[NBA Finals 2015] Cavs afundam Warriors na lama

O Golden State Warriors não encarava um ritmo de jogo tão lento assim desde o duelo contra o Memphis Grizzlies. David Blatt continuou o bom trabalho do Jogo 1, aplicou ajustes nos defeitos e, em um estilo de jogo europeu somado a um jogo pífio do MVP Stephen Curry, deu a LeBron James e companhia a oportunidade de vencer o Jogo 2 da série. Foi o que aconteceu. O Cleveland Cavaliers bateu os Warriors por 95–93 e empatou a série em 1–1.

Se na partida passada o grande nome do jogo foi Andre Iguodala por deter LeBron em momentos essenciais do jogo, o nome deste jogo foi Matthew Dellavedova. O armador fez uma defesa incrível em Curry e conseguiu anulá-lo completamente quando era seu defensor primário. O MVP errou todos seus 8 arremessos contra o marcador, que cortava todos os espaços, deslizava pelas screens, mantinha o contato o tempo inteiro. Incansável.

Klay Thompson foi o melhor dos Warriors durante o jogo. Se não fosse pelos 34 pontos do armador, muitos deles vindos em momentos delicados da partida, a vida dos Cavs seria bem mais fácil. Ele é como se fosse o único que conseguia se livrar da lama que afundava seus companheiros e, com uma pá, tirava um pouco e evitava a morte completa. Porém, pouca ajuda veio dos colegas pela maior parte do jogo.

Stephen Curry, Harrison Barnes, Andrew Bogut e Draymond Green foram péssimos durante quase o tempo inteiro. Bogut teve outro começo bom, mas logo se perdeu contra Timofey Mozgov. Barnes não conseguia encontrar seus arremessos, Dray não era um fator relevante na defesa e nem no ataque, se movendo ineficientemente e sem conseguir incomodar adversários. E Curry teve um dos piores jogos do seu majestoso ano, com apenas 5–23 no aproveitamento de arremessos e 6 turnovers.

Porém, o jogo não falhou em proporcionar emoção. Nos três minutos finais da partida, os Warriors conseguiram empatar o jogo em uma reviravolta improvável de 11 pontos, com 7 pontos de Stephen Curry e muitas burradas de JR Smith. Na prorrogação, o jogo continuou bagunçado. Smith fez bobagem, Curry voltou a errar seus arremessos, Draymond foi absurdo na defesa e, mesmo convertendo apenas um arremesso de oito tentados, os Cavs ficaram com a vitória.

A série agora irá para Cleveland. Várias questões serão levantadas, após uma partida tão louca como este Jogo 2. A primeira delas é em como os Warriors irão se portar após a derrota, principalmente Steph. Eles vivenciaram uma situação semelhante na série contra os Grizzlies, quando perderam o Jogo 2 e o Jogo 3, ficando 1–2 e, após o revés, destruindo o adversário em três jogos seguidos. Segundo o MVP, na coletiva pós-jogo, “Arremessos que eu normalmente faço, eu já sabia, na hora que saiam da minha mão, que estavam fora. Isso não acontece muitas vezes. Eu duvido que aconteça novamente.”. A tendência é esta e os ajustes que Steve Kerr deve criar ajudará o MVP.

Outro ponto é se LeBron James fará outro jogo neste nível absurdo e em como Blatt pode ajudá-lo a diminuir prováveis desvantagens, já que no final deste Jogo 2, Draymond Green conseguiu ajudar perfeitamente todas as investidas de garrafão de Bron. Dray pode ter finalmente capturado o timing correto para isso e, junto com Iggy, poderá forçar a estrela de Cleveland a ter que arremessas mais vezes de média ou longa distância.

David Blatt merece mais elogios por seus trabalhos. Primeiro por quebrar completamente Bogut. Mozgov e Tristan Thompson são demais para ele e Kerr não encontrou uma saída para isto hoje. Quando tentou apostar no small ball, continuou falhando, já que Dray não conseguiu muita coisas contra Mozgov. O russo faz uma série incrível e permanece não encontrando muita resistência.

“Se você espera que nós joguemos um basquete sexy e bonitinho, estes não somos nós.”, disse LeBron James em coletiva pós-jogo. E é isso mesmo. Blatt coloca o ritmo europeu e lento, quebrando a velocidade dos Warriors. O garrafão continua a produzir mais, LeBron anota um triplo duplo (39–16–11) e Delly anula o MVP. Mesmo assim o jogo é vendido de forma caríssima. Mas a vitória trás confiança. O Jogo 3, que acontecerá na terça-feira, promete mais loucuras.