Finais de contrastes

HitTheGlass
thegoatbr
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3 min readMay 30, 2017

Cleveland Cavaliers vs Golden State Warriors: Parte III. Pela primeira vez, dois times se encontram pela terceira vez consecutiva nas Finais da NBA. Após os Playoffs sonolentos, desequilibrados, a liga tem de quatro a sete jogos para salvar sua temporada.

As Finais, ainda mais este ano do que o anterior, serão de contrastes. De um lado, o jogo de ISO — isolações, jogadas onde um atleta fica com a bola e o time abre caminho para que ele jogue no um contra um — dos Cavs. Do outro, o jogo coletivo dos Warriors. Não podia ser diferente, os atuais campeões têm LeBron James e Kyrie Irving, dois dos melhores no um contra um na NBA. Enquanto isso, os Warriors contam com Steph Curry, Kevin Durant, Klay Thompson e Draymond Green. É quase uma obrigação do time mover a bola para aproveitar tanto talento.

Os Cavs dependem muito do que James e Irving criam para a equipe. Kevin Love cada vez mais perde sua capacidade de encontrar seu espaço, JR Smith tem dias bons e dias horríveis, não dá para depender do ala-armador. O restante da equipe, pro sua vez, não tem o talento para criar seus arremessos.

Nesta temporada, a diferença entre os dois times não poderia ficar mais óbvia. Um depende das ISOs, outro da movimentação de bola. Sozinho, LBJ teve 128 isolações nos playoffs, os Warriors, 128. Sim, o time inteiro.

Nesses playoffs, notei uma particularidade nas ISOs de James. Toda vez que uma defesa o parava, ele ligava a ré, voltava um pouco para embalar de novo.

As defesas, que tiveram um momentâneo sucesso ao parar uma das forças da natureza da NBA, relaxam. No momento que LeBron sente o relaxamento, parte novamente para o ataque. Até aqui, apenas o Toronto Raptors conseguiu diminuir o impeto de James. Só para ver Kyrie explorar a defesa canadense.

Do outro lado da quadra, o atual vice-campeão e campeão de 2015 faz tudo de outra maneira. Apesar de dois jogadores com tanta capacidade de isolações quanto James e Irving, KD e Curry, e dois com menos talento, mas ainda perigos enormes com a bola nas mãos, Green e Thompson.

Os Warriors usam esse talento todo para desequilibrar as defesas. O time prefere infiltrar para trazer o adversário para perto da cesta, abrindo o perímetro para arremessos ou uma nova infiltração com a defesa perdida, correndo para cobrir espaços.

Para defender uma ataque que movimenta a bola desta maneira, os Cavs necessitarão de Smith e Iman Shumpert com atenção redobra. Os dois, pro serem os menos regulares, e Love mais Irving, por ser os elos fracos da defesa dos Cavs, serão alvos constantes desse tipo de jogada. Fazer a defesa correr atrás da bola é preciso.

Olha, depois das Finais de 2016, é difícil criar coragem para um palpite. Agora, imagina se um time abre 3 a 1 novamente, que medo que não vai dar. Os Warriors levam vantagem, são os favoritos. Afinal, quatro de seus titulares estão entre os dois ou três melhores de suas posições.

Os Cavs, no entanto, têm LeBron James, o melhor jogador do mundo. Junto à Irving, e com Zaza Pachulia muitas vezes como o último defensor, os dois podem fazer um estrago na defesa de Golden State.

Foi uma temporada previsível, uns playoffs aborrecedores. O máximo que podemos pedir é, pelo menos, quatro jogos de pura adrenalina nas Finais de 2017. E que vençam os melhores.

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