O jovem time do Milwaukee Bucks decepcionou um pouco nesta temporada. Normal, acontece quando se desenvolve jogadores com pouca experiência e se perde os poucos capazes de chutar de fora. Um dos grandes problemas da equipe, fora os chutes de fora, está na armação.
Michael Carter-Williams parece ser o que é hoje, não evoluiu, parece que não evoluirá mais — pelo menos é isso que olheiros acreditam. Seu arremesso de longa distância não melhora, ele não cuida mais da bola do que quando chegou na NBA, sua defesa não está mais forte e ainda usa muito das posses ofensivas. Assim, a decisão de colocar O.J. Mayo, um ala-armador de origem, como titular na posição 1, trazendo MCW do banco, parece ser o futuro da equipe.
E, um jogador permite que os Bucks não usem um PG clássico: Giannis Antetokounmpo.
“Giannis está jogando em alto nível no momento”, disse o treinador Jason Kidd. “Depois da parada para o All-Star Game fizemos algumas mudanças, meio que demos a bola para ele armar. Não anunciamos que ele será o armador, mas deixamos ele iniciar o ataque. Nos arremessos errados tentamos dar a bola para ele o mais rápido o possível e todo mundo corre. E ele tem feito alguns passes incríveis”.
Com Antetokounmpo recebendo a bola no começo das posses, principalmente em chances de contra-ataque, o time ganha pontos fáceis. Em uma liga tão equilibrada quanto a NBA, arrumar pontos em contra-ataques, cestas que não deixam a defesa se organizar, é algo essencial.
E os Bucks têm feito um trabalho excelente quando é hora de encontrar Antetokounmpo para o contragolpe.
Quando a defesa se estabelece, pode não ser o suficiente para parar o contra-ataque de Antetokounmpo. Primeiro, ele acha Jabari Parker dentro do garrafão.
Em uma jogada diferente, ele cruza a quadra com um passe, encontrando O.J. Mayo, livre dos 3 pontos.
Essa variedade de visão, agressividade, momento certo para atacar a cesta são o suficiente para acabar com qualquer defesa na Associação.
A ameaça do corte para a cesta é o suficiente para deixar a defesa preocupada. Kobe Bryant, mesmo sendo um péssimo defensor nos últimos anos, não daria todo esse espaço se Giannis não fosse uma ameaça constante de bandejas e enterradas.
Outra opção, que tem feito parte do livreto de jogadas dos Bucks, aparece quando Antetokounmpo inicia o ataque mas a defesa está postada, tornando a posse em um jogo de meia quadra.
Giannis leva a bola para a lateral e passa para a cabeça do garrafão. Assim que ele passa, faz um corta-luz na zona morta.
O corta-luz serve para duas coisas: pode abrir um caminho para a cesta ou livrar Giannis.
A infiltração desorganiza a defesa.
Caso a defesa reaja, o ala estará livre para o chute. Como aqui:
E aqui:
Cada vez mais, Antetokounmpo parece confortável quando inicia jogadas para sua equipe. Vendo sua evolução, tudo leva a crer que, com confiança, poderá ser o armador de fato para os Bucks. Tudo que ele precisa é da confinça de seu treinador e companheiros de equipe para continuar evoluindo.
A dicotomia do smallball, ter um cara com altura de ala-pivô armando seu time. O futuro pode não ser tão baixo quanto todos imaginam.