickey, além de permitir a péssima piada acima, é um bom defensor, ainda cru no ataque.

Nota: B-

Brooklyn Nets

Rondae Hollins-Jefferson (23ª) não tem um bom arremesso, mas ainda tem valor. Ele tem uma excelente defesa, e a capacidade de marcar as posições 1–3. Ele define bem no aro, mas a falta de arremesso deve diminuir o impacto dessa habilidade. Bom reboteiro para a posição.

Chris McCullough (29ª) se recupera de uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho direito. Apesar de preocupante, a lesão é um empecilho menor nos dias de hoje. Ele tem um pouco de potencial, alto e com boa capacidade atlética, mas não pareceu ter bons instintos no pouco tempo que passou em Syracuse.

O argentino Juan Vaulet (39ª) é uma aposta arriscada. Mesmo na 39ª escolha, Brooklyn poderia ter decidido melhor.

Nota: C+

Charlotte Hornets

Então, os Hornets tinham a nona escolha. Michael Jordan resolveu escolher um dos jogadores que mais polarizam opiniões nesse Draft, Frank Kaminsky. Frank the Tank pode ser o novato mais pronto em 2015 em relação a seu potencial. Ele já chega muito perto do auge.

Para um time que precisa de ajuda agora, e parece pretender ser o melhor possível o mais cedo possível (eu queria escrever “brigar por um título”, mas, né?), escolher um jogador pronto é a decisão correta. Kaminsky pode abrir, fazer jogadas e ser um problema para pivôs e ala-pivôs adversários. O problema é que o que fizer no ataque, entregará na defesa.

As quatro escolhas oferecidas pelos Celtics eram do final do 1º round e do 2º, então rejeitar a troca não foi um erro como muitos falaram.

Nota: B-

Chicago Bulls

Os Bulls verão muitas mudanças com a chegada de Fred Hoiberg como novo treinador. Uma deles será a chegada de Bobby Portis, a 22ª escolha do Draft de 2015. Foi uma surpresa ver o ala-pivô cair tanto, e ele pode ser uma das escolhas “roubadas”.

Com as constantes lesões de Joakim Noah e a idade de Pau Gasol, é difícil deixar passar um talento como Portis. Cheio de energia no ataque e, principalmente, na defesa, Portis tem arremesso de meia distância, coisa necessária para um ala-pivô na NBA atual.

Nota: A

Cleveland Cavaliers

Os atuais campeões da Conferência Leste escolheram Cedi Osman (31ª), Rakeem Christmas (36ª) e Sir’Dominic Pointer (53ª). Nenhuma das escolhas ajuda imediatamente. Cedi deve seguir na Turquia no momento.

Cedi é versátil, mas não deve passar de um jogador de rotação. Christmas tem força, e uma envergadura de dar inveja. Rakeem pode não ter o potencial de outros, mas é intrigante na 36ª escolha. Pointer é um bom defensor e ataca bem o aro.

Nota: C+.

Dallas Mavericks

Os Mavericks fizeram história com a 52ª escolha. Satnam Singh é o primeiro jogador nascido na Índia a ser draftado por uma equipe da NBA. Justin Anderson (21ª) foi a outra escolha dos Mavs.

Se a melhora de Anderson durar mais do que um ano ele tem tudo para ser um jogador 3&D, ou seja, arremessos de 3 pontos e defesa. Aumentar mais de 18% o aproveitamento de chutes de longa distância, antes da lesão, pode não ser sustentável. No entanto, foi o que aconteceu.

Singh não parece ter qualidade para conseguir lugar no elenco, mas uma boa jogada de marketing de Mark Cuban.

Nota: A-.

Denver Nuggets

Os Nuggets escolheram um dos queridinhos do começo do ano, Emmanuel Mudiay (7ª), e Nikola Radicevic (57ª). Mudiay caiu bastante nos últimos meses. Após ser cogitado até como primeira escolha, os treinos mostraram algumas fraquezas em seu jogo, principalmente a falta de um arremesso consistente. Seu potencial e tamanho o tornam uma escolha intrigante de qualquer maneira.

