NBA 2K18: o melhor de todos, mas não sem seus problemas

HitTheGlass
thegoatbr
Published in
5 min readSep 25, 2017

Demorei, eu sei, mas queria jogar o suficiente para que minhas impressões do bom, do mau e do feio do NBA 2K18 não fossem pintadas por mãos ainda impressionadas pelas maravilhas da mais nova edição do game da Visual Concepts.

A nova versão do clássico NBA 2K chegou com muitas novidades. Muitas boas, poucas ruins. Bora lá ver logo qual é qual.

Bom:

Umas das primeiras coisas que se nota no NBA 2K18 é uma bobagenzinha, mesmo bobagem, achei muito divertido. Apito do árbitro, cigarra de final de quarto, telefone nos modos MyCareer, MyGM, todos tocam no microfone do controle do PlayStation4. Primeira vez que ouvi, dei uma gargalhada.

É o tipo de coisa que ajuda na imersão no jogo. Seja as sirenes da polícia nas luzes do controle, como no GTA V, ou isso. Sempre bom ter algo que pegue o jogador de surpresa nas primeiras vezes, seja legal, e não fique chato depois.

O gameplay é um mundo diferente. O CPU reconhece seus erros e tira proveito deles. Por exemplo, se você se adiantar ao corta-luz na hora do pick and roll, muitas vezes o homem da bola controlado pelo CPU vai usar todo o espaço que você deixou no lado contrário para punir sua defesa. Mas não é algo que acontece 100% das vezes, a AI do jogo também erra, ou deixa de reconhecer erros.

Tudo isso ali acima, torna mais difícil infiltrar. Espero mesmo que os desenvolvedores não “nerfem” — haha, gíria de gamer! — isso para os jogadores casuais. Nada contra, mas tem como eles jogarem de maneira “menos simulação” e ainda ser divertido.

Para contra-atacar a defesa melhor, as jogadas entram com mais velocidade. Muitas vezes, em versões anteriores, algumas jogadas mais elaboradas começavam apenas com 12–10 segundos no relógio de arremesso. Ficava difícil usar coisas mais legais, tipo a hammer action do San Antonio Spurs. Isso melhorou bastante no NBA 2K18.

As tendências dos jogadores estão mais reais do que nunca. Não mais veremos DeMar DeRozan abrir para um chute de 3 pontos quando tinha a chance do arremesso de meia distância. Único erro que vi, até agora, foi Tony “FIRST TEAM ALL DEFENSE” Allen converter dois chutes de 3 em uma partida. Verdade que dei espaço para ele chutar. Se não acontecer seguido, vou aceitar que foi sorte. Sorte também joga.

Mike Wang, o gênio, e os outros desenvolvedores do NBA 2K18 resolveram fugir um pouco das animações enlatadas. Aquelas que, por questões de realismo, iniciavam em algumas situações e faziam gamers se sentirem presos ao momento.

Agora temos mais liberdade para driblar, atacar o aro. A diferença entre um Kyrie Irving, que ama juntar um drible ao outro até abrir espaços, e Chris Paul, que tem um estilo mais “drible serve para chegar do ponto A ao B” de sobriedade, transparecem.

Uma tonelada de times clássicos foram adicionados. Entre eles, uma seleção de todos os tempos para cada time.

Ruim:

VC, VC, VC, VC. As micro transações chegaram com peso esse ano. Entendo que, hoje em dia, são um mal necessário. Talvez por isso, o preço dos games nos EUA não aumentem desde os tempos de PlayStation3 e XBox 360. Mas exageraram.

Até o corte de cabelos e barba do MyPlayer custa VC, a moeda do universo 2K, este ano. Agora diminuíram o preço, mas alguns cortes chegavam a custar 1500VC. Demais.

Com essa fome de VC, ficou mais difícil melhorar seu jogador virtual sem comprar a moeda. Não é impossível, mas quem gosta de jogar MyPark e outros modos virtuais do MyPlayer, fica quase impossível competir com quem compra em peso.

Esse primeiro ano de uma animação mais livre ainda gera problemas. Algumas vezes os jogadores parecem escorregar um pouco acima da quadra, mas vi pouco isso acontecer. Clipping, no entanto, acontece mais do que Steph Curry preferindo um chute do meio da quadra a chegar na bandeja.

Os times clássicos ainda sofrem com ausências. O New York Knicks de 1999 só tem um armador, a seleção de todos os tempos do Philadelphia 76ers não tem Charles Barkley ou Moses Malone, por exemplo.

Um problema que parece ser de fácil solução é a falta de uma barra de energia abaixo do nome dos jogadores no banco. Quando se vai trocar jogadores no meio da partida, não podemos ver quando um está ainda cansado ou descansou.

NBA 2K17 acima, NBA 2K18 abaixo

Impressões:

A foto acima me reforça a impressão de que temos mais espaço em quadra esse ano. Talvez tenham diminuído os jogadores, ou aumentado a quadra, mas parece claro, para mim, a diferença.

Fiz esse uniforme do Atlanta Hawks rapidinho no MyLeague para ver uma coisa: se a propaganda sumia ou teríamos que aguentar propaganda nos uniformes mesmo se mudássemos eles. Ela sumui, o que é bom. Além disso, o logo da NBA aparece na frente no uniforme feito, não tive que colocá-lo ali, o que é bom.

Única coisa ruim, é que não podemos mexer no eixo do nome do atleta, então não deu para adaptar o nome ao gráfico nas costas, o que é ruim. Mas podemos arquear os nomes, o que é bom.

CAP, criar rostos, tem muito menos opções do que no ano passado. Galera que faz classes de novatos, times históricos para a gente baixar e jogar vai ter trabalho. Isso é ruim.

As tampas do gelogurte contém benzonato de potássio, e isso é mal.

A neighborhood está bem divertida, deve ser mais com uma bicicleta, mas ok. Poder treinar suas badges, ir na “cadimia” ou ainda apenas se divertir com joguinhos de trivia, aquelas cestinhas de fliperama faz você ficar horas dando banda.

Nota: Não fossem os pequenos erros, o NBA 2K18 seria um sólido 10. Com os problemas de clipping, falha nos elencos e animações ainda novas, o jogo fica com um ótimo 9,5.

--

--

HitTheGlass
thegoatbr

NBA, NCAA, NBB, FIBA, música, filmes, um pouco de NFL, muito sarcasmo. NBA Blog Squad: http://www.nba.com/brasil/blog/borges_archive.html e-mail: hittheglassblo