Cinco destaques das Ligas de Verão da NBA

The GOAT
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4 min readJul 25, 2015
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É Liga de Verão. Uma frase repetida diversas vezes, e com razão. Seja em Orlando, Utah ou Las Vegas, pouco se pode prever do que passará para a temporada regular. As Ligas de Verão não foram feitas para contar vitórias e derrotas, apesar de, hoje em dia, existir um título e até camisetas para os campeões. Elas são sobre desenvolver e encontrar talentos.

Novatos buscam seu primeiro gosto de NBA, jogadores que não foram escolhidos no Draft tentam impressionar equipes, com a esperança de conseguir um convite para o campo de treinamento, veteranos matam saudades das quadras.

Segundanistas tem uma vantagem nas Ligas de Verão. Mesmo que tenham jogado pouco, passaram um ano treinando como profissionais, por isso jogadores como Kyle Anderson, do San Antonio Spurs, e Noah Vonleh, do Portland Trail Blazers, ficam de fora.

Maurice Ndour

Ndour jogou a Liga de Verão de Las Vegas pelo New York Knicks. O senegalês foi um destaque tão grande que recebeu uma proposta arriscada do Dallas Mavericks, três anos de contrato com um ano e meio garantidos. Jogou no Japão durante o Ensino Médio e, de alguma maneira, acabou nos Mavs.

Cheio de energia, Ndour não fica parado um minuto em quadra. Assim, teve média de 3,6 bolas desviadas por jogo, terceira melhor marca da Liga de Verão da Cidade dos Pecados. Ativo nos rebotes, ele salvou diversas posses para o time nova-iorquino.

Maurice, com seus dreads esvoaçantes, mostrou um bom toque da meia distância. Suas estatísticas na pequena universidade de Ohio mostram que não foi por acaso. Em dois anos em Ohio, Ndour converteu 52% dos arremessos de dois pontos e 38,8% dos chutes de 3 pontos.

Karl-Anthony Towns

Meio que roubar colocar um cara que certamente terá uma boa carreira na NBA aqui. Towns não surpreendeu, mas destacou-se, mesmo que tenha feito o que deveria ter feito. Mostrou algumas coisas que não teve tantas oportunidades de mostrar em Kentucky.

Towns tinha apenas um movimento de costas para a cesta em Kentucky, girar para o ombro do meio. Não é que ele não tivesse mais em seu repertório, mas raramente os demonstrava. Fez isso na LVSL. Seja de costas ou de frente, ele não teve problemas para pontuar.

Sua capacidade de reconhecer a marcação dupla, encontrar companheiros livres e se adaptar às diferentes defesas durante as partidas também impressionaram.

Bobby Portis

O Chicago Bulls tem uma frontcourt cheia, mesmo assim, o time escolheu o ala-pivô Portis no Draft. Um caso clássico de escolher pelo melhor talento disponível, não pelo encaixe. Nada de errado nisso. Para muitos, Portis era uma escolha de loteria. Vê-lo disponível na 22ª escolha era tentação demais.

Portis mostrou uma variedade de maneiras para pontuar. Em uma partida, pareceu confortável na linha de 3 pontos, em outra, mostrou que sabe se movimentar sem a bola, conseguindo cestas fáceis em diversas posses dos Bulls. Para um time que conta com jogadores já sem a mesma mobilidade — oi Pau Gasol e Joakim Noah — ele pode mudar um pouco o ritmo das partidas.

Portis também mostrou uma facilidade para os rebotes, principalmente os ofensivos. Ele mostrou ser mais que um reboteiro decente.

Kristaps Porzingis

Essa foi uma surpresa agradável. Depois de ouvir vaias no Draft, Porzingis mostrou que tem qualidade para ser uma das primeiras escolhas. Agora, não se engane, o novato está longe de estar pronto. Sua falta de força ficou exposta em mais de uma ocasião, ainda mais quando tinha que lutar por uma posição para rebotes, sua maior fraqueza.

Mas suas contribuições mostraram que, apesar de longe, está mais perto do que se imaginava. Porzingis mostrou um Q.I. impressionante em quadra, encontrando espaços, abrindo caminhos para companheiros. Do alto dos seus 2,20 m de altura, o novato provou que consegue colocar a bola no chão, atacando a cesta em diversas ocasiões.

Mesmo magro demais, o novo Knick não teve medo de trombar no garrafão. Muito do que ele não fez em quadra foi combatido pelo o que ele sabe fazer. E a maior preocupação, sua defesa, mostrou-se uma força. Quando se perdeu em uma jogada soube recuperar-se, em grande parte por ser tão longo.

Becky Hammon

Ela liderou os Spurs ao título da LVSL e mostrou tanto conhecimento e naturalidade no comando da equipe que já é candidata ao cargo de treinadora principal em qualquer equipe que queira dar essa chance. Como a primeira mulher no comando de um time da NBA, Hammon não se intimidou.

Hammon não está na lista por ser uma mulher, apesar da grande conquista, é raro alguém, em tão pouco tempo, ganhar a confiança de tantos. E a Liga de Verão confirmou o que se imaginava: ela tem qualidade. E muita.

Após um ano participando das reuniões dos trenadores dos Spurs, Hammon foi contratada pela indicação de Gregg Popovich. Suas opiniões e noções de basquetebol foram suficientes para impressionar o rabugento Pop. Mais cedo ou mais tarde, de preferência mais cedo, ela receberá a chance de comandar uma equipe. E a franquia que der essa chance não vai se decepcionar.

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