Denver ainda não sabe quando Radicevic virá para a equipe. Um bom armador com um pouco de distância em seu arremesso.

Nota: A.

Detroit Pistons

Os Pistons passaram a chance de escolher Justise Winslow e preferiram Stanley Johnson (8ª). Darrun Hill (38ª) completou o draft dos Pistons. A ideia de passar Winslow adiante não é tão louca, depois de analisar o elenco da equipe.

Detroit precisa de talento ofensivo, apesar de alternar altos e baixos, Johnson é mais avançado que Winslow nessa parte da quadra. No lado defensivo, Johnson não é nenhum pereba. Hill terá que fazer ajustes, mas está pronto para ajudar.

Nota: C+

Golden State Warriors

A sorte dos campeões continua. Os Warriors tinham a última escolha do 1º round e receberam Kevon Looney de bandeja. Looney caiu tanto pelo risco de uma possível cirurgia no quadril. Caso ela aconteça, seu futuro pode estar comprometido.

Vamos imaginar que a cirurgia não seja necessária. Looney será um excelente valor, ainda mais no final do 1º round. Looney ainda terá tempo para evoluir, já que os Warriors não precisam de seus talentos imediatamente.

Nota: B+

Houston Rockets

O time de James Harden escolheu Sam Dekker (18ª) e Montrezl Harrell (32ª) neste Draft. Para muitos analistas, Dekker caiu mais do que deveria, acabando no colo dos Rockets. A qualidade que mostrou no Final Four é uma boa evidência disso.

Dekker deve ser uma boa arma para os Rockets. Com um bom arremesso, ele pode ser alimentado por Harden e Dwight Howard. Dekker ainda pode jogar como ala ou ala-pivô, dando uma nova dimensão à escolha.

Harrell tem energia suficiente para forçar sua presença na quadra. Com menos potencial, ele já está pronto para contribuir agora.

Nota: B+

Indiana Pacers

Os Pacers escolheram Myles Turner (11ª) e Joseph Young (43ª). Turner é um pivô e sua escolha pode significar uma troca envolvendo Roy Hibbert no futuro próximo. Turner é um bom defensor, mas não resolve a falta de ataque da equipe. Ele pode até desenvolver o lado ofensivo, mas é uma escolha um pouco estranha para Indiana.

Apesar de baixo para a posição, Young sabe criar arremessos. Um bom arremessador para encontrar tão tarde no draft.

Nota: B-

Los Angeles Clippers

Com a 56ª escolha, o New Orleans Pelicans selecionaram Branden Dawson. Ele foi a única escolha da franquia. Logo após o draft, os Clippers mandaram uma quantia em dinheiro pelo ala.

Nota: C

Los Angeles Lakers

Foi uma surpresa os Lakers escolherem D’Angelo Russell com a segunda escolha. O irmão rico de Los Angeles completou seu Draft com Larry Nance Jr. (27ª) e Anthony Brown (34ª).

A esperança dos Lakers é que Russell traga o Showtime de volta ao lado amarelo e roxo do Staples Center. D’Angelo tem problemas sérios na defesa, mas seu potencial e visão de quadra mais do que tornam essa uma boa escolha.

Kobe Bryant terá que dar espaço para o novato armar o time. Perto da aposentadoria, Kobe não mais pode se dar ao luxo de gastar energia levando a bola para o ataque.

Após deixar Jahlil Okafor passar, os Lakers escolheram Nance para o garrafão. O ala-pivô tem uma capacidade atlética tremenda. Brown é alto e tem um bom arremesso.

Nota: A-

Memphis Grizzlies

Jarrell Martin (25ª) não é exatamente o que os Grizzlies necessitam agora. Ficou claro nestes playoffs que o time do Grit n Grind precisa de arremessadores para acabar com o congestionamento no garrafão. Martin não é esse cara.

Para o bem de Martin, é bom ele começar a defender, coisa que não fez na NCAA.

