Brasil tem lições a tirar da confusa estreia contra a Lituânia

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3 min readAug 8, 2016
NENE LITUANIA

A Seleção Brasileira Masculina de Basquete estreou com derrota nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Contra a Lituânia, adversário tido como um dos dois mais difíceis do grupo, o Brasil acabou derrotado por 82 a 76 e largou com o pé esquerdo na competição. Após um primeiro tempo pífio, em que terminou perdendo por 29 pontos, a Seleção se recuperou a ponto de cortar a diferença para apenas 4. No fim, porém, a vitória finalmente ficou com os europeus. Apesar de toda a irregularidade do Brasil durante o jogo, algumas lições podem ser tiradas para o próximo compromisso da Seleção, contra a Espanha, nesta terça-feira (9).

O que deu certo:

- Raulzinho

Raulzinho pede passagem no Brasil. O armador melhora a Seleção dos dois lados da quadra e a insistência em manter Marcelinho Huertas como titular pode custar pontos e partidas preciosas ao Brasil. Huertas foi presa fácil para Mantas Kalnietis na defesa. Quando atacava, a melhor parte de seu jogo, o armador não conseguiu encaixar o pick-n-roll e tomou decisões equivocadas. Raulzinho esfriou Kalnietis no segundo tempo, comandou o ataque melhor e foi um dos principais fatores na reação tardia do Brasil.

- Felício e Augusto Lima

Principais homens de garrafão do Brasil no começo da reação, Cristiano Felício e Augusto Lima mostraram muito mais adaptação para defender do que o titular Rafael Hettsheimeir. Mais lento do que os dois, não conseguiu acompanhar as trocas defensivas e expôs a defesa brasileira em diversos momentos. Do outro lado da quadra, Felício e Lima não fizeram nada de extraordinário, mas cumpriram o trabalho sujo, com rebotes, jogadas de energia e bloqueios bem feitos.

- Defesa no segundo tempo

A partir do meio do terceiro período, o Brasil começou a ganhar momento no jogo com o bom trabalho de sua defesa. Tudo começava com Raulzinho, que marcou Kalnietis individualmente por toda a quadra, retardando o começo do ataque adversário, e evitando que ele ganhasse boa posição de quadra. Com um time mais alto (Leandrinho e Marquinhos no perímetro, Felício e Lima no garrafão), Brasil conseguiu contestar mais as jogadas dos alas lituanos. As trocas defensivas foram feitas com mais velocidade, e mesmo após o pick-n-roll, o Brasil esteve bem na cobertura para evitar cestas fáceis dos europeus.

O que deu errado:

- Chutes de fora

Esse problema talvez seja mais do elenco brasileiro do que uma situação da partida contra a Lituânia. A Seleção não tem muitos chutadores confiáveis de fora e isso facilita a marcação para o adversário. Sem arremesso, o Brasil procurou as jogadas dentro do garrafão no primeiro tempo. Aproveitando-se de sua altura e envergadura, os lituanos tiveram liberdade para congestionar a área pintada e provocar erros brasileiros.

- Ataque

Em um todo, o ataque brasileiro não funcionou. Nem mesmo na reação do segundo tempo. Muitas das cestas brasileiras vieram de jogadas individuais, principalmente de Leandrinho. Arremessos que podem até ser usados, mas que, em grande volume, se mostram pouco eficientes. O melhor momento do ataque brasileiro foi quando conseguiu se estabelecer dentro do garrafão, com infiltrações e jogadas com os pivôs, especialmente após a saída de Jonas Valanciunas.

- Lances livres

O Brasil errou 13 lances livres na partida. A Lituânia, 3. O jogo foi vencido por 7 pontos. Não é uma conta difícil de se fazer. Você tem que fazer seus lances livres, ainda mais em jogos tão duros.

- Defesa no primeiro tempo

Ajuda atrasada, trocas lentas, vulnerabilidade nos bloqueios e pontos de contra-ataque. Aconteceu de tudo um pouco na defesa brasileira no primeiro tempo. Alex é bom marcador, mas era muito mais baixo do que os alas lituanos, e muitas vezes sua agilidade não era suficiente para impedir a pontuação adversária. Além disso, Huertas ficou muitas vezes preso no bloqueio de Valanciunas, abrindo espaço para o perigoso chute de fora de Kalnietis.

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