Como Jeff Hornacek pode ajudar o New York Knicks

The GOAT
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4 min readMay 27, 2016
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Poucos previram. Segundo a imprensa — lol Isola — Phil Jackson queria porque queria renovar o contrato de Kurt Rambis. Claro que Phil entrevistou Tom Thibodeau, que preferiu ter todo o poder em Minnesota, David Blatt, Frank Vogel e Jeff Hornacek. Fã de Hornacek desde os dias do ex-ala-armador como jogador, Phil surpreendeu e escolheu o uma vez treinador do Phoenix Suns para comandar seu New York Knicks.

A primeira temporada de Hornacek com os Suns foi impressionante. O time perdeu a vaga nos playoffs por ter feito parte de um Oeste com um total histórico de vitórias. Esse início fulminante aumentou muito as expectativas dos torcedores e executivos, prejudicando o trabalho do treinador.

Como? Na segunda temporada, o time seguia bem. Mas não bem o suficiente e os executivos, pouco após o All-Star Game, resolveram implodir o time. Até então, o time estava no caminho dos playoffs. A impaciência custou a temporada 2014–15 e implodiu na atual. Com um elenco fraco, Hornacek não repetiu o sucesso das duas primeiras temporadas, mas mostrou o quanto pode ajudar os Knicks.

Defesa

Com Robin Lopez e Kristaps Porzingis defendendo o aro, e Carmelo Anthony em rara forma defensiva, os Knicks tiveram uma temporada defensiva boa. O time teve a terceira melhor maca em FG% do oponente e, no geral, esteve um pouco abaixo da média da temporada, 18º em DefRTG. O maior problema do time foi causar turnovers, o pior time da NBA, e os armadores vazando como um balde furado no perímetro, sobrecarregando o garrafão.

Muito por não forçar TOs, o Knicks foi o time mais lento da temporada. Poucos contra-ataques, ou seja, poucas cestas fáceis. Com os Suns, Hornacek teve times top 10 em causar erros adversários. Phil Jackson espera que ele consiga passar sua filosofia para os Knicks. Afinal, mais de uma vez falou que queria o time fazendo pontos fáceis, com o sistema ofensivo funcionando caso a defesa adversária se recupera-se.

Quando pode focar mais na defesa — Hornacek, admitidamente, deu mais atenção ao ataque no primeiro ano — os Suns mostraram um time agressivo, pulando em linhas de passe, esforço e ajuda. O foco é no box out, ajuda, defesa de pick-and-roll, disciplina em arremessos, fechar espaços. Para isso, falar é essencial.

Hornacek mostrou diferente maneiras de defender o pick n roll, por exemplo. Um hedge rápido, voltando par ajudar o meio do garrafão, ou…

Channing Frye controlando o garrafão no prego.

Para todos os estilos, os Knicks necessitarão de jogadores com velocidade e um bom reconhecimento do que acontece em quadra.

Ataque

“Todo mundo usa o triângulo. Se chama basquetebol”, disse um executivo veterano da Conferência Leste. O sistema ofensivo odiado pela imprensa, mesmo que seja usado por times como Golden State Warriors e San Antonio Spurs, faz parte do DNA do basquete. O triângulo faz pate do “basquete moderno”. Não adianta espernear.

Tudo isso acima foi para dizer que, o triângulo pode perder espaço — apesar dos Knicks nunca terem usado ele exclusivamente — mas nunca sumirá. E Hornacek usa partes dele. E, o que ficará evidente logo logo, é seu amor pelo pinch post — Melo curte.

Uma breve ação de triângulo após o pnr foi muito bem quebrada pela defesa do Los Angeles Lakers. A resposta dos Suns foi colocar Marcus Morris no pinch post no lado fraco. Fácil ver Hornacek fazer isso com Carmelo Anthony, deixando o ala ir trabalhar com bastante espaço.

Mais ação no pinch post, direto do HORNS. Após a bola ir para o pinch post, Hornacek usa o armador para iniciar um corta-luz, liberando a linha dos 3 pontos.

E quem disse que Hornacek não gosta do post up? Ao contrário da turma que pensa em analytics como uma eligião e quer só chutes de fora, Hornaek sabe o quão importante é estabelecer uma presença no garrafão.

Uma breve ação flex coloca Markieff Morris em uma excelente posição no post up. Apesar do erro no arremesso, Morris tem toda a liberdade para trabalhar.

A próxima jogada aconteceu pouco, mas é bem divertida e vejo Melo e Kristaps Porzingis, dois jogadores com boa visão de quadra, repetindo diversas vezes.

Hornacek colocou os gêmeos Morris no HORNS, Goran Dragic passa para abrir espaço, Markieff faz o corta-luz e parte para a cesta. Uma ponte-aérea que pode ser repetida por Melo-KP.

Por falar em Porzingis, Hornacek mostrou, com Channing Frye que tem ideias de como usar o ala-pivô para abrir as defesas na linha dos 3 pontos.

HORNS, pick n pop, e se Frye saísse marcado os Suns tinham uma opção no pivô. Kurt Rambis, mais para ensinar do que por convicção, deixou Porzingis mais no pivô do que de costume, Hornacek deve liberar KP para usar sua altura também fora do garrafão.

Gosto dessa jogada para livrar FryeKP na zona morta. Não acontece muita coisa, mas o quase pick n roll que Miles Plumlee finge que vai fazer é o suficiente para deixar Frye com espaço suficiente para arremessar.

Tipo, sei lá, é isso. Não vejo porque dizer que Hornacek é uma escolha estranha, que não tem nada a ver com o Phil Jackson e tal. Phil nunca falou muito em triângulo em si, na verdade. Falou mais em ter um sistema que possa ser usado quando ele deixar os Knicks. E, Hornacek pode trazer isto.

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