Nota: D-

Miami Heat

Isso foi sorte. Ninguém esperava que Justise Winslow caísse tanto, mas ele caiu no colo do Heat com a 10ª escolha. Miami também escolheu Josh Richardson (40ª).

Winslow é um exímio defensor que chega com a possibilidade de virar um jogador de elite neste lado da quadra. No ataque, ele sabe cortar para a cesta, mas seu arremesso dúbio pode diminuir esse impacto.

Apesar de Winslow ser um bom jogador para o Heat, não é como se ele não tivesse alguns problemas de caráter. Sua atitude no Instagram e Twitter lembram um pouco Iman Shumpert. Richardson pode ser um bom arremessador de “spot up”, ou seja, parado, na NBA.

Nota: A

Milwaukee Bucks

Com sua única escolha, a 17ª, os Bucks escolheram Rashad Vaughn. O ala-armador é um bom arremessador, apesar de usar bastante posses ofensivamente. Vaughn não jogou o esperado em UNLV, mas tem o potencial para aproveitar as oportunidades ao passar despercebido no ataque que tem Giannis Antetokounmpo e Jabari Parker.

Seus problemas defensivos serão aliviados pelo albatroz defensivo de Milwaukee.

Nota: C+

Minnesota Timberwolves

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Não tinha como os Wolves errarem. Karl-Anthony Towns é, de longe, o melhor jogador deste draft, e mereceu ser a primeira escolha. Tyus Jones (24ª) foi a última escolha do time.

Não tem muito o que falar de Towns. Ele é o jogador com mais capacidade de acabar como uma superestrela neste draft. Junto com Ricky Rubio e Andrew Wiggins, ele completa um jovem núcleo para a equipe.

Jones é um armador que deve aprender bastante com Rubio.

Nota: A+

New Orleans Pelicans

Os Pelicans receberam uma quantia em dinheiro pela 56ª escolha.

Nota: -

New York Knicks

Que surpresa! Não, não a escolha de Kristaps Porzingis (4ª), mas a torcida dos Knicks vaiar a seleção de Phil Jackson. Já que textos não traduzem sentimentos direito, estou sendo extremamente sarcástico. A torcida dos Knicks sempre vaia as escolhas do time. Os Knicks completaram o draft com Jerian Grant (19ª) e Guillermo Hernangomez (35ª).

Porzingis é uma escolha arriscada, mas com muito potencial, talvez o maior do draft. Alto, com um excelente arremesso, visão de quadra, instintos defensivos e uma grande vontade de trabalhar, ele pode surpreender. Grant tem habilidade para criar para companheiros e encontrar seus arremessos.

Hernangomez não é o cara mais atlético do Draft, mas tem boas armas ofensivas,

Nota: B+

Oklahoma City Thunder

O maior reforço do Thunder será Kevin Durant saudável, mas o time tinha a obrigação de escolher no Draft, e o fez bem. Cameron Payne (14ª) e Dakari Johnson (48ª) foram os selecionados.

Payne é mais uma peça interessante para o Thunder. O armador terá chance de chegar atrás de Russell Westbrook, sem ter a responsabilidade de corresponder imediatamente. Com Payne, o time também poderá colocar Westbrook como ala-armador, mudando, assim, o estilo de ataque conforme o adversário ou momento em quadra.

Johnson é uma aposta. Tem tamanho, e potencial. Será beneficiado, assim como Payne, pelos veteranos no time.

Nota: A

Orlando Magic

Super Mario Hezonja (5ª) e Tyler Harvey (51ª) foram os selecionados do Magic. Além de ter a Mickey Mouse e o restante da Disney em seu quintal, Orlando agora conta com Super Mario (vocês acham que cheguei no fundo do poço das piadas? Não. Vai piorar). E Harvey, como a escolha 51, foi uma boa ideia (eu avisei).

Mas, esquecendo as piadas de pai, Hezonja é uma escolha estupenda para o Magic. Claro que a tentação de ter um trio com Elfrid Payton, Victor Oladipo e Justise Winslow existia. Pelo menos para mim, seria um perímetro assustador na defesa. Contudo, o time precisa de ataque, e isso Hezonja tem. Junto com Harvey, eles têm o que o Magic precisa, arremessos e pontuação.

