Ataques, conservem suas defesas!

Pedro Henrique
thegoatbr
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3 min readSep 12, 2017

Uma velha máxima da NFL é que times bons conseguem equilibrar o tempo em campo de seus ataques e suas defesas. E, se possível, que o ataque fique mais tempo em campo. O motivo é óbvio: quanto mais tempo jogando, mais seus jogadores cansam. Se sua defesa está cansada, o ataque adversário terá vantagem. O fato de ter que perseguir e cobrir rotas e espaços completamente indefinidos a cada jogada de um adversário é cansativo tanto fisicamente quanto psicologicamente. Defesas fortes tem limites. E foram três os casos notáveis disto nesta primeira semana da temporada 2017–18 da NFL.

Arizona Cardinals, Seattle Seahawks e New York Giants foram quase inofensivos do ponto de vista ofensivo. As defesas, embora fortes, uma hora não aguentaram mais. Cada qual com seu detalhe. Vamos a eles.

A defesa do Cardinals conseguiu segurar o Detroit Lions (e inclusive marcar um touchdown) por três quartos. O ataque, liderado por Carson Palmer, teve participação lamentável. Com três interceptações, passes direcionados ao chão que contribuíram para apenas 27 de 48 passes corretos e pouca criatividade ofensiva com seu corpo de recebedores, Palmer comprometeu demais as tentativas dos Cardinals. Quando você entrega a bola três vezes no jogo, significa que a defesa tem que voltar correndo ao campo três vezes. Foram apenas 15 pontos dos Lions nos três primeiros quartos. No último, com a defesa já cansada e com uma bela participação de Matthew Stafford, foram 20 pontos. Tudo de positivo feito durante a partida foi destruído. O pass rush parou de funcionar, os defensive backs pararam de conseguir acompanhar os velozes Golden Tate e Kenny Golladay, que acabaram com a partida.

O Seattle Seahawks possui uma das mais elogiadas defesa da liga. Porém, o time não consegue proteger seu QB Russell Wilson, com uma offensive line defeituosa, que oferece pouca proteção. Wilson é um jogador muito dinâmico e talentoso, porém tudo tem limite. Contra a defesa dos Packers, que no papel não é uma das mais fortes da liga, o time só conseguiu sua primeira descida no jogo no segundo quarto. Com tantas jogadas de três arremessos e saindo, mais tempo ainda de Green Bay Packers atacando. E uma hora o excepcional Aaron Rodgers acerta uma jogada. São muitas chances. E a defesa cansa, a defesa falha, ela não é perfeita. Os problemas de proteção ao seu QB e o jogo corrido sofrido seguem os mesmo defeitos de temporada passada, apesar da chegada de reforços como Eddie Lacy. Uma coisa leva a outra.

Por fim, o New York Giants tem uma das mais promissoras defesas da liga nesta temporada. Jovem, física e veloz. Porém, o ataque sem Odell Beckham Jr., com um Brandon Marshall sem ritmo e com um jogo corrido morto não dá para Eli Manning a chance de fazer o ataque viver contra um time tão competitivo quanto o Dallas Cowboys. Assim como os Seahawks, os Giants só conseguiram o sua primeira descida do jogo no segundo quarto. Com isso, muito tempo de defesa no jogo e mesmo assim ela se portou muito bem, cedendo apenas 19 pontos para os Cowboys. Porém, mais do que o suficiente para o Cowboys que só sofreu 3 pontos e viu os Giants ameaçarem um touchdown em apenas um drive.

Preservar sua defesa é fundamental no futebol americano. Os três times citados devem estar se remoendo para resolver esse problema. O Cardinals terá problemas com a recente lesão de seu melhor jogador David Johnson que pode tirá-lo de 8 a 12 semanas. Palmer precisa voltar a jogar bem para o time sonhar com algo ainda. Os Seahawks vão continuar pensando em como diminuir os danos em Wilson com uma OL defeituosa. Passes mais rápidos, jogadas menores? Explorar mais corridas? Já os Giants podem contar com a volta de Odell e um melhor ritmo do resto de seus jogadores para auxiliarem Eli. Importante ver como o jogo corrido do time irá se portar. Quando se fala de ataque, também se fala de defesa. Apesar dos jogadores serem diferentes em cada uma das duas fases do jogo, o equilíbrio é fundamental. É uma guerra velada no jogo.

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