Faltam 35 dias para a NBA: relembrando Antoine Carr

Antoine Carr, o Big Dog original, é um herói do passado. Um guerreiro de uma era diferente. Um jogador forte, trombador, Carr era quase que um enforcer do hóquei de gelo. Um estilo que, graças as novas regras da NBA, não existe mais. O trombador morreu. O cara que protegia as costas de todo mundo não mais habita o basquetebol.

E, Carr era um dos maiores exemplos desse cara.

Não que fosse apenas isso. Não mesmo. E nada ilustra isso melhor do que o Jogo 5 das Finais de 1998 entre seu Utah Jazz e o Chicago Bulls de Michael Jordan, Scottie Pippen e Phil Jackson. Carr iniciou o segundo tempo da partida como pivô e, fazendo uma forte dupla com Karl Malone, terminou converteu 5–5 arremessos, incluindo dois lances-livres nos últimos 10 segundos de jogo que garantiram a vitória do Jazz por 83 a 81. Apesar dos Bulls garantirem o título no jogo seguido, o ala-pivô deixou sua marca.

Para um cara sem frescuras, é até estranho ver Carr com seus óculos laranjas, que viraram sua marca em Utah. Mas, como tudo nele, os óculos tinham um motivo.

“A gente jogava contra, acho que os Clippers, e fui para uma bola perdida e um dos caras, não sei bem quem, mas ele tinha unhas longas, como uma garota, ele tentou roubar a bola e acho que errou, acertando meu olho,

O olho inchou, obviamente, e quando acertam seu olho o outro olho tende a fechar também. Então pensei ‘bem, acho que estou cego’.

Então fiquei sentindo o chão, como se procurasse algo, tentando descobrir onde estava indo. Claro que meu bom colega de equipe Karl Malone e os outros caras começaram a tirar onda. Então foi uma dessas situações engraçadas, entrei no vestiário e todos estavam no chão, me imitando.

Eles são cruéis. Vamos colocar assim”.

Carr começou como um pulador. Voar para enterradas era parte de seu repertório. Eventualmente, ele transformou seu jogo, virando uma ameaça constante no pick-and-pop. Carr, apesar do estilo que não mais cabe na NBA, já que a Liga tirou o lado físico do jogo, também foi um dos primeiros da posição a abrir mais o jogo.

Esse era Carr. Um dos últimos de uma geração. Nunca mais teremos caras como ele. Infelizmente.