Nota: A

Philadelphia 76ers

Nerlens Noel, Joel Embiied e, agora, Jahlil Okafor (3ª). Esses são os jogadores de garrafão do Sixers. Richaun Holmes (47ª), J.P. Tokoto (58ª) e Luka Mitrovic (60ª) completaram o draft de Phila.

Okafor não deixa de ser uma escolha estranha, afinal, o time já tem dois caras para a área pintada. Além de Okafor ser um dos melhores talentos disponíveis, a informação de que Embiid poderá passar por nova cirurgia no pé torna a seleção mais compreensível do ponto de vista de encaixe no time.

Tokoto tem potencial para ser útil ao time. Seu arremesso melhorou bastante após a temporada universitária.

Nota: A

Phoenix Suns

Os Suns adicionaram pontuação no perímetro com Devin Booker (13ª). Andrew Harrison (44ª) foi a outra escolha do time.

Booker tem um bom arremesso de fora, e altura para completar o pacote. O potencial de desenvolver a defesa existe, é só torcer para ele crescer nessa parte de seu jogo. Já Harrison é um armador alto, com um bom arremesso. Neste ponto do 2º round, boa escolha.

Nota: B

Portland Trail Blazers

Portland tinha uma escolha, a 41ª, e a usou em Pat Connaughton. Connaughton também poderia ter escolhido a MLB, mas preferiu a NBA. Ele tem um bom arremesso.

Nota: D

Sacramento Kings

Os Kings estão no meio de uma crise, mas aplacaram esses rumores ao menos por uma noite. Com a 6ª escolha, o time da capital californiana selecionou Willie Trill Cauley-Stein. Apesar das dúvidas sobre seu ataque, WCS pode marcar da 1–5 e deve formar uma interessante dupla com DeMarcus Cousins, se o pivô permanecer. Cauley-Stein ainda mostrou um belo arremesso nos treinos pré-Draft.

Nota: A

San Antonio Spurs

Spurs seguem Spursando. Nikola Milutinovic (26ª) e Cady Lalanne (55ª) chegam aos Spurs para completar as seleções que acabam surpreendendo todo mundo, porque Spurs Spurzeam.

Milutinovic é um jogador alto de garrafão que pode encaixar bem no sistema de Gregg Popovich. Uma boa defesa, especialmente no pick and roll, bons fundamentos. Pop vai amar treiná-lo.

Lalanne deve ser usado no Austin Toros, mas vale a pena apostar nele.

Nota: A

Toronto Raptors

Os Dinos terminaram a noite com Delon Wright (20ª) e Norman Powell (46ª). Wright encontrará espaços depois que o time trocou Greivis Vasquez. Ele poderá ser um bom complemento no banco, principalmente na defesa. No ataque ele tem uma boa visão.

Powell tem uma boa capacidade atlética e liderou UCLA em pontos. Sua atitude foi posta em cheque, mas ele mostrou ser capaz de manter a cabeça no lugar.

Nota: B+

Utah Jazz

Trey Lyles foi cogitado até na 4ª escolha, e caiu para a 12ª, em Utah. Olivier Hanlan (42ª) será o outro novato do Jazz.

Lyles pode ser um “stretch 4” para o Jazz, se encontrar um arremesso confiável. No Jazz, ele terá Rudy Gobert ajudando na defesa, mas isso não quer dizer que não possa acabar com um bom defensor.

O canadense Olivier pontuou bem na Boston College.

Nota: C+

Washington Wizards

O time da capital americana acabou com Kelly Oubre (15ª) e Aaron White (49ª).

Oubre ainda não está nem perto de pronto. Ele tem vários defeitos em seu jogo, mas o potencial de arrumá-los foi tentação demais para os Wizards. Caso arrume, ele pode ser um 3&D clássico.

White não tem um potencial enorme, mas pode acabar como um bom carregador de piano.

Nota: